Crise do drama no asfalto brasileiro : a heteronormatividade posta em xeque em Nelson Rodrigues.
dc.contributor.advisor | Nosella, Berilo Luigi Deiró | pt_BR |
dc.contributor.author | Alves, Gustavo Moreira | |
dc.contributor.referee | Rocha Júnior, Alberto Ferreira da | pt_BR |
dc.contributor.referee | Medeiros, Elen de | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2016-05-17T13:56:24Z | |
dc.date.available | 2016-05-17T13:56:24Z | |
dc.date.issued | 2016 | |
dc.description | Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas. Departamento de Artes Cênicas, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto. | pt_BR |
dc.description.abstract | Nesta dissertação, tem-se por objetivo discutir a crise do drama a partir da peça O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues. Levantada pelo crítico Peter Szondi em sua Teoria do drama moderno, mas aqui adaptada, essa noção de crise aponta para a necessidade de se desenvolver uma visão histórica e dialética da forma dramática, o que escaparia às poéticas normativas. Em O beijo no asfalto, os personagens se caracterizam como modernos por serem reprimidos, externamente, pela heteronormatividade, e recalcados, internamente, pelos desejos homoeróticos. Não têm, portanto, a liberdade reclamada pelas dramatis personae antigas. São, segundo Freud, indicativos de uma peça psicopática, a qual ao invés de produzir no público a identificação, gera o incômodo. De acordo com Hegel, a verdadeira obra de arte é aquela em que o conteúdo e a forma são completamente idênticos. Acrescente-se a “dificuldade”: o homem moderno heteronormativamente reprimido é matéria histórico-social que se sedimenta como personagem, gerando tensão na relação indissociável entre conteúdo e forma dramáticos. Para o caso brasileiro, para além da crise que é pensada temporalmente por Szondi, as especificidades históricas em contradição dizem respeito também ao fuso horário, o que faz inclusive buscar complementação teórica nas obras de Anatol Rosenfeld e Iná Camargo Costa. Assim, pensar as categorias aplicadas ao Brasil traz sua própria dicotomia: de um lado, o crítico Décio de Almeida Prado fazia observar o adoçamento das linhas de contorno das formas europeias como traço genuíno do teatro nacional, o que é inclusive reforçado pela noção de cordialidade do brasileiro defendida pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda; de outro lado, dramaturgos batiam de frente com esse traço ao desenvolverem um teatro que se queria cada vez mais épico. Nelson Rodrigues, em O beijo no asfalto, une as duas coisas: com a ironia criada pela metaficção, a ficção jornalística dentro da peça, além de desnudar as engrenagens da informação, utiliza as “formas adoçadas” de maneira a provocar distanciamento, dando conta dos personagens condicionados por forças anônimas e exigindo um ajuste sincrônico das formas teatrais. | pt_BR |
dc.description.abstracten | This dissertation aims to analyse the crisis of drama in the play Kiss at the asphalt, by Nelson Rodrigues. Raised by the critic Peter Szondi in his Theory of modern drama, but adapted here, this notion of crisis points to the need of developing a historical and dialectical view about dramatic form, which falls outside the normative poetics. In Kiss at the asphalt, the characters are determined as modern because they are repressed externally by heteronormativity and internally by homoerotic desires. They have not the freedom claimed by the ancient dramatis personae. They are, according to Freud, indicative of a psychopathic play which instead of producing identification generates distantiation. According to Hegel, the only true works of art are those whose content and form prove to be completely identical. We must add the “difficulty”: modern man heteronormatively repressed is historical-social matter that settles itself as characters, and this creates tension in the inseparable relationship between content and dramatic form. If we think of Brazil, beyond the crisis that is historically thought by Szondi, the contradictory country specificities are also related to the time zone. This additional problem impels one to search for additional theoretical help in the works of Anatol Rosenfeld and Iná Camargo Costa. So, the work of thinking of categories applied to Brazil brings its own dichotomy: on one hand, Décio de Almeida Prado, the theatrical critic, saw what he described as the “sweetening” of contour lines of European forms as the genuine trait of Brazilian national theater, which is even reinforced by the notion of Brazilian cordiality as stated by the historian Sérgio Buarque de Holanda; on the other hand, playwrights clashed with this trait to develop a theater that increasingly seemed to aim at epic forms. Nelson Rodrigues, in Kiss at the asphalt, unites both: by the irony created by the metafiction, the journalistic fiction within the play, and the strip of gears of information, he uses the “sweetened” forms in order to cause estrangement, creating characters conditioned by anonymous forces and demanding a synchronic adjustment of theatrical forms. | |
dc.identifier.citation | ALVES, Gustavo Moreira. Crise do drama no asfalto brasileiro: a heteronormatividade posta em xeque em Nelson Rodrigues. 2016. 110 f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) - Instituto de Filosofia, Artes e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016. | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/6497 | |
dc.language.iso | pt_BR | pt_BR |
dc.rights | aberto | pt_BR |
dc.rights.license | Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 11/05/2016 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação. | pt_BR |
dc.subject | Teatro brasileiro | pt_BR |
dc.subject | Literatura homoerótica | pt_BR |
dc.title | Crise do drama no asfalto brasileiro : a heteronormatividade posta em xeque em Nelson Rodrigues. | pt_BR |
dc.type | Dissertacao | pt_BR |
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