Avaliação da intervenção farmacológica com Doxiciclina e Benznidazol na fase crônica da infecção pelo Trypanosoma cruzi em modelo canino.

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2016

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Resumo

O manejo clínico do indivíduo chagásico crônico se faz, em parte, por intermédio de fármacos com diferentes ações cardioprotetoras visando melhoria funcional do órgão uma vez que a terapia específica anti-Trypanosoma cruzi ainda permanece restrita ao uso do benznidazol (Bz) e se mostra pouco eficiente nos casos crônicos. No entanto, a cardiopatia induzida pelo T. cruzi é sabidamente uma doença dependente da resposta inflamatória do hospedeiro ocasionando destruição celular/tecidual e, consequente, remodelamento na matriz extracelular cardíaca. Esse remodelamento é regulado por enzimas proteolíticas como as metaloproteinases (MMPs) e por diversos outros mediadores inflamatórios. No presente estudo 30 cães sem raça definida foram infectados (ou não) pela cepa Berenice-78 do T.cruzi e submetidos ao tratamento diário com doses subanticrobiais do antibiótico doxiciclina durante 12 meses de infecção (sendo 50mg/Kg manhã e 50mg/kg noite) em associação (ou não) com o tratamento por 60 dias com o Bz (7mg/kg – administrado a partir do 9º mês de infecção e dividido em duas doses diárias). Antes e durante os 14 meses de infecção, estes animais foram avaliados seis vezes quanto à função cardíaca (ECG e ecocardiografia) e amostras de sangue coletadas para avaliação de parâmetros bioquímicos. Após a eutanásia, o tecido cardíaco (ventrículos) foi avaliado quanto à expressão de quimiocinas (CCL1-5, -17, -20, -24, -26, CXCL-9, -10 e IL-17) por qPCR. No plasma foram avaliados marcadores de regulação Redox (catalase, superóxido dismutase, sistema glutationa, óxido nítrico e proteínas carboniladas) e marcadores bioquímicos de dano tecidual. Os tratamentos foram capazes de reduzir a massa do coração em relação a animais infectados com a cepa Be-78 do T. cruzi, além de reduzir o número de linfócitos e respectiva produção de IFN-ƴ. Pelos exames bioquímicos no plasma, não foram observadas lesões hepáticas ou renais após os 14 meses de infecção. Os tratamentos foram capazes ainda de alterar o perfil de expressão de quimiocinas com perfil Th1 no ventrículo esquerdo dos animais. No entanto, mesmo mostrando interessante ação na redução do perfil inflamatório no tecido cardíaco, os tratamentos não foram capazes de apresentar melhora funcional, nos parâmetros avaliados, em cães sem raça definidos infectados pela cepa Be-78 do T. cruzi.

Descrição

Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.

Palavras-chave

Medicamentos - prevenção, Cão como animal de laboratório

Citação

COSTA, Guilherme de Paula. Avaliação da intervenção farmacológica com Doxiciclina e Benznidazol na fase crônica da infecção pelo Trypanosoma cruzi em modelo canino. 2016. 116 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.

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