Associação de componentes dietéticos com a prevalência de depressão em egressos universitários (Projeto CUME).
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Data
2020
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Resumo
A depressão é um importante problema de saúde pública e sua associação
com a nutrição tem sido amplamente discutida. Pouco se sabe a respeito do
impacto do hábito alimentar brasileiro sobre a prevalência de transtornos
depressivos. Evidências científicas demonstram que alimentos atuam na
modulação da microbiota intestinal e da inflamação. Uma vez que estes
mecanismos estão associados à depressão, espera-se que tais alimentos
possam estar indiretamente associados à prevalência de depressão. Dessa
forma, entender a relação entre hábitos alimentares e depressão pode auxiliar
no tratamento e controle dessa enfermidade. O objetivo deste estudo foi avaliar
a associação de componentes dietéticos com a prevalência de depressão na
linha de base da Coorte de Universidades Mineiras (CUME). Trata-se de
estudo transversal com egressos graduados ou pós-graduados em
universidades do estado de Minas Gerais: Universidade Federal de Minas
Gerais, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Ouro Preto,
Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal de Juiz de Fora. Foram
utilizados dados da linha de base (março a agosto de 2016 e abril a agosto de
2018) da coorte, por meio de um questionário autopreenchido em ambiente
virtual. O diagnóstico de depressão foi autorrelatado e o consumo de
componentes dietéticos a serem avaliados em relação à depressão se baseou
na possibilidade de ação sobre a composição da microbiota intestinal e os
processos inflamatórios, sendo estes estimados por meio de um questionário
de frequência de consumo alimentar. A prevalência de depressão entre os
participantes foi de 12,37%. A média de idade foi maior em indivíduos com
depressão. Indivíduos do sexo feminino, que fumavam, com excesso de peso,
inativos fisicamente, que não consumiam bebidas alcóolicas e que possuíam
situação profissional sem rotina estabelecida (do lar, desempregado e
aposentado) apresentavam maior prevalência de depressão. Observou-se que
uma dieta associada ao maior consumo de alimentos fonte de ômega-6, ácidos
graxos trans e carboidratos simples foi associada à maior prevalência de
depressão. E o maior consumo de alimentos de origem animal, proteínas totais,
fontes de triptofano e a ingestão moderada de cerveja foi associado a menor
prevalência da doença. Após ajustes das variáveis por estilo de vida, apenas a
ingestão de cerveja (OR=0,57; IC95%:0,44-0,75) e de ômega-6 (OR=1,60;
IC95%1,24-2,08) manteve associação com o desfecho. Após estratificação por
IMC, a ingestão de ácidos graxos trans foi positivamente associada à
depressão naqueles indivíduos com excesso de peso, no entanto este
resultado não se manteve após ajustes por variáveis socioeconômicas e de
estilo de vida. Sendo assim, o consumo de componentes alimentares, típicos
de hábitos ocidentalizados, foram associados positivamente, e a ingestão
moderada de cerveja negativamente, à prevalência de depressão.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Depressão mental - Universidades e faculdades - ex-alunos, Alimentos - consumo, Ácidos graxos, Cerveja
Citação
OLIVEIRA, Fátima Costa de. Associação de componentes dietéticos com a prevalência de depressão em egressos universitários (Projeto CUME). 2020. 95 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2020.