Efeito da formulação oral HPβCD-Angiotensina-(1-7) na lesão muscular e rendimento físico de atletas de mountain bike : um estudo crossover duplo-cego.

Abstract

Constantemente, pesquisas buscam associação de novos suplementos no rendimento esportivo. Estudos prévios em animais e humanos sugerem que a formulação oral HPβCD-Angiotensina-(1-7) poderia aumentar o rendimento físico, visto que induz a liberação de óxido nítrico e potencializa a ação da bradicinina. Além disso, a Ang-(1-7) pode estar envolvida na utilização de ácidos graxos não esterificados liberados dos adipócitos, o que possivelmente pode contribuir para maior β-oxidação, poupando a glicose hepática e muscular, contribuindo, dessa forma, para uma menor variação de glicose plasmática, sugerindo uma melhoria global na eficiência metabólica. A premissa deste estudo foi investigar o efeito da suplementação oral HPβCD-Angiotensina-(1-7) no rendimento esportivo de atletas de mountain bike (MTB). Participaram do estudo 10 atletas de MTB da região de Ouro Preto/MG, envolvidos em seus programas de treinamento por pelo menos um ano. Os ensaios experimentais foram delineados de maneira cruzada, dupla-cega, randomizada, separados por 7 dias. A administração oral de HPβCD-Ang-(1-7) (2mg) e HPβCD-Placebo em cápsulas, 3 horas antes dos testes. Para investigar os efeitos da formulação HPβCD-Ang-(1-7) em parâmetros cardiovasculares, foram avaliadas a frequência cardíaca e a pressão arterial em repouso e no pico de esforço máximo. O rendimento físico foi avaliado por meio de um teste de contrarrelógio (TT20km) em um cicloergomêtrico de pernas. Medidas perceptivas foram consideradas: percepção subjetiva de esforço (PSE) foi registrada a cada 2 km, durante os 20km e, percepção subjetiva de esforço da sessão de teste (sPSE). Amostras de sangue foram colhidas pré, pós, 24 e 48h após os testes físicos, para avaliar os parâmetros bioquímicos: lactato, ácidos graxos não esterificados (AGNEs), glicemia e creatina quinase (CK). Os dados foram expressos em média ± desvio padrão da média e o nível de significância adotado foi de p < 0,05. Não foram observadas diferenças significativas para as variáveis de rendimento físico, medidas de percepção do esforço físico: PSE e PSE da sessão e variáveis bioquímicas (AGNEs, lactato, glicose e CK). Para as variáveis cardiovasculares, os resultados exibem uma diferença significativa na PAM (p=0,004) e PAD (p=0,02) de repouso, o mesmo não foi observado para PAS e FC de repouso e máxima. A suplementação com Ang-(1-7) não melhorou o desempenho físico de atletas de MTB em um protocolo de contrarrelógio.