Influência dos níveis séricos de leptina e cortisol na fissura e abstinência tabágica.

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Data
2015
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Resumo
O tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável e o maior fator de risco para desenvolvimento de doenças pulmonares e cardiovasculares. A leptina inibe a liberação de cortisol podendo aumentar a fissura pelo cigarro, dificultando o processo de cessação tabágica. Atualmente, são escassas na literatura, informações sobre a influência da leptina e do cortisol no processo inicial de cessação tabágica e sua relação com a fissura, tornando-se clara a necessidade de mais informações para elucidar tais conhecimentos. A presente dissertação está apresentada na forma de um artigo original que contempla o seguinte objetivo: avaliar a influência da concentração sérica de leptina e cortisol de fumantes no início do tratamento sobre a fissura e status tabágico após um mês de intervenção para a cessação. Trata-se de um estudo de intervenção, realizado com tabagistas em tratamento para a cessação tabágica. Antes de iniciar a intervenção, os tabagistas realizaram coleta de sangue em jejum, para análise das concentrações séricas de leptina e cortisol. A avaliação antropométrica foi realizada no início e após um mês de tratamento. A concentração de leptina foi ajustada, por meio da técnica de regressão linear, pelo Índice de Massa Corporal Inicial (IMC) (leptina/IMC), e pelo Percentual de Gordura Corporal Inicial (%GC) (leptina/%GC). O grau de fissura foi avaliado através do Questionnaire of Smoking Urges-Brief (QSUBrief). O QSU-Brief foi avaliado quanto ao seu somatório e pontuações do fator 1 e fator 2. As análises estatísticas foram realizadas no programa estatístico PASW 17.0. Dos 67 voluntários avaliados, 46 completaram o acompanhamento de 1 mês. Daqueles que concluíram o tratamento, 24 permaneceram fumantes e 22 atingiram a abstinência. Entre os fumantes, a média e desvio padrão de leptina/IMC e leptina/%GC foi respectivamente de 11,91±5,82 e 12,12±6,89 ng/mL. Entre os que conseguiram se abster, a média foi 11,32±5,47 e 11,36±6,54 ng/mL. Já o cortisol apresentou entre os fumantes, mediana e intervalo interquartil de 8,95 (8,20-19,37) e entre os abstinentes 11,00 (7,40-14,40). Não houve diferença nas concentrações iniciais de leptina e cortisol entre os grupos (p> 0,05). Houve correlação entre o QSU-Brief (Fator 1 e 2) inicial com a concentração de leptina/%GC entre os que continuaram fumando (QSU-Brief: r=0,497; p=0,014; Fator 1: r=0,434; p=0,034; Fator 2: r=0,442; p=0,030). Após 1 mês, houve correlação entre leptina/%GC e o QSU-Brief (Fator 2), nos fumantes (QSU-Brief: r=0,464; p=0,026; Fator 2: (r=0,595; p=0,003). Já entre os abstinentes, houve correlação apenas entre leptina/IMC e o QSU-Brief (Fator 2) inicial (r=0,489; p=0,021). Os indivíduos que apresentaram maiores concentrações de leptina/%GC (> 12ng/mL) apresentaram maior pontuação do Fator 2 do QSU-Brief após 1 mês de tratamento (n=15; p=0,030). Foi observada correlação entre leptina/IMC e leptina/%GC com o QSU-Brief (Fator 2) de 1 mês entre as mulheres que permaneceram fumantes (r=0,565; p=0,023) e com o QSU-Brief (Fator 2) inicial entre as mulheres abstinentes (r=0,551; p=0,033). Já entre os homens, houve correlação apenas entre os níveis de cortisol com o número de cigarros/dia após 1 mês entre aqueles que continuaram fumando (r=-0,587; p= 0,035). Conclusão: As maiores concentrações de leptina foram associadas com maior fissura e dificuldade em conseguir a abstinência. Houve correlação positiva da leptina/IMC e leptina/%GC com o reforço negativo QSU-Brief (Fator 2), após 1 mês nas mulheres que não conseguiram parar de fumar.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Substâncias - abuso, Programas contra o fumo, Cigarros - vício
Citação
GOMES, Arthur da Silva. Influência dos níveis séricos de leptina e cortisol na fissura e abstinência tabágica. 2015. 114 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2015.