Alteração natural do padrão de susceptibilidade ao benznidazol em populações de Trypanosoma cruzi mantidas na fase aguda ou crônica da infecção em diferentes modelos experimentais.

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Data
2006
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto
Resumo
Neste trabalho foi investigada a influência da manutenção do Trypanosoma cruzi na fase crônica ou aguda da infecção, em diferentes hospedeiros vertebrados, em relação às características biológicas do parasito. Para isso, camundongos Swiss foram inoculados com cinco isolados do T. cruzi (Be-62A e B, e Be-78C, D e E) obtidos de diferentes cães chagásicos crônicos infectados com as cepas parentais Be-62 e Be-78, ambas 100% sensíveis ao benznidazol (Bz). Após a determinação da susceptibilidade ao Bz numa primeira passagem sangüínea em camundongos (PSC), as populações do T. cruzi foram mantidas em sucessivas PSCs (na ausência de tratamento específico). O objetivo foi investigar se este tipo de manutenção induziria novas alterações no nível de resistência ao Bz, bem como em outros parâmetros biológicos: períodos pré-patente e patente, níveis de parasitemia, perfil da curva de parasitemia e taxa de mortalidade. Os experimentos foram realizados a cada cinco ou 10 PSCs utilizando-se grupos de 16 camundongos (10 animais para o grupo tratado, e seis para o grupo controle). A cura parasitológica foi determinada através do exame de sangue a fresco, antes e após imunossupressão com ciclofosfamida, hemocultura, sorologia (ELISA) e PCR. Os resultados demonstraram a indução natural de resistência ao Bz em populações do T. cruzi. Os isolados Be-62A e Be-62B apresentaram após uma 1 a PSC 50% e 60% de resistência ao Bz, respectivamente. Os isolados Be-78C, Be-78D e Be-78E apresentaram, respectivamente, 90%, 70% e 90% de resistência ao Bz, sob as mesmas condições. Por outro lado, novas alterações no fenótipo de susceptibilidade ao fármaco foram observadas durante a manutenção dessas populações em PSCs (durante a infecção aguda). Duas tendências foram observadas: (1) Estabilidade no grau de resistência ao Bz nas populações Be-62A (50 a 40% em 60 PSCs), Be-62B (60 a 80% em 60 PSCs) e Be-78C (90 a 90% em 60 PSCs); e (2) Redução no grau de resistência ao Bz nas populações Be-78 D (70 a 20% em 60 PSCs) e Be-78E (90 a 10% em 60 PSCs). Os outros parâmetros biológicos, avaliados em camundongos, também apresentaram alterações. De um modo geral os isolados mostraram-se menos virulentos do que as cepas parentais ao permanecerem nos cães chagásicos crônicos. Entretanto, a virulência aumentou quando eles foram mantidos em PSCs. Estes resultados estão de acordo com a hipótese de que a forma de manutenção do T. cruzi, infecções de longa duração ou passagens sangüíneas sucessivas durante a fase aguda da infecção, pode influenciar a expressão fenotípica de susceptibilidade ao Bz, bem como a virulência de uma população do parasito.
Descrição
Palavras-chave
Trypanosoma cruzi, Cepas parentais, Camundongo, Imunobiologia de protozoários
Citação
CALDAS, S. Alteração natural do padrão de susceptibilidade ao benznidazol em populações de Trypanosoma cruzi mantidas na fase aguda ou crônica da infecção em diferentes modelos experimentais. 2006. 84 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2006