Zonas de cisalhamento do núcleo do anticlinal de Gouveia, cordilheira do Espinhaço, MG : geometria, cinemática e processos deformacionais/metamórficos.

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Data
2005
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Resumo
O Anticlinório de Gouveia, uma culminação antiformal de idade neoproterozóica nucleada pelo embasamento no Cinturão de Dobramentos e Cavalgamentos do Espinhaço Meridional (MG), está estruturado por uma série de falhamentos ancorados no embasamento e por dobramentos em pequena escala, ambos vergentes para oeste. Uma análise detalhada em diversas escalas de observação foi realizada ao longo de um segmento de duas dessas falhas que foram nucleadas no complexo arqueano denominado granito de Gouveia, aqui denominado de granitóide de Gouveia. Esse estudo revelou que a deformação da cobertura foi acomodada no embasamento do núcleo do Anticlinório de Gouveia por meio da nucleação de zonas de cisalhamento dúctil-rúpteis. Tais zonas são constituídas por uma associação de rochas miloníticas e filoníticas e alcançam mergulhos de até 60o, diferentemente da sua continuação na cobertura. Esse mergulho anômalo reflete o controle estrutural exercido pela foliação primária do granitóide de Gouveia sobre a geometria das zonas de cisalhamento estudadas. Indicadores cinemáticos de vários tipos revelam duas fases principais de deformação. Aprimeira, com cinemática reversa sinistral, possui vergência para oeste e foi responsável pela nucleação das zonas de cisalhamento. Asegunda, com movimentação normal destral, desenvolve-se por meio da reativação de porções das zonas anteriormente nucleadas. Os principais processos observados na escala de grão nas zonas de cisalhamento estudadas foram o microfraturamento e deslizamento friccional em grãos de feldspato e biotita, deformação cristalplástica em quartzo e processos envolvendo transferência de soluções. A circulação de fluidos foi um processo ativo em ambas as fases de deformação levando à instalação de reações de hidratação e substituição do K-feldspato pelo plagioclásio, dissolução/precipitação de quartzo e crescimento de turmalina e barita. Como resultado disso, as zonas estudadas são dominadas por rochas protomiloníticas e filoníticas. As condições de temperatura estimadas para a deformação varia entre 300 e 400o C e o metamorfismo alcança temperatura de 500°C.
Descrição
Palavras-chave
Protomilonitos, Milonitos, Phyllonites, Solution transfer, Zona de cisalhamento
Citação
CRUZ, S. C. P.; ALKMIM, F. F. de; LAGOEIRO, L. E. Zonas de cisalhamento do núcleo do anticlinal de Gouveia, cordilheira do Espinhaço, MG: geometria, cinemática e processos deformacionais/metamórficos. Revista Brasileira de Geociências, v. 35, p. 441-452, 2005. Disponível em: <http://sbgeo.org.br/pub_sbg/rbg/vol35_down/3504/1327.pdf>. Acesso em: 04 set. 2014.