Alzamora, Andréia CarvalhoCota, Renata Guerra de SáSousa, Graziele Galdino de2021-04-162021-04-162019SOUSA, Graziele Galdino de. Dieta hiperlipídica materna desregula o metabolismo hepático da prole adulta F2. 2019. 107 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/13198Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.O estado nutricional no início da vida está envolvido no fenótipo metabólico da prole. Dados anteriores de nosso laboratório demonstraram que o consumo de dieta hiperlipídica durante acasalamento, gestação e lactação (59 dias) induziu distúrbios característicos da síndrome metabólica em progenitoras da geração zero (G0), que foram transmitidos aos seus descendentes da primeira (F1) e segunda geração (F2), apesar de terem sido alimentados com dieta controle por 13 semanas pós-desmame. No entanto, os mecanismos que levam à desregulação metabólica na prole ainda não estão claros. Dessa forma, o presente estudo avaliou o efeito do consumo materno de dieta hiperlipídica na expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de glicose, lipídeos e colesterol da G0 e F2, a fim de determinar se os distúrbios metabólicos da F2 foram desencadeados pela desregulação de vias metabólicas hepáticas da G0, que persistiu até a F2. Para isso, ratos foram acasalados com ratas, ambos da linhagem Fischer com 90 dias de idade, não consanguíneos, para geração da prole F1. Machos e fêmeas da prole F1 com 90 dias de idade, não consanguíneos, foram acasalados para geração da prole F2. As progenitoras foram alimentadas com dieta hiperlipídica (grupo G0-DH) ou controle (grupo G0-DC) durante o acasalamento, gestação e lactação (59 dias). As proles F1 e F2 receberam dieta controle após desmame até completar 90 dias de idade. A prole F2 foi dividida em dois grupos de acordo com alimentação da G0: prole F2 de progenitoras G0-DC (grupo F2-DC) e prole F2 de progenitoras G0-DH (grupo F2-DH). Nossos resultados revelaram que a dieta hiperlipídica materna induziu aumento da glicemia de jejum, dos níveis séricos de triglicérides e insulina, do HOMAIR, da massa relativa do fígado, do conteúdo de triglicérides hepático e da peroxidação lipídica nos grupos G0-DH e F2-DH. As progenitoras G0-DH apresentaram ainda esteatose microvesicular intensa, aumento do conteúdo de colesterol hepático e da atividade da SOD. Também foi observado que a prole F2-DH apresentou esteatose microvesicular discreta e aumento dos níveis séricos das enzimas ALT e AST e do colesterol total e da AUC do TTOG. A análise da expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de glicose revelou que a dieta hiperlipídica materna induziu redução dos níveis de mRNA de Insr, Irs1 e Akt2 e aumento dos níveis de mRNA de Fbp1 nos grupos G0-DH e F2-DH. Além disso, as progenitoras G0-DH apresentaram aumento da expressão gênica de Gp. Em relação ao metabolismo de lipídeos, foi observado que as progenitoras G0-DH apresentaram aumento dos níveis de mRNA de Srebp1c e níveis similares de mRNA de Hadh. No entanto, foi visto que a prole F2-DH apresentou níveis similares de mRNA de Srebp1c e aumento dos níveis de mRNA de Hadh. Em relação à expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de colesterol, foi observado que as progenitoras G0-DH apresentaram aumento da expressão de mRNA de Hmgcr e Ldlr. Em contrapartida, foi observado que a prole F2- DH apresentou redução dos níveis de mRNA de Hmgcr e níveis similares de mRNA de Ldlr. A análise da expressão gênica de sirtuínas mostrou que os grupos G0-DH e F2-DH apresentaram redução dos níveis de mRNA de Sirt1, Sirt2, Sirt3 e Sirt7. Além disso, a prole F2-DH apresentou redução dos níveis de mRNA de Sirt5 e Sirt6. Nossos achados sugerem que o consumo de dieta hiperlipídica durante o acasalamento, a gestação e a amamentação induziu desregulação no metabolismo hepático da G0, que levou a distúrbios metabólicos que persistiram até a F2, indicando que a dieta hiperlipídica materna atuou como um desregulador metabólico hepático transgeracional na F2. Nossos dados reforçam a importância da nutrição materna para a saúde da segunda geração de descendentes.pt-BRabertoDieta hiperlipídica maternaProle F2Desregulação metabólica hepáticaTrans geracionalDieta hiperlipídica materna desregula o metabolismo hepático da prole adulta F2.TeseAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 02/03/2020 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.