Imaginação e liberdade : condição fundamental da literatura para crianças e jovens.

Abstract

Este trabalho apresenta uma reflexão teórico-metodológica acerca das literaturas para criança e adolescente, com a temática de desconstrução de gênero e sexualidade. Considerou-se, para isso, as propostas sócio interacionista do desenvolvimento humano (Piaget, 1975; Vygotsky, 1988), para se pensar a função social da literatura, por meio da abordagem fenomenológica que compreende as condições que a linguagem que faz parte do texto pode assumir, gerando possibilidades plurissignificativas de uma dimensão sistêmica de significantes (Fiuza, 2011). Objetivou-se, portanto, abordar a literatura como meio de dar continuidade de leitura de mundo, relacionando com o mundo externo que se faz presente no indivíduo, além de elevar a concepção artística do fenômeno literário para crianças e adolescentes, possibilitando um ganho de multiplicidade e força nos modos de formação humana. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a partir de uma revisão teórica a respeito do papel social e formativo da literatura. Sendo assim, a dissertação é dividida em três capítulos. Sendo o primeiro, uma síntese teórica sobre o papel da imaginação no processo de desenvolvimento humano. Já no segundo, a discussão parte das teorias literárias, em especial a teoria da recepção, que analisa as concepções que influenciam a educação e a circulação de obras literárias no ensino formal, além de examinarem as contribuições do método fenomenológico para compreender o papel do leitor frente a obras que podem gerar desconforto devido à sua temática. Por fim, no terceiro capítulo, apresento uma análise de três obras literárias para crianças, sendo elas Pode Pegar!, de Janaína Tokitaka, Princesa Kevin, de Michael Escoffier e Julián é uma sereia, de Jessica Love. Tais narrativas estão voltadas para o leitor em fase iniciante e possuem temática que questiona os conceitos dados como gênero em nossa sociedade.