A polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart.) melhora o estado oxidativo de mulheres saudáveis.

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Data
2015
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Resumo
O aumento da morbimortalidade em decorrência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) cresceu de maneira alarmante no Brasil e no mundo. Este fato tem chamado atenção para o desenvolvimento de estratégias que possam prevenir e controlar o surgimento de novos casos. Entre as ações propostas para combater a epidemia de DCNT está a redução dos fatores de risco modificáveis como, tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação não saudável e inatividade física. Em função disso, diversas medidas têm sido aplicadas à promoção da saúde, com por exemplo, o incentivo ao aumento na ingestão de frutas e verduras. Estes alimentos contêm uma série de componentes benéficos incluindo fibra, ácido fólico, vitaminas, minerais e um grande número de fitoquímicos não nutrientes, tais como os carotenoides e os polifenóis. Um fruto que vem ganhando destaque entre as pesquisas científicas por sua alta concentração de compostos fenólicos e possível efeito protetor, é o açaí. Estudos in vitro e em modelos experimentais envolvendo o açaí apresentam resultados promissores sobre o seu potencial papel como antioxidante, porém ainda são escassos os trabalhos que avaliam o efeito do seu consumo por humanos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do consumo de polpa de açaí sobre biomarcadores do estado redox em mulheres. Foi realizado um estudo de intervenção nutricional com 30 mulheres aparentemente saudáveis. As voluntárias consumiram 200g/dia de polpa de açaí de origem comercial, durante 4 semanas. Foram realizadas análises de composição bromatológica da polpa oferecida, bem como quantificação do teor de polifenóis e a atividade antioxidante no início e ao final do período experimental. Antes e após a intervenção foi realizada antropometria, aferição da pressão arterial e coleta do sangue para as dosagens bioquímicas e determinação das concentrações séricas de dialdeído malônico (MDA), proteína carbonilada e grupos sulfidrilas. Em relação à análise da polpa comercial utilizada, o teor de umidade encontrado foi 90% e cada 100g correspondia a um valor calórico de 51,5 kcal. A polpa era composta por 47% de lipídeos, 11% de proteínas, 11,6% de carboidratos, 27,2% de fibras e 3,2% de cinzas. O teor de polifenóis encontrados na polpa no início do estudo foi de 131 mg EAG/100g e de 155mg EAG/100g. Este resultado indica que as condições de armazenamento da polpa de açaí durante o período de intervenção não resultaram em perdas importantes no seu conteúdo de polifenóis. A quantificação do poder antioxidante da polpa pelo método do ABTS apresentou um resultado inicial de 8,6 μM de trolox/g. No que diz respeito às variáveis antropométricas, clínicas e bioquímicas, após a introdução da polpa de açaí foi possível observar uma redução nos níveis de proteínas totais (p=0,007) e de globulina (p=0,003) e um aumento nos níveis de albumina (p=0,008) e da relação A/G (p=0,007). Já em relação aos biomarcadores do estado oxidativo, após o consumo de polpa de açaí houve uma redução nos níveis séricos de MDA (p˂0,001) e de proteína carbonilada (p=0,001) e um aumento nos grupos sulfidrilas (p<0,001). Estes resultados indicam que o consumo de 200g de polpa de açaí disponível comercialmente, durante quatro semanas, foi capaz de melhorar o estado oxidativo em mulheres saudáveis, reforçando o possível efeito funcional do açaí.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Estresse oxidativo, Antioxidantes dietéticos, Açaí
Citação
BARBOSA, Priscila Oliveira. A polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart.) melhora o estado oxidativo de mulheres saudáveis. 2015. 72 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.