Ancestralidade genética e marcadores de risco para a doença cardiovascular em distritos do município de Ouro Preto, Minas Gerais.

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Data
2019
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Resumo
Essa proposta pretende determinar a associação entre marcadores informativos de ancestralidade genética (MIAs), marcadores genéticos e os fatores de risco cardiovascular (FRCV) clássicos nos distritos de Lavras Novas, Chapada e Santo Antônio do Salto, em Ouro Preto/MG. Foi realizado um estudo transversal com 515 participantes onde foram avaliadas as variáveis clínicas, antropométricas e bioquímicas para definição dos FRCV: hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, obesidade e sobrepeso. A adipocina quemerina foi avaliada como FRCV emergente. As estimativas das proporções de ancestralidade individual e geral foram realizadas considerando 3 populações parentais: Europeia, Africana e Ameríndia. Também foi determinada a frequência alélica e genotípica utilizando um painel de 12 polimorfismos do tipo SNP e testadas quanto ao Equilíbrio de Hardy-Weinberg. A prevalência de hipertensos (43%), diabéticos (10%), dislipidêmicos (63,3%), obesos (22,1%) e de sobrepeso (33%) foi elevada, sendo observada uma maior proporção de todos os fatores de risco entre as mulheres. A média da concentração plasmática de quemerina foi 203,8 ± 119,4 ng/mL, com diferença significativa entre homens e mulheres. A análise de proporção dos MIAs mostrou 48% de ancestralidade europeia, 41% de ancestralidade africana e 11% de ancestralidade ameríndia. Segundo a predominância de um grupo parental ou presença de miscigenação observou-se uma população majoritariamente miscigenada com 313 (86,5%) indivíduos compondo esse grupo. As variáveis que chamaram a atenção foram o colesterol total, triacilgliceróis e as frações HDL-c e não-HDL-c sendo que para todas foram observados maiores valores médios no grupo com predominância africana. A presença concomitante dos genótipos de risco AA e GT+TT dos SNPs APOB rs693 e NOS3 rs1799983, respectivamente, mostrou maior chance de apresentar a concentração plasmática elevada de quemerina quando comparado ao genótipo de referência (GG). A presença do alelo T do SNP RARRES2 rs4721 apresentou gradiente de risco dependente com as variáveis comportamentais, bioquímicas, idade e diabetes na determinação da chance de ter HAS, a qual aumentou nos homozigotos de risco em relação aos heterozigotos. Portanto, conclui-se que a população apresenta o padrão de ancestralidade esperado para região Sudeste, formado pela miscigenação de europeus e africanos principalmente. Entretanto observou-se maior influência africana em relação a área urbana de Ouro Preto e outras regiões no Sudeste brasileiro. A autoclassificação de cor de pele foi inconsistente com a ancestralidade genética. A elevação da concentração plasmática de quemerina pode ser um importante preditor de risco cardiovascular e pode interagir com as variantes NOS3 rs1799983 e APOB rs693 promovendo a DCV, e um mecanismo provável pode ser a disfunção no endotélio vascular. Por último, a influência do SNPs RARRES2 rs4721 na adiposidade visceral pode ser um importante predisponente ao risco cardiovascular, e a interação de seu alelo T com outros fenótipos de risco pode ser um fator genético modificador do efeito de fatores de risco clássicos para a HAS.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Sistema cardiovascular - doenças, Genética, Polimorfismo - genética, Hipertensão
Citação
BATISTA, Aline Priscila. Ancestralidade genética e marcadores de risco para a doença cardiovascular em distritos do município de Ouro Preto, Minas Gerais. 2019. 206 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.