Correlação entre a carga parasitária do Trypanosoma cruzi no tecido cardíaco e detecção de autoanticorpos no soro de cães infectados com a patologia da doença de chagas experimental.
Data
2015
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Resumo
Na cardiomiopatia Chagásica Crônica a presença do parasito parece ser essencial para a perpetuação da inflamação, entretanto devido à intensidade das lesões com escassos parasitos, o fenômeno de autoimunidade é apontado como importante na indução da miocardite. Dessa forma, o uso de drogas tripanocidas pode alterar a patogênese ao diminuir o parasitismo. No Brasil a droga indicada, o Benznidazol (Bz), gera cura parasitológica somente no tratamento realizado na fase aguda da infecção.O objetivo deste estudo foi quantificar o parasitismo no tecido cardíaco e avaliar a presença de autoanticorpos no soro de cães inoculados com diferentes cepas do T. cruzi e correlacionar a carga parasitária e a autoimunidade com a intensidade das lesões cardíacas. Sessenta cães sem raça definida, nascidos e mantidos no canil da UFOP foram infectados com 2,0x103 tripomastigotas metacíclicos/Kg das cepas Berenice-78, AAS e VL-10 do T.cruzi, e após a confirmação da infecção, metade dos cães foi tratada com Bz e a outra metade mantida sem tratamento. Noventa dias após a infecção, 30 animais foram eutanasiados na fase aguda, sendo os outros 30 na fase crônica da infecção. O átrio direito foi seccionado para análise da intensidade do infiltrado inflamatório por H&E, e utilizado para a quantificação do T.cruzi por qPCR. Além da detecção de autoanticorpos por immunoblotting no soro. Todos os grupos experimentais apresentaram miocardite intensa tanto na fase aguda, quanto na fase crônica. A quantificação do DNA do parasito nos animais infectados e não tratados variou de 5,0x102 a 2,6x106cópias/μL na fase aguda e na fase crônica o pico de quantificação foi de 4,9x105 cópias/μL. O tratamento com Bz reduziu significativamente o parasitismo cardíaco entre os animais infectados com a cepa VL-10 e Berenice-78(p<0.05) durante a fase aguda da infecção. Entretanto,na fase crônica não foi houve redução da carga parasitária entre os cães infectados pela cepa VL-10, não sendo possível avaliar a redução entre as outras duas cepas. A análise entre inflamação cardíaca e o parasitismo revelou uma correlação positiva entre o aumento da quantidade de DNA do parasito com o aumento da inflamação. Em relação à autoimunidade, foi observada maior produção de autoanticorpos durante a fase aguda em relação à fase crônica sem correlação com a miocardite.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Doença de Chagas, Patologia, Autoimunidade, Trypanosoma cruzi
Citação
MENEZES, Ana Paula de Jesus. Correlação entre a carga parasitária do Trypanosoma cruzi no tecido cardíaco e detecção de autoanticorpos no soro de cães infectados com a patologia da doença de chagas experimental. 2015. 91 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.