Transposição de solo de mata cria núcleos de vegetação pioneira de cerrado em área de empréstimo.

Abstract

Em áreas degradadas resultantes da retirada significativa das camadas orgânicas do solo, as técnicas de restauração precisam, obrigatoriamente, considerar a recriação de condições edáficas mínimas para permitir o estabelecimento de plantas. Neste estudo, avaliou-se a transposição de topsoil retirado de fragmentos florestais do entorno de uma área degradada pelo empréstimo de solo para construção de uma hidroelétrica em Catalão GO. O experimento foi instalado em blocos, com 36 parcelas de 1 m2 de 3 diferentes tratamentos: (i) controle, (ii) capina e (iii) transposição de topsoil. Durante 1 ano foram registradas os regenerantes que se estabeleciam, identificadas as espécies e classificados por formas de vida. Nas parcelas recebedoras de topsoil a riqueza de espécies foi maior, com 84%, seguidas do tratamento com capina (11%) e controle (5%). A abundância também foi maior no tratamento com transposição de topsoil. A espécie com maior (IV) foi à espécie S. viscosa, indicada para a recuperação de áreas degradadas. Dentre as formas de vida, as terófitas, espécies de crescimento e ciclo rápido, foram dominantes. A maior parte dos regenerantes são espécies arbustivas e herbáceas de cerrado senso strictu das famílias Fabaceae, Malvaceae, Rubiaceae e Asteraceae. Na área estudada observou-se um processo inicial da sucessão e a adição de topsoil favoreceu a rápida cobertura do solo aumentando a riqueza e abundância dos regenerantes. Desta forma, fica demonstrando que a transposição de topsoil, mesmo que em quantidades mínimas pode contribuir para a restauração de áreas degradadas.