Avaliação do potencial do uso do pó de pedra-sabão (esteatito) e de biomassas modificadas como adsorventes de cobre e chumbo presente em cachaças artesanais.

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Data

2018

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Resumo

A cachaça é um destilado obtido a partir do caldo de cana de açúcar fermentado e é a bebida alcoólica destilada mais popular no Brasil. Todavia, sua exportação ainda é baixa devido à baixa qualidade das bebidas produzidas, advinda principalmente na forma de contaminantes metálicos. Atualmente, se regulamenta que os teores máximos permitidos de cobre (Cu) e chumbo (Pb) na cachaça, são 5,0mg/L e 200µg/L, respectivamente. A contaminação por chumbo advém da adubação da cana-de-açúcar que será utilizada; e a contaminação por cobre ocorre devido a uso de alambiques de cobre que produzem a bebida de forma artesanal, conferindo sabor característico devido às propriedades do cobre. Entretanto, estes metais trazem riscos a saúde, afetando, principalmente, as atividades do sistema nervoso e muscular. A busca por materiais adsorventes baratos e sustentáveis capazes de remover esses contaminantes metálicos é essencial para facilitar a regulamentação deste produto. Este trabalho apresenta a remoção de metais catiônicos presentes em cachaça artesanal a partir de pó de pedra-sabão (PPS) e biomassas modificadas (BOx e COx). Os materiais Box e COx foram sintetizados a partir da reação de oxidação de bagaço de cana-de-açúcar e celulose comercial, caracterizados utilizando as técnicas de ganho de massa, número de função ácido carboxílico e infravermelho. Então, avaliou-se a capacidade do PPS, COx e BOx de adsorção de cobre e chumbo em cachaça em função de sua dosagem. Nos testes realizados observou-se que a capacidade máxima de adsorção é, para o PPS, igual a 0,141mg/g de Cu e 0,023mg/g de Pb; para BOx é igual 13,55mg/g de Cu e 0,97mg/g de Pb; e para COx 13,69mg/g de Cu e 0,65mg/g de Pb. Com a baixa eficiência do PPS optou-se pela continuidade dos experimentos apenas com as biomassas. Em seguida, determinou-se o tempo de equilíbrio de adsorção de Cu2+ e Pb2+ via um estudo cinético, obtendo o patamar de equilíbrio de adsorção de 6 horas para o bagaço de cana oxidado e 12 horas para celulose oxidada para os cátions estudados. Por fim, realizou-se um estudo em função da quantidade inicial de adsorvente, e pôde-se observar a real eficiência dos produtos analisados, mesmo na menor concentração os produtos conseguiram atingir valores exigidos pela legislação brasileira; entretanto, para o valor de Cu2+ de 2 mg/L, somente a celulose oxidada conseguiu atingir essa exigência. Assim, conclui-se que uso da celulose e do bagaço de cana modificados quimicamente são uma opção viável para criação de filtros sustentáveis e eficientes para o tratamento de cachaças artesanais.

Descrição

Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.

Palavras-chave

Cachaça, Adsorção, Pedra-sabão

Citação

NUNES, Edilene do Nascimento. Avaliação do potencial do uso do pó de pedra-sabão (esteatito) e de biomassas modificadas como adsorventes de cobre e chumbo presente em cachaças artesanais. 2018. 62 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2018.

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