Bionarrativas sociais e a educação ambiental : um estudo das percepções e vivências ambientais de estudantes de uma escola pública na cidade de Ouro Preto.

Abstract

A pesquisa investiga possibilidades de Educação Ambiental Urbana tendo como objeto de estudo as percepções e vivências ambientais de estudantes do ensino fundamental de Ouro Preto. Pautamos nosso trabalho na perspectiva dos diferentes modos de existir e ser dos sujeitos em seu território, apresentados na abordagem da Educação Ambiental desde el Sur, bem como nas produções autorais propostas pelos pesquisadores da Caravana da Diversidade, estudiosos da sociobiodiversidade, enquanto tema para o ensino de Biologia. Dessa maneira, esta pesquisa tem como objetivo: desenvolver uma proposta para promoção de Educação Ambiental contextualizada no território por meio de uma oficina pedagógica para produção de Bionarrativas Sociais, procurando observar as temáticas e apropriações elaboradas por estudantes de uma turma dos anos finais do ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal de Ouro Preto, MG. O trabalho tem abordagem qualitativa e envolve a análise textual discursiva. Por meio da oficina desenvolvida, buscou-se compreender a relação dos estudantes com o território e, assim, elucidar as construções ideológicas, políticas, socioculturais e ambientais que se apresentarem. Diante do exposto, construímos os metatextos que apresentam os resultados e discussão, sendo eles: 1º - Elementos mobilizadores para Educação Ambiental contextualizada no território; 2º – Bionarrativas Sociais: um olhar dos estudantes sobre si e sobre o território. Ao analisarmos os fenômenos que se mostram em nossa pesquisa, procuramos reverberar a riqueza dos detalhes, sentimentos, encantamentos, retratados pelos estudantes. Consideramos que a oficina apresentou potencial para integrar os saberes populares, as vivências individuais e coletivas no território e a autoria como caminhos para uma educação ambiental contextualizada no território. Também se fez como espaço de escuta, sendo atenta ao que nossos referenciais denominam colonialidade do ser, do saber, do poder e da natureza. Contudo, nos deparamos com os desafios de mobilizar estes estudantes para que se sentissem confortáveis para expressar suas ideias, opiniões e sentimentos, sendo que eles muitas vezes se mostravam resistentes; bem como despertar nos estudantes maior segurança para a escrita mais autoral.