Variações químicas e mineralógicas na zona de cisalhamento de Gouveia (Minas Gerais) e suas implicações no processo de reativação tectônica.
Data
2005
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Resumo
A zona de cisalhamento dúctil-rúptil de Gouveia, junto com três outras estruturas similares a ela, se entende por 10 km no embasamento do núcleo do Anticlinório de Gouveia, uma culminação regional nucleada na porção externa do cinturão de dobramentos e cavalgamentos Araçuaí, de idade neoproterozóica. O embasamento do Anticlinório de Gouveia consiste essencialmente de migmatitos arqueanos, granitóides e xistos, enquanto as unidades de coberturas compreendem seqüências de quartzitos e filitos do Supergrupo Espinhaço, de idade Paleo-Mesoproterozóica. A zona de cisalhamento de Gouveia orienta-se segundo NNW-SSE, com mergulhos variáveis para ENE e desenvolve-se sob condições de fácies xisto verde. Os indicadores cinemáticos revelam a existência de duas fases de deformação associadas a essa zona, respectivamente, reversa - reversa sinistral e normal - normal destral. Com o objetivo de
investigar a natureza dos processos envolvidos na nucleação e evolução dessa zona, foram realizados estudos de petrologia e geoquímica em um segmento da zona de cisalhamento em questão nucleada no granito de Gouveia, de idade arquena. A porção estudada apresenta largura de 32,8 m e compreende rochas de natureza milonítica e filonítica. Em direção ao centro da zona observa-se, de uma maneira geral, uma progressiva diminuição no conteúdo em plagioclásio, K-feldspatos e quartzo, combinado com um aumento em biotita e clorita. Essas mudanças são acompanhadas por importantes perdas em potássio, cálcio, sódio e sílica. Ao longo da zona estudada alternam-se rochas miloníticas e filoníticas. Nas porções filoníticas foram observadas duas fases deformacionais. Nessas rochas, predominam os processos que levaram à dissolução do quartzo e à total eliminação desse mineral e dos feldspatos. Nas rochas miloníticas, ricas em quartzo, observa-se o registro de uma cinemática reversa-sinistral. De acordo com o balanço de massa realizado estimou-se uma redução de volume de até 60% nas porções filonitizadas.
Descrição
Palavras-chave
Cisalhamento, Serra do espinhaço meridional, Filonitização, Mylonite
Citação
CRUZ, S. C. P.; EVANGELISTA, H. J.; ALKMIM, F. F. de. Variações químicas e mineralógicas na Zona de Cisalhamento de Gouveia (Minas Gerais) e suas implicações no processo de reativação tectônica. Revista Brasileira de Geociências, v. 35, p. 453-462, 2005. Disponível em: <http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/view/9411/0>. Acesso em: 04 de set. 2014.