Influência da utilização da desferrioxamina, quelante de ferro, sobre o curso da infecção pelo Trypanosoma cruzi em camundongos.

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Data
2006
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Utilizaram-se camundongos Swiss machos com trinta dias de idade, divididos em quatro grupos experimentais: (1) controle não-tratado - CNT; (2) controle tratado - CT; (3) infectado com a cepa Y do T. cruzi e não-tratado - INT e (4) infectado com a cepa Y do T. cruzi e tratado - IT. Os animais tratados receberam 5mg/animal/dia de Desferrioxamina (DFA) durante os 14 dias que precederam a infecção (500 formas sanguíneas da cepa Y do T. cruzi via intraperitoneal). Após a infecção, o grupo IT recebeu DFA por mais 21 dias. Nos grupos infectados, tratados ou não, avaliaram-se a curva de parasitemia diária, período pré-patente, patente, pico de parasitemia, dia do pico de parasitemia, taxa de mortalidade, e nos animais que sobreviveram à fase aguda da infecção, hemocultura, PCR e ELISA. Nos quatro grupos experimentais foram realizadas a dosagem de ferro no fígado, ferro sérico e hemoglobina. Avaliou -se também o peso dos animais, o peso relativo do coração, fígado, baço e linfonodo e as alterações histopatológicas, bem como o parasitismo tecidual nestes órgãos. Os animais foram necropsiados no 14 o e 21 o dia após a infecção (DAI). No grupo IT, a média dos níveis de parasitemia, a taxa de mortalidade apresentaram-se menores em relação ao grupo INT. Não foram observadas diferenças significativas no período pré patente. O pico de parasitemia no grupo INT foi no 11 o dia e no grupo IT no 10 o . O período patente no grupo INT (11 dias) foi significativamente menor que no grupo IT (21 dias). Cinco animais do grupo IT e 1 animal do grupo INT sobreviveram à infecção. Todos os animais tratados apresentaram hemocultura negativa na fase aguda e crônica da infecção enquanto o animal não-tratado apresentou hemocultura positiva nas duas fases. A PCR apresentou-se positiva em todos os animais tratados avaliados aos 60 DAI e 3 destes apresentaram PCR negativa aos 240 DAI. O animal infectado e nãotratado apresentou PCR positiva aos 60 e 240. Todos os animais apresentaram ELISA positiva aos 60 e 240 DAI. Os animais infectados apresentaram menores níveis de ferro no fígado que os animais não-infectados no 14 o e 21 o DAI. Os animais do grupo INT apresentaram maiores concentrações de ferro sérico quando comparados aos animais dos grupos CNT e IT no 21 o DAI. No 14 o DAI, os animais do grupo IT apresentaram níveis mais baixos de hemoglobina quando comparados ao grupo CT. O tratamento com a DFA reduziu o peso corporal dos animais infectados ou não. Entre o 14 o e 21 o DAI, observou-se aumento de peso relativo do coração, baço, fígado e linfonodo apenas no grupo INT. Os animais infectados, tratados ou não apresentaram alterações histológicas semelhantes no coração. O fígado dos animais do grupo IT, apresentou menor intensidade de alterações e a avaliação dos órgãos linfóides demonstrou resposta mais precoce no grupo IT . Não foram observadas diferenças em relação ao parasitismo tecidual nos órgãos analizados dos animais infectados, tratados ou não com DFA. Estes resultados demonstram que a diminuição dos níveis de ferro do hospedeiro contribui para a melhora do quadro clínico da infecção.
Descrição
Palavras-chave
Desferroxamina, Trypanosoma cruzi, Doença de Chagas
Citação
ARANTES, J. M. Influência da utilização da desferrioxamina, quelante de ferro, sobre o curso da infecção pelo Trypanosoma cruzi em camundongos. 2006. 84 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2006.