Prevalência da Leishmaniose visceral canina na terra indígena Xakriabá, norte de Minas Gerais, Brasil.

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Data
2015
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Resumo
A terra indígena Xakriabá está localizada em área endêmica para a zoonose Leishmaniose Visceral (LV) no norte de Minas Gerais. A LV é uma parasitose relevante, apresentando elevada mortalidade em casos humanos não tratados. Os cães são considerados os mais importantes reservatórios domésticos da LV. O diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos, o controle do inseto vetor e a eutanásia de cães infectados são ações adotadas no controle da doença. Medidas de vigilância e controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS), não tem sido efetivas. Um dos motivos é a permanência de reservatórios caninos nas áreas endêmicas, geralmente por falhas no diagnóstico sorológico, pela demora na retirada sistemática de parte dos cães soropositivos e soroconversão de animais indeterminados não retirados de área contribuindo assim para a manutenção do ciclo da doença. No ano de 2011, os métodos diagnósticos sorológicos para LVC, recomendados pelo MS, eram o Ensaio Imunoenzimático (ELISA) como método de triagem e a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) (titulação > 1:40) como teste confirmatório. No entanto, esses testes sorológicos apresentam limitações podendo apresentar taxas subestimadas de infecção (falso-negativos) e resultados sorológicos indeterminados (zona cinza). O objetivo desse trabalho foi determinar as prevalências para LVC por diferentes métodos de diagnóstico utilizando amostras de sangue dessecado em papel de filtro (SDPF). As técnicas sorológicas utilizadas foram o ELISA e a RIFI. O diagnóstico molecular foi realizado a partir da técnica PCR-kDNA para o gênero Leishmania utilizando o iniciador A: 5´ (C/G) (C/G) (G/C) CC(C/A) CTA T(T/A)T TAC ACC AAC CCC 3´ e iniciador B: 5´ GGG GAG GGG CGT TCT GCG AA 3´ que amplificamcam a região conservada do minicírculo do DNA do cinetoplasto do parasito. Os animais foram agrupados em diferentes perfis sorológicos: ELISA+/RIFI+, ELISA+/RIFI-, indeterminado em ELISA/RIFI+, indeterminado em ELISA/RIFI-, ELISA-, e realizada a comparação de proporções do diagnóstico molecular positivo para cada um dos desses grupos. Os resultados da prevalência da infecção determinada pela ELISA foi 33.3% (317/950), pela RIFI 15.4% (69/447) e pela PCR kDNA foi igual a 14,8% (140/948). A porcentagem dos resultados positivos utilizando a técnica molecular do diagnóstico molecular variou significativamente (p<0.001) de acordo com o perfil sorológico: ELISA+/RIFI+ (n=41; 36,6%); ELISA+/RIFI- (n=276; 17,7%), indeterminado em ELISA/RIFI+ (n=28; 57,1%), indeterminado em ELISA/RIFI- (n=100; 15,0%), ELISA- (n= 503; 8,9%). A técnica do ELISA demonstrou que sensibilidade de 45,7 % e especificidade de 68,7 %. Já a técnica de RIFI apresentou a sensibilidade de 32% e a especificidade de 89%. A acurácia da técnica do ELISA foi de 9,5% e do RIFI foi de 24,2%, o que demonstra que o primeiro teste foi menos concordante do que o teste RIFI em relação ao diagnóstico molecular (PCR-kDNA). Dessa forma, o diagnóstico molecular permitiu identificar falhas no diagnóstico quando comparados aos métodos sorológicos no diagnostico infecção do cão, comprometendo as medidas de controle da doença na terra indígena Xakribá.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Diagnóstico molecular
Citação
ROCHA, Ana Maria Sampaio. Prevalência da Leishmaniose visceral canina na terra indígena Xakriabá, norte de Minas Gerais, Brasil. 2015. 90 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2015.