Avaliação de risco associada à exposição crônica ao agrotóxico carbendazim.

Abstract

O carbendazim, um agrotóxico amplamente utilizado, tem mostrado sinais de causar

câncer, infertilidade e toxicidade a organismos. Consequentemente, este fungicida torna- se uma substância persistente no meio ambiente, levantando a importância de se conhecer

melhor seu comportamento, vias metabólicas e efeitos nos organismos. Além disso, o carbendazim foi proibido nos EUA, Austrália e em vários países da União Europeia. Por outro lado, no Brasil, o agrotóxico ainda é permitido, de forma que a legislação brasileira de água potável permite uma concentração limite de 120 μg/L. Portanto, mais estudos são necessários para avaliar seus efeitos e o zebrafish é um modelo usado rotineiramente para fornecer informações relevantes sobre os efeitos agudos e de longo prazo dos xenobióticos. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar metabólitos de carbendazim em tanques de água e no fígado do zebrafish exposto a concentração de 120 ug/L usando

cromatografia líquida acoplada a um espectrômetro de massa de alta resolução (LC- HRMS) com abordagem metabolômica para destacar alvos analíticos a fim de monitorar

a exposição de carbendazim em ambientes aquáticos. Para tanto, foram definidos os grupos de tratamento, negativo e estabilidade. Além disso, amostras de água e fígado foram coletadas e análises foram realizadas por LC-HRMS. Por fim, os dados foram submetidos à análise estatística utilizando a abordagem da metabolômica global. Os resultados permitiram a anotação putativa de 7 metabólitos alvo e atribuições de metabólitos não direcionados. Este estudo aplicou a análise do tanque de água do Zebrafish para avaliação dos metabólitos alvo e não alvo do carbendazim como uma abordagem promissora, uma vez que é uma matriz muito mais limpa do que as matrizes biológicas usuais. Esses metabólitos podem garantir a detectabilidade e aprimorar a confiança no monitoramento da exposição ao carbendazim em ambientes aquáticos. Além disso, os resultados das análises do fígado sugerem comprometimento do metabolismo lipídico com consequente aumento de lipídeos intra-hepáticos e disrupção endócrina. Foi possível também sugerir dois metabólitos endógenos como potenciais biomarcadores para determinar a exposição ao carbendazim.