Análise temporal do ambiente alimentar comunitário de uma metrópole brasileira.

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Data
2020
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Resumo
O ambiente alimentar é caracterizado pela disponibilidade dos tipos de lojas de alimentos, acessibilidade e circunstâncias de aquisição e consumo, podendo ser influenciado por fatores ambientais, políticos, sociais, individuais e demográficos. Destacam-se aqui as características do ambiente comunitário, como a disponibilidade e o tipo de estabelecimentos comerciais de alimentos, como um fator que impacta diretamente no acesso dos indivíduos a alimentos mais ou menos saudáveis. As alterações ocorridas no ambiente alimentar comunitário ao longo do tempo podem alterar o contexto do acesso e consumo alimentar. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo avaliar a mudança no perfil do ambiente alimentar comunitário, relacionado ao comércio formal de alimentos, da cidade de Belo Horizonte (MG) nos anos de 2008, 2011, 2015 e 2018. Trata-se de um estudo ecológico realizado na cidade de Belo Horizonte (MG). Para caracterizar o ambiente alimentar comunitário do comércio formal de alimentos foi desenvolvida uma base de dados geocodificados, com informações provenientes de fonte governamental relativa aos estabelecimentos de venda de alimentos segundo a classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) referentes aos anos de 2008, 2011, 2015 e 2018. A partir da CNAE, os estabelecimentos de alimentos foram classificados conforme a atividade fim realizada e os alimentos predominantemente comercializados, sendo categorizados em quatro grupos (in natura e minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados). Por fim, estes estabelecimentos foram agregados como estabelecimentos saudáveis, mistos e não saudáveis baseado na metodologia proposta pelo Estudo sobre Mapeamento dos Desertos Alimentares no Brasil, de iniciativa da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Para caracterizar o ambiente alimentar comunitário do comércio formal de alimentos nos quatro períodos analisados foram realizadas análises descritivas por meio do cálculo das distribuições de frequências absolutas e relativas, média e desvio-padrão. Foi quantificada a variação do número de estabelecimentos de venda de alimentos entre os períodos analisados (absoluta e percentual) e entre o período final (2018) e inicial (2008). Indicadores de proporção e de densidade de estabelecimentos, segundo grupos, foram analisados considerando a população estimada, a população média e renda per capita por bairro do município. Para a análise da tendência do número de estabelecimentos de venda de alimentos foram utilizados modelos lineares generalizados (GLM), considerando a distribuição de Poisson. Mapas de Kernel foram construídos a fim de analisar a distribuição espacial de cada tipo de estabelecimento por área (km²) do município entre os anos avaliados. Os resultados indicam que houve um aumento de estabelecimentos não saudáveis (154%), seguido pelos mistos (51%) e pelos saudáveis (32%) durante o período avaliado, além de variação na densidade dos estabelecimentos de acordo com os quartis de renda. A proporção de estabelecimentos não saudáveis em relação aos estabelecimentos saudáveis foi maior, demonstrando que a característica do ambiente alimentar comunitário de Belo Horizonte se modificou ao longo dos anos, evidenciando um ambiente alimentar com características desfavoráveis a uma alimentação adequada e saudável.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Ambiente e saúde, Meio ambiente, Centros comunitários - refeições
Citação
JUSTINIANO, Irene Carolina Sousa. Análise temporal do ambiente alimentar comunitário de uma metrópole brasileira. 2020. 65 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2020.