Metodologias alternativas para facilitação da restauração de áreas de canga degradadas pela extração de bauxita.
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Data
2011
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Resumo
A mineração é uma das principais responsáveis pela degradação de áreas metalíferas em todo mundo e a escassez de informação sobre estes sistemas dificulta a formulação de medidas para sua conservação e restauração. Sabe-se que o uso do topsoil em processos de recuperação de áreas degradadas pela mineração, embora recomendável, nem sempre é possível, especialmente em locais onde há escassez deste recurso, como no caso de campos ferruginosos. Neste caso, novos substratos, preferencialmente disponíveis localmente, devem ser testados. O presente estudo foi realizado em uma antiga área de exploração de bauxita na Serra da Brígida em Ouro Preto (MG), abandonada na década de 60 sem sofrer nenhuma ação de restauração. A área explotada encontra-se, em grande parte, margeada por manchas de vegetação nativa não alterada, a qual foi considerada como habitat referência para as medidas de restauração. Além disso, observações in situ demonstraram a presença de pequenas manchas de vegetação nativa iniciando a colonização do ambiente associadas à rasas depressões do terreno onde houve acúmulo de laterita intemperizada, sugerindo que a redução granulométrica possa ter facilitado o estabelecimento das plantas. Baseado nas características do habitat referência e nos processos de regeneração natural observado in situ e, foram testados a laterita triturada, simulando a granulometria encontrada nas manchas vegetadas, e o topsoil retirado da área referência como substratos para o crescimento e desenvolvimento de mudas de Eremanthus erythropappus, uma espécie lenhosa, pioneira, ampla e naturalmente distribuída na área. Além disso, absorção, acúmulo e distribuição de elementos na espécie foram avaliados, fornecendo indícios sobre o uso potencial desta em projetos de fitorremediação. As mudas foram cultivadas sem adição de fertilizantes nos dois substratos e também diretamente sobre a laterita exposta, não triturada. A espécie mostrou-se bastante promissora para a revegetação da área, apresentando alta sobrevivência em todos os substratos. Maiores incrementos anuais em altura e diâmetro e biomassa final foram observados no topsoil, mas a redução granulométrica da laterita acelerou em 2 vezes o crescimento das plantas em relação à laterita exposta. Tal resultado provavelmente deve-se ao aumento da disponibilidade de elementos essenciais para as plantas e à melhoria das condições físicas para o crescimento de raízes. Além disso, as relações alométricas não foram alteradas pelo tipo do substrato, evidenciando a alta tolerância da espécie a diferentes condições edáficas, característica fundamental para o sucesso da revegetação de áreas degradadas pela extração de bauxita. Quanto à composição química E. erythropappus modificou a dinâmica de elementos dos substratos testados, e, mesmo sob condições de oligotrofia, manteve suas concentrações internas de nutrientes em níveis adequados para o desenvolvimento vegetal. A espécie acumulou altas concentrações de Al e Fe em suas raízes, sugerindo que esta é uma boa candidata para projetos de fitoestabilização em minas de bauxita e ferro.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Ecologia de restauração, Bauxita, Fitorremediação
Citação
MACHADO, Naiara Amaral de Miranda. Metodologias alternativas para facilitação da restauração de áreas de canga degradadas pela extração de bauxita. 2011. 71 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.