A origem do fosfato nas rochas vulcânicas e vulcanoclásticas do grupo mata da corda nas regiões de Patos de Minas e Presidente Olegário, MG

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Data

2012

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Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.

Resumo

Na região do Triângulo Mineiro, entre os municípios de Patos de Minas e Presidente Olegário, são encontradas rochas vulcânicas e vulcanoclásticas do Grupo Mata da Corda, de idade cretácica, que apresentam teores elevados de fosfato (de até 22,64% em peso de P2O5). Estudos petrológicos, mineralógicos, geoquímicos e de química mineral permitiram a identificação e caracterização das fases minerais das rochas vulcânicas e vulcanoclásticas. Os litotipos do Grupo Mata da Corda descritos neste trabalho englobam brechas piroclásticas, lapillitos, mafuritos e uganditos. As brechas piroclásticas são constituídas por fragmentos de rochas vulcânicas e vulcanoclásticas e, subordinadamente, por piroxênio, perovskita, flogopita, apatita e magnetita. A matriz das brechas mais alteradas é composta essencialmente por fluorapatita, gorceixita, wavellita, argilominerais e zeólitas. Os lapillitos apresentam a composição mineralógica idêntica à das brechas, observando-se, entretanto, uma matriz constituída por micrólitos de piroxênio, perovskita, flogopita, apatita, vidro vulcânico alterado além magnetita. Uma característica comum aos dois litotipos é a presença de microveios ricos em fluorapatita, wavellita e gorceixita cortando a sequência vulcanoclástica. Diques de rochas com afinidade kamafugítica (uganditos e mafuritos), relacionados provavelmente ao estágio final da manifestação magmática cretácica, cortam as brechas e os lapillitos. Os mafuritos são constituídos por Mg-olivina, diopsídio, perovskita, titano-magnetita, flogopita e apatita. Já os uganditos apresentam composição mineralógica similar aos mafuritos diferenciando-se pela presença de pseudomorfos de leucita e menor proporção de olivina. Na base do Grupo Mata da Corda foram descobertos soleiras e diques clásticos constituídos por grãos de quartzo, plagioclásio, microclínio, ortoclásio, fluorapatita, moscovita, fosfato amorfo e fragmentos da rocha encaixante, imersos em uma matriz argilosa bastante alterada, composta essencialmente por illita. Nesses corpos são observadas fraturas centimétricas e poros preenchidos, em grande parte, por fluorapatita. Análises químicas por fluorescência de raios X mostram um enriquecimento de P2O5 na matriz das brechas piroclásticas mais alteradas por intemperismo, nas injeções clásticas e nos microveios. A presença de fluorapatita tanto nas brechas como nas injeções clásticas e microveios sugerem que o derrame de lavas e fluxos piroclásticos depositados sobre os sedimentos inconsolidados da porção superior do Grupo Areado, associados às atividades sísmicas, induziram os processos de liquefação e fluidização nos sedimentos arenosos. A injeção desse material clástico associado a uma fase fluida, ao longo de fraturas e/ou zonas de fraquezas das rochas vulcanoclásticas recém depositadas, condicionou, provavelmente, a remobilização do fosfato das brechas piroclásticas tanto para as soleiras/diques clásticos, como para as fraturas.

Descrição

Palavras-chave

Vulcanismo, Fosfatos, Diques, Rochas igneas alcalinas - Kamafugitos, Vulcanoclásticas

Citação

MELO, M. G. de. A origem do fosfato nas rochas vulcânicas e vulcanoclásticas do grupo mata da corda nas regiões de Patos de Minas e Presidente Olegário, MG. 2012. 170 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.

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