Estudo fitoquímico do extrato das folhas de Melaleuca leucadendra : obtenção de micelas poliméricas para potencial utilização no tratamento de inflamações oculares.

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Data
2020
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Resumo
A inflamação no olho é algo típico de ocorrer em muitas doenças oculares, causando efeitos visuais que vão desde fotossensibilidade e embaçamento até a cegueira. A terapia de escolha atual provoca efeitos colaterais graves em caso de uso crônico e, por via tópica, a presença de muitas camadas a serem permeadas, dificulta alcançar as concentrações terapêuticas no tecido alvo. O extrato etanólico bruto das folhas (EEB) de Melaleuca leucadendra, potente sequestrador de radicais livres, pode apresentar uma boa fonte de compostos com atividade anti-inflamatória. Micelas poliméricas representam uma possibilidade de promover um aumento na permeação ocular de ativos. Assim, o objetivo desse estudo foi desenvolver micelas de poloxâmero 407 contendo fração do extrato das folhas de Melaleuca leucadendra para potencial tratamento de inflamação ocular. Foi obtido o EEB e, por partição líquido/líquido, suas frações hexânica, acetato de etila, butanólica e aquosa. Extrato e frações foram analisados quanto ao teor de compostos fenólicos, teor de flavonoides e atividade antioxidante in vitro. A fração butanólica apresentou uma maior concentração desses compostos e maior atividade (CE50 5,17 ± 0,63), sendo selecionada para as análises posteriores. Foram identificados, por CLUE-DAD-ESI-EM/EM, 8 dos principais flavonoides que a compõem, sendo todos flavonóis derivados da quercetina, canferol e miricetina. A fração apresentou baixa ou nenhuma citotoxicidade nas concentrações de atividade, frente a diferentes linhagens celulares. Apresentou, ainda, potencial efeito antioxidante e anti-inflamatório, in vitro, quando avaliada frente a HaCaT, sendo capaz de, numa concentração de 7,5 μg/mL, reduzir as concentrações de óxido nítrico e EROS e reduzir a expressão de COX-2, analisada por Western Blotting. Pelo método de dispersão a frio, foram preparadas micelas de poloxâmero 407 a 13%, sendo a fração incorporada a elas por dissolução direta. Análises de tamanho de partícula, índice de polidispersão, potencial zeta, pH e comportamento reológico, confirmaram a obtenção de partículas nanométricas, estáveis e com boas propriedades para aplicação ocular. A biocompatibilidade ocular foi avaliada, in vitro, através do teste em membrana corioalantoide de ovo embrionado de galinha (HET-CAM), sendo as formulações classificadas como não irritantes. Assim, essas micelas poliméricas estáveis, com propriedades que podem colaborar para uma elevada biocompatibilidade e possivelmente uma maior biodisponibilidade da fração anti-inflamatória nos tecidos oculares, representam uma boa alternativa para o tratamento oftálmico de uveítes.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Melaleuca, Uveíte, Micelas, Agentes anti-inflamatórios
Citação
CARVALHO, Karen Vitor. Estudo fitoquímico do extrato das folhas de Melaleuca leucadendra: obtenção de micelas poliméricas para potencial utilização no tratamento de inflamações oculares. 2020. 138 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.