Bahia, Maria TerezinhaDiniz, Lívia de Figueiredo2015-03-252015-03-252013DINIZ, Lívia de Figueiredo. Avaliação do efeito do tratamento com benznidazol em combinação com derivados azólicos na infecção experimental por Trypanosoma cruzi. 2013. 131 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2013.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/4750Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é um importante problema de saúde pública e o tratamento dessa parasitose apresenta limitações relacionadas à eficácia e toxicidade dos fármacos disponíveis. Nesse sentido, a terapia de combinação de fármacos parece ser uma abordagem ideal na busca de novos tratamentos, pois pode possibilitar aumento da eficácia, redução da toxicidade e da probabilidade de desenvolvimento de resistência. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento com benznidazol (Bz) quando combinado com os inibidores da enzima esterol C14α-demetilase (CYP51), os derivados azólicos posaconazol (Ps) e ravuconazol (Rv) (ou a pró- droga do Rv, o E1224), na infecção por T. cruzi in vitro e in vivo. Inicialmente foi avaliada a eficácia do Ps em combinação com Bz durante a infecção aguda de camundongos pela cepa Y de T. cruzi. O tratamento combinado, utilizando doses subótimas, foi mais eficaz em induzir cura parasitológica quando comparado com a utilização de cada fármaco isoladamente, indicando uma interação positiva entre Bz e Ps. Quando avaliada a eficácia do tratamento sequencial com Bz ou Ps administrados em doses ótimas durante um curto intervalo de tempo (10 dias cada), verificou-se que a ordem de administração dos fármacos interfere no resultado do tratamento, sendo a sequência Bz seguido de Ps mais eficaz. Além disso, a terapia combinada induziu uma redução significativa da carga parasitária em camundongos infectados pela cepa VL-10 de T. cruzi, altamente resistente ao Bz, quando comparada às drogas administradas em monoterapia. Considerando esses resultados promissores, foi a seguir investigada a atividade da combinação do Bz com o Rv. Inicialmente foram realizados experimentos in vitro para definir a natureza da interação entre esses fármacos. A princípio, foram determinados os valores de IC-50 do Bz e do Rv sobre formas epimastigotas e amastigotas das cepas Y e Colombiana de T. cruzi. A seguir, o efeito de combinações de Rv e Bz, preparadas de acordo com o método de proporções fixas, foi avaliado nesses modelos. A análise dos resultados foi feita por meio do cálculo das concentrações inibitórias fracionárias (FICs) e do somatório das FICs (ΣFICs) para cada combinação. A natureza da interação foi classificada em função do ΣFICs: sinergismo se ΣFIC≤0,5; indiferença (aditividade) se 0,5<ΣFIC<4 e antagonismo se ΣFIC>4. As combinações de Rv e Bz mostraram-se aditivas, com valores de ΣFIC próximo a 1 para ambas as cepas e diferentes formas evolutivas do parasito estudadas. Dessa forma, o próximo passo foi avaliar o efeito do Rv (em forma de pró-fármaco, o E1224) em combinação com o Bz na infecção por T. cruzi in vivo. Inicialmente foi realizado um experimento para definição das doses de E1224 a serem utilizadas em monoterapia. O pró-fármaco foi efetivo em curar camundongos infectados pela cepa Y de T. cruzi de forma mais eficiente do que o composto precursor, o ravuconazol. Não foi observado efeito dose-dependente; os tratamentos com doses de 10 a 50mg/kg de peso induziram 71 % a 100 % de cura. De forma diferente, o tratamento dos animais infectados pelas cepas Colombiana e VL -10 foi eficaz em induzir uma intensa redução da carga parasitária, mas não em induzir cura. Finalmente, o tratamento com combinações de Bz e E1224 administrado a camundongos infectados pela cepa Colombiana resultou em maior taxa de cura, em relação às monoterapias, quando a terapêutica foi iniciada aos 4 dias após a infecção. Entretanto, quando usado um protocolo mais estringente, no qual o tratamento foi iniciado aos 10 dias após a infecção, houve redução significativa da carga parasitária, mas ausência de cura parasitológica. Os resultados obtidos nesse estudo demonstram o benefício da terapia da combinação usando derivados azólicos e benznidazol no tratamento da infecção experimental por T. cruzi e ampliam os dados pré-clínicos relacionados ao uso de combinações de fármacos no tratamento de protozooses.pt-BRDoença de ChagasRavuconazolTrypanosoma cruziQuimioterapiaAvaliação do efeito do tratamento com benznidazol em combinação com derivados azólicos na infecção experimental por Trypanosoma cruzi.TeseAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 19/03/2015 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 3.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.