A Capoeira Angola como espaço de resistência epistêmica e os cantos de capoeira como transmissores de temporalidade : as dificuldades da história disciplinar em narrar os passados afrobrasileiros.

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Data

2021

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Resumo

A subordinação das temporalidades coloniais, ao relógio imperialista e à temporalidade “modernista” foi lenta e gradualmente realizada pela construção de uma história única: uma história “humana”. Assim, ao adotar essa forma de experimentação do tempo em seu método, a disciplina histórica a toma como o tempo em si (naturalizando-o), universalizando essa noção temporal tão especificamente ocidental e moderna. Nesse sentido, pode-se dizer que a história (o discurso histórico modernista e historicista) foi imprescindível na política de colonização do tempo. Com isso, propomos à disciplina conhecer e compreender a Capoeira Angola como espaço produtor e transmissor de conhecimento no que se refere ao tempo passado; que ela possui suas próprias bases teóricas e metodológicas, seu próprio regime de verdade e seus próprios agentes. Ao final, defendemos que a partir deste conhecimento pode-se extrair uma compreensão mais alargada das temporalidades, aquela que se guarda e experimenta no ritual da roda de Capoeira Angola. Pensamos que a historiografia pode servir-se dela no âmbito de uma reflexão teórica na qual decolonizar suas práticas e alargar seus horizontes éticos e epistêmicos, não no sentido de absorvê-la como parte da história disciplinar, mas sim de modo que esta última se reconheça enquanto uma das formas de se lidar com as histórias e de se codificar o passado, e não como a única, viabilizando assim o combate às práticas epistemicidas que ainda insistem em manter altos muros de isolamento de outras formas de conhecer e experimentar o tempo.

Descrição

Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.

Palavras-chave

Capoeira, Historiografia, Tempo

Citação

TEIXEIRA, Ângelo de Oliveira Gomes. A Capoeira Angola como espaço de resistência epistêmica e os cantos de capoeira como transmissores de temporalidade: as dificuldades da história disciplinar em narrar os passados afrobrasileiros. 2021. 103 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2021.

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