Litogeoquímica e geologia isotópica estável (C, S, O) do depósito cupro-aurífero do alvo cristalino sul, província mineral de Carajás, Pará.

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Data
2008
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O depósito de Cu(Au) do Cristalino ocorre na porção sudeste da Província Mineral de Carajás, Pará, Brasil. É um depósito de classe mundial, com uma reserva estimada em mais de 500Mt com teores médios de 1,0 % de Cu e 0,3 g/t de Au, hospedado por uma seqüência vulcanossedimentar de baixo a médio grau metamórfico, com formação ferrífera no topo, que é atribuída ao Grupo Grão Pará (com idade de 2,76 Ga), na região da Serra do Rabo. Corpos graníticos, dioríticos e quartzo-dioríticos cortam esta seqüência supracrustal e podem relacionar-se à mineralização de Cu(Au). As rochas hospedeiras estão fortemente brechadas e hidrotermalizadas com alterações potássica e sódica, anfibolitização, cloritização, carbonatação, silicificação, metassomatismo de Fe, sericitização e sulfetação, e com menor enriquecimento em apatita e alanita. O minério ocorre em brechas, e nos tipos stockworks, disseminado, stringer e maciço. Os principais minerais de minério são calcopirita, magnetita, pirita, cobaltita, milerita, vaesita, bravoíta e ouro. Ocorrem ainda ilmenita, hematita e calcocita. Os diagramas litogeoquímicos de balanço de massa e de Harker, para rochas vulcânicas máficas e félsicas revelam diferentes mobilidades por hidrotermalismo (com enriquecimento ou empobrecimento) para Na, K, Ca, Fe, Mg, Mn, P, Sr, Ba, Ni, Co, Cu, e que Al, V, Ti e Zr foram pouco móveis. Ba, K e Cu mostram fortes anomalias em relação ao manto primitivo. Isto sugere que K e Cu podem provir (pelo menos em parte) de uma fonte granítica alcalina. Nos diagramas de balanço de massa, as rochas vulcânicas máficas do depósito Cristalino, comparadas com basaltos dos tipos N, T e P, normalizados ao manto primitivo, mostram que a curva média se aproxima da curva média dos basaltos de pluma mantélica. O comportamento das curvas das rochas vulcânicas félsicas e as de granitos arqueanos (Velho Salobo e Complexo Granítico Estrela) se aproximam e sugerem fontes magmáticas similares. Dados de Y, Zr e Ti das rochas vulcânicas máficas plotados em diagramas discriminantes, também sugerem como protólito basaltos MORB relacionados à pluma mantélica em ambiente intraplaca. Os dados de isótopos estáveis mostram valores de δ34S(CDT) (0,6 a 1,5‰) próximos aos dos sulfetos do manto e ao do campo dos MORB e os de δ13C(PDB) (-7,2/-4,4‰) e de δ18O(SMOW) (+8,1/+9,3‰) posicionam-se no campo dos carbonatitos primários. Conclui-se que S, C e O são primários e mantélicos, podem relacionar-se a fluidos de rochas graníticas do tipo “A” e/ou lixiviados de rochas MORB, ou, ainda, terem sido degaseificados do manto arqueano, os quais influenciaram na formação do minério de Cu(Au) do depósito Cristalino. O depósito Cristalino é similar a depósitos “IOCG” em Carajás, Olympic Dam, e mais com o Distrito de Cloncurry, ambos na Austrália.
Descrição
Palavras-chave
Geoquímica, Isótopos, Minérios de ouro, Minérios de cobre, Serra dos Carajás - Pará
Citação
RIBEIRO, A. A. Litogeoquímica e geologia isotópica estável (C, S, O) do depósito cupro-aurífero do alvo cristalino sul, Província mineral de Carajás, Pará. 2008. 126 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2008.