Desenvolvimento e avaliação biológica de formulações de nanocápsulas para tratamento da doença de chagas em modelo murino.

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Data
2007
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O presente trabalho trata do desenvolvimento farmacotécnico e da caraterização fisicoquímica de formulações nanoestruturadas contendo diferentes fármacos com atividade antichagásica como os derivados imidazólicos e azólicos, além da avaliação biológica dessas preparações in vitro, em cultura acelular de epimastigotas de T. cruzi, e in vivo em modelo murino infectado com diferentes cepas de T. cruzi, tanto em modelos de fase aguda como crônica. Objetivou-se, portanto, avaliar a atividade e a eficácia, de diferentes formulações por diferentes vias e em diferentes regimes posológicos. Assim foram desenvolvidas formulações de nanocápsulas contendo benznidazol, miconazol, cetoconazol, itraconazol e também um novo derivado azólico ainda em fase de estudos pré-clínicos, albaconazol (UR-9825). As nanoestruturas foram analizadas e caracterizadas utilizando-se as técnicas de microscopia eletrônica de varredura, microscopia de força atômica, espectroscopia de correlação de fótons e anemometria do laser doppler associada a microeletroforese. O albaconazol associado às nanocápsulas foi o fármaco que apresentou melhor resultado na supressão da parasitemia e, portanto, essas formulações foram mais profundamente investigadas do ponto de vista fisico-químico e estrutural. Uma nova metodologia de doseamento do albaconazol foi desenvolvida e utilizada para determinação da porcentagem e da eficiência de encapsulação nas nanocápsulas de poli-e-caprolactona, além da determinação da cinética de liberação do albaconazol a partir das nanocápsulas. Os resultados mostraram que o albaconazol pode ser encapsulado em percentagens em torno de 100% e com alta eficiência para valores próximos a 1mg/mL, indicando que a droga apresenta alta afinidade pelas nanocápsulas. O perfil de liberação do albaconazol a partir das nanocápsulas foi bifásico com uma liberação inicial inferior a 40% até duas horas e com uma liberação lenta e incompleta (<45%) até 10 horas de estudo. Foi observada também a capacidade de retenção do fármaco no interior das NC in vivo, especialmente pela via subcutânea. As nanocápsulas foram capazes de aumentar o tempo para reativação da parasitemia após tratamento e o número de animais com exame parasitológico negativo, mesmo após 120 dias do fim do tratamento, quando comparadas com o fármaco livre, especialmente quando altas doses foram utilizadas. Os dados sugerem que nas mesmas doses, o albaconazol na forma livre é mais rapidamente liberado para o sangue e exerce seu efeito, ao passo que as nanocápsulas, provavelmente, retêem a droga a elas associadas por maior tempo, reduzindo a concentração que chega ao sangue e a velocidade de absorção, sendo nesse caso menos ativas. Entretanto, em doses maiores, 120mg/mL, as nanocápsulas foram mais ativas que o fármaco livre e muito menos tóxicas, indicando que são necessárias doses maiores para que a fração de dose liberada rapidamente reduza a parasitemia. Assim sendo, a fração retida nas NC é liberada mais lentamente causando o efeito supressivo sobre a parasitemia por maior tempo. A permanência do albaconazol no organismo parece ter sido alterada pelas nanocápsulas, ao mesmo tempo em que foi observada uma clara redução da toxicidade geral. Portanto, a vetorização desses compostos em sistemas nanoestruturados do tipo NC foi considerada positiva no presente trabalho uma vez que a farmacocinética da droga parece ter sido alterada pela encapsulação resultando em efeito de redução da parasitemia quando utilizados em doses mais altas.
Descrição
Palavras-chave
Nanocápsulas, Doença de Chagas, Modelo murino, Protozoário - imunologia, Nanobiotecnologia
Citação
BARROS, C. M. Desenvolvimento e avaliação biológica de formulações de nanocápsulas para tratamento da doença de chagas em modelo murino. 2007. 101 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2007.