Messias, Maria Cristina Teixeira BragaSantos, Bruna Rossi dos2017-01-202017-01-202016SANTOS, Bruna Rossi dos. Compreendendo a farmacopeia e o uso tradicional de plantas no Cerrado: uma abordagem etnoecológica. 2016. 101 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/7123Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.A etnobotânica, como parte da etnoecologia, busca compreender as inter-relações entre grupos humanos e o ambiente em que vivem, sob a perspectiva de utilização dos recursos vegetais. No entanto, a natureza humana não permite uma avaliação puramente biológica, sendo necessárias análises que considerem as peculiaridades culturais de cada grupo humano. Com pretensões de se encontrar e estabelecer teorias que possam elucidar padrões de comportamento humano em relação à utilização de recursos vegetais, pesquisadores em todo mundo tem se debruçado sobre questões ecológicas, aplicando-as em investigações com povos de diversas culturas e ambientes. A presente pesquisa foi realizada em uma comunidade rural no sudeste brasileiro, no bioma Cerrado, com o intuito de entender algumas questões relacionadas à seleção de plantas úteis pela comunidade: a aparência ecológica (aqui testada a partir da visão da comunidade acerca da disponibilidade do recurso) e a hipótese da diversificação de uso aplicada para espécies medicinais, sugerida por Albuquerque (2006) e testada pela primeira vez no cerrado. A investigação foi realizada apenas com os moradores reconhecidos na comunidade como grandes conhecedores da flora local, sendo, também, referência no conhecimento de plantas medicinais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, listas livres, turnês guiadas e diagnóstico participativo. Foram identificadas 198 espécies distribuídas em 72 famílias botânicas, das quais 155 são nativas e 43 exóticas. A principal categoria de uso em número de espécies e citações foi a medicinal, com 140 espécies e 335 citações. A hipótese da aparência não explicou a seleção de espécies no estudo, no entanto, a metodologia de diagnóstico rápido aplicada para avaliar a percepção dos entrevistados mostrou-se robusta para a avaliação de disponibilidade de recursos. A seleção das espécies parece estar mais relacionada a sua qualidade do que a disponibilidade no ambiente, embora ainda seja evidente uma relação de custo benefício, onde a qualidade do recurso é considerada, no entanto as áreas de exploração de mais fácil acesso aparecem como os ambientes mais importantes. Para o estudo com plantas medicinais, embora tenhamos encontrados sobreposições no tratamento de algumas doenças e sistemas corporais, a hipótese da diversificação parece melhor explicar a inserção de espécies exóticas na farmacopeia local, com algumas doenças citadas sendo tratadas exclusivamente por espécies exóticas. Em uma avalição geral, espécies exóticas não parecem uma ameaça ao conhecimento tradicional da comunidade, pois além de aparecerem em pequeno número, sua importância relativa é baixa diante das espécies nativas.pt-BRabertoEtnobotânicaPlantas medicinaisAvaliação ecológica - biologiaPesquisa ecológicaCompreendendo a farmacopeia e o uso tradicional de plantas no Cerrado : uma abordagem etnoecológica.DissertacaoAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 19/09/2016 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.