Avaliação nutricional e hipercolesterolemiante da “proteína do soro do leite” comercial.

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Data

2007

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Editor

Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.

Resumo

As proteínas do soro do leite, conhecidas como whey protein, são extraídas da porção aquosa do leite, gerada durante o processo de fabricação do queijo. Sua obtenção envolve a separação das caseínas, que pode ser realizada por coagulação enzimática ou por precipitação ácida da caseína. São geralmente encontradas comercialmente sob a forma de pó em suplementos alimentares. Estudos têm relatado sua capacidade em modular respostas orgânicas em diferentes condições metabólicas e patológicas, como câncer, AIDS e nas dislepidemias. No que concerne à qualidade biológica desses suplementos alimentares, poucos estudos são encontrados na literatura, sendo sua qualidade nutricional atribuída principalmente à sua composição de aminoácidos. Seus efeitos sobre a atividade hepática e renal de ratos hipercolesterolêmicos não são conhecidos, e os efeitos sobre o metabolismo de lipídeos de ratos trazem resultados conflitantes. 64 ratos da linhagem Fisher foram utilizados em dois experimentos. No experimento 1, 32 ratos Fisher recém desmamados foram divididos em 4 grupos, recebendo as seguintes dietas: grupo C, dieta padrão; grupo PS, dieta padrão modificada, contendo as proteínas do soro em substituição integral à caseína; dieta CP, substituição de 30% de caseína pelas proteínas do soro; e grupo aprotéico, dieta aprotéica. A ingestão e o ganho de peso foram monitorados semanalmente para o cálculo da “Razão Protéica Liquida” (RPL), “Coeficiente de Utilização Protéica” (CUP), “Digestibilidade Verdadeira” (DV) e “Balanço Nitrogenado” (BN). Após 4 semanas, o sangue dos animais foi coletado para dosagem bioquímica e os animais sacrificados. No experimento 2, 32 ratos Fisher adultos foram divididos em 4 grupos, recebendo as seguintes dietas: grupo C, dieta padrão (AIN-93M); grupo H, dieta hipercolesterolemiante; grupo PS, dieta padrão e proteínas do soro; grupo PSH dieta hipercolesterolemiante e proteínas do soro. A ingestão alimentar e o ganho de peso foram monitorados semanalmente, e após 8 semanas, os animais foram sacrificados e o sangue coletado para dosagem bioquímica. Resultados do experimento 1 mostram que a dieta PS gerou valores estatisticamente maiores de RPL, CUP e DV, assim como nas concentrações plasmáticas de albumina, proteínas totais, colesterol total, colesterol HDL e glicose. A dieta CP não foi capaz de 6 promover tais diferenças. Encontrou-se ainda uma relação positiva entre as proteínas do soro, colesterol HDL e atividade da paraoxonase (PON). Não foram observadas alterações nos parâmetros bioquímicos usados para avaliar as funções hepáticas e renais em nenhum dos grupos. No experimento 2, observamos que as proteínas do soro não reduziram o colesterol plasmático de forma significativa. Observamos também que as proteínas do soro promoveram um aumento na concentração plasmática de triglicérides. No entanto, reduziram a atividade da aspartato aminotransferase e da fosfatase alcalina, assim como a concentração plasmática de creatinina. Não observamos nenhum efeito sobre as defesas antioxidantes avaliadas. As dietas contendo as proteínas do soro geraram também ossos mais pesados, com maior diâmetro e comprimento que as dietas contendo caseína. Nossos dados mostram que as proteínas do soro apresentam altos índices de qualidade protéica. A avaliação bioquímica dos animais do experimento 1 revelou que as proteínas do soro foram determinantes para a homeostase glicêmica no jejum prolongado, melhorando também o perfil lipídico e a atividade da PON. No experimento2, não observamos um efeito hipocolesterolêmico significativo em ratos, apesar de essa tendência ter sido observada. No entanto, impediram de forma significativa a ocorrência de alterações nos parâmetros indicadores das funções hepáticas e renais provocadas pela dieta hipercolesterolemiante. Os dados sugerem também que as proteínas do soro afetam positivamente a formação óssea, quando comparadas com as dietas contendo caseína.

Descrição

Palavras-chave

Soro do leite - proteínas, Bioquímica estrutural, Coeficiente de utilização protéica, Hipercolesterolemia

Citação

HARAGUCHI, F. K. Avaliação nutricional e hipercolesterolemiante da “proteína do soro do leite” comercial. 2007. 66 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2007.

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