DEEDU - Departamento de Educação

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    Sob o “accidente da côr” : a trajetória do Padre José Antônio Marinho entre a sala de aula e os espaços políticos.
    (2023) Bernardes, Douglas de Araújo; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Fonseca, Marcus Vinícius; Nogueira, Vera Lúcia
    A visão tradicional da historiografia imprimiu uma imagem de submissão e marginalização à população negra no Brasil. No campo da História da Educação, os estudos sobre a educação da população negra estiveram, por muito tempo, nessa tendência de redução do negro à escravidão ou aos espaços marginais, negando sua participação ativa e consciente na formação do Brasil e na constituição da educação brasileira. Porém, esse quadro foi ganhando outras cores a partir das últimas décadas do século XX, com trabalhos de Marcus Vinícius Fonseca, Sueli Carneiro, Surya Aaronovich Pombo de Barros e tantos outros através dos quais podemos conhecer a história do negro no Brasil a partir de outras perspectivas. Nesse sentido, a presente dissertação objetiva analisar a trajetória política e docente de José Antônio Marinho, um homem nascido pobre e filho de pais mulatos que desafiou a predestinação de sua origem e condição e se tornou um dos mais evidentes políticos, padres e professores da primeira metade do século XIX. Inscrever Marinho nessa nova visão historiográfica que tira a população negra dos porões da História para demonstrar a complexidade das relações e das trajetórias de pessoas negras na história do Brasil. Analisamos a vida de José Antônio Marinho a partir das fontes biográficas, a maior parte contemporânea ao biografado, e dos textos de imprensa, uma fonte que tem se demonstrado muito útil e importante para os estudos históricos em educação. Buscamos compreender Marinho como um homem de seu tempo. Os resultados da pesquisa e da análise empenhada demonstraram a relevância de Marinho como um sujeito histórico e de grande importância para as pesquisas no campo da História da Educação e para o conhecimento de um indivíduo que tem em si muitas influências das redes e dos espaços de sociabilidade a que pertenceu.
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    Entre a cruz e a educação : a liberdade de ensino nas páginas de O Arquidiocesano.
    (2021) Carvalho, Rosana Areal de; Silva, Thiago Andreuci Alves
    Este artigo tem como objetivo compreender fatores que demonstrem a posição da Igreja Católica no debate acerca da liberdade de ensino público e privado presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1961. O tratamento dos dados fez-se pela análise histórica e de conteúdo utilizando como fonte o jornal O Arquidiocesano, de periodicidade semanal, disponível para consulta no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana-MG. Foram analisadas as estratégias discursivas da Igreja através da imprensa no recorte de 1959, ano de criação do jornal, até 1964, enquadrando movimentações prévias à promulgação da LDB e os ecos desta até o golpe civil-militar. A presença do catolicismo no Brasil, a história de Mariana e a força da religião no recorte especificado são elementos explorados para enriquecer o debate acerca do ensino público e privado e a democratização da educação. Ademais, com intuito de aprofundar o olhar acerca da imprensa como fonte e/ou objeto científico dentro das Humanidades, realiza-se uma exposição rápida de trabalhos na área. Como resultado da pesquisa, a análise das cinco matérias do jornal tocantes à LDB de 1961 dentro do recorte especificado revelou a posição do órgão oficial da Arquidiocese de Mariana, que considerava o ideal de liberdade de ensino presente na LDB um meio para atender às aspirações das escolas privadas.
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    Educação e representações de mulheres por meio de Vida Doméstica : a revista do lar e da mulher, que de mão em mão, percorre o Brasil de ponta a ponta (1930 a 1945).
    (2021) Spindula, Alice Lopes; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Barreto, Raylane Andreza Dias Navarro
    A fim de desvendar mais sobre as questões da transmissão de conhecimento, entendido aqui como educação, apresentaremos nesta dissertação uma gama de mensagens de cunho educacional direcionadas à moral, à escolarização formal e científica publicadas pela revista Vida Doméstica, que alcançou milhares de leitoras entre os anos 1930 e 1945. O conteúdo veiculado nas páginas da revista em destaque considerava que somente mulheres com adequada educação intelectual, profissional, cívica, moral e doméstica seriam capazes de cumprir a missão de proteger a saúde e formar o caráter dos futuros cidadãos do Brasil. Vida Doméstica, circulou mensalmente entre 1920 e 1962 e iniciou-se pelas mãos do empresário espanhol Jesus Gonçalves Fidalgo. A publicação era mensal, no Rio de Janeiro, e a distribuição da revista era feita em todo o Brasil, incluindo capitais e diversas cidades do interior do país, tais como em Minas Gerais, Amazonas, Pará, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo, entre outros. Seu alcance não parava por aí. A publicação chegou a outros países das américas como Estados Unidos, Argentina e Uruguai, bem como circulou na Europa entre Portugal, Alemanha e Espanha. Ao que se refere à circulação e vendagem temos informação, da própria revista, que sua tiragem chegou em 1941 a mais de 50.000 exemplares. O recorte cronológico escolhido para ser revistado compreende alguns anos que antecedem o sufrágio feminino no Brasil e avança até os anos 1945, quando teremos o fim da Era Vargas. Por outro lado, o recorte também abrange os anos que antecederam a Segunda Grande Guerra, quando vamos nos deparar com mudanças significativas na organização social e na posição da mulher frente à família, à sociedade e ao mercado de trabalho. A partir do fim da década de 1930, no decorrer dos investimentos industriais sob a égide do Governo Vargas, percebe-se um impulso no consumo de revistas e outros periódicos. Neste momento os meios de comunicação passam a desenvolver um papel importante de (in)formação dessa nova sociedade que está se consolidando, trazendo informações em seu corpus sobre o modo de vida e aspirações das personagens que moldam essa sociedade. Atrelamos as mensagens veiculadas na revista Vida Doméstica aos estudos históricos culturais, que nos revelam que os discursos nunca são neutros: ao serem escritos nas páginas dos impressos, produzem práticas e estratégias (sociais, escolares, políticas) por um grupo que se impõe, ou tenta impor, a sua concepção do mundo social, os seus próprios valores e o seu domínio.
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    Falando aos trabalhadores brasileiros : a didática do ministro Marcondes Filho.
    (2020) Nunes, Karen Dayanne; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Queler, Jefferson José; Oliveira, Marcus Aurélio Taborda de
    Alexandre Marcondes Filho, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio entre os anos 1941 a 1945 e da Justiça de 1943 a 1945 no governo de Getúlio Vargas. Iniciou sua vida política em 1926, elegendo-se vereador e deputado federal por São Paulo no período de 1927 a 1930 pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Sua participação na Constitucionalista de 1932 foi em consonância com o seu partido, que defendia políticas opostas a Getúlio Vargas. Após conflito que resultou na Assembleia Constituinte de 1934, Marcondes Filho dedica-se ao seu escritório de advocacia, afastando-se da política. Em 1939 retorna ao cenário público, assumindo o cargo de vicepresidente do Departamento Administrativo do Estado de São Paulo (DAESP). Em 1941, assume o Ministério do Trabalho a convite de Vargas. A pesquisa tem um caráter documental que consiste em três conjuntos: o primeiro e o segundo dizem respeito aos jornais A Manhã, Correio Paulistano e O Radical e ao acervo do ministro disponíveis no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC/Fundação Getúlio Vargas, que auxiliam na construção da trajetória pública de Marcondes Filho. O terceiro conjunto refere-se ao livro, elaborado por Marcondes Filho, Trabalhadores do Brasil! Palestras do ministro Marcondes Filho na Hora do Brasil, em 1942, publicado pela Revista dos Tribunais no ano de 1943. Nosso objetivo consiste em identificar as práticas de mediação cultural desenvolvida por Marcondes Filho ao transmitir e fazer circular nos grupos sociais pretendidos as mensagens do governo, categorizando-o no conceito de intelectual mediador. Seu tom paternalista (GOMES, 1988) e sua didática à frente dos esclarecimentos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no programa a Hora do Brasil, endossam o projeto político pedagógico do Estado Novo. Alexandre Marcondes Filho é citado em algumas produções bibliográficas no campo da História Política e Ciências Sociais como um importante intelectual de seu tempo. Um político sem projetos ligados à educação, envolvese, durante o Estado Novo, em atos de mediações culturais (GOMES; HANSEN, 2016) em prol de uma política específica para os trabalhadores. Marcondes Filho desenvolve uma função política de intermédio, especificamente por parte dos intelectuais que atuam em campos diversificados (BOURDIEU, 1998). No campo da História da Educação, seu ato de mediação entre governo e classe trabalhadora, ainda inexplorado, poderá lançar um novo olhar sobre a educação em espaço não escolarizado e, mais especificamente, sobre a educação dos trabalhadores.
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    A Universidade de São Paulo e a interventoria de Adhemar de Barros : memórias de um conflito político.
    (2017) Esteves, Henrique Afonso; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Abreu, Marcelo Santos de; Bontempi Júnior, Bruno
    Esta pesquisa de mestrado tem como objetivo compreender a Universidade de São Paulo no advento do Estado Novo a partir das tensões entre distintas representações políticas de Adhemar de Barros, no período em que o mesmo atuou como interventor federal, de 1937 a 1941. Surgiu da constatação de que, em alguns pontos da memória da Universidade de São Paulo, o interventor era visto como inimigo, enquanto, em sua biografia, já contemporânea, e pelas páginas dos periódicos no Estado Novo, era descrito como político visionário de vasto conhecimento e de inúmeras contribuições à infraestrutura e à educação médica da universidade. Insere-se na área de investigação das instituições de ensino e tem como eixo norteador aspectos teóricos levantados pela Nova História em seu processo de renovação metodológica, principalmente, no que se refere à política, à cultura e às representações. A problemática desenvolve-se a partir do seguinte questionamento: teria Adhemar de Barros, utilizado um alto cargo político com o intuito de extinguir ou reprimir a instituição, ou apenas adequá-la ao regime estadonovista, sua nova condição, para manter-se visível à política após a extinção do poder legislativo e dos partidos? As fontes utilizadas, vistas como elementos que conferem identidade à instituição, são jornais, discursos solenes, entrevistas e memórias do corpo docente, que variam em documentos primários e secundários, de época e contemporâneos. A metodologia se deu através de uma meso-abordagem que privilegia os movimentos de interação entre políticas internas e externas, sujeitos e grupos, sociedade e instituição. Os resultados apontam para duas representações distintas do mesmo interventor. Enquanto os periódicos, sob tutela do Departamento de Imprensa e Propaganda, expõem um Adhemar de Barros visionário, sobretudo, pelas obras que contemplam a Faculdade de Medicina; a memória institucional relaciona-o com o regime repressivo, que lhe deu sustentação política como interventor, e com suas ações que iam à contramão do laicismo e da liberdade administrativa, propagada principalmente por membros da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Entendemos que o valor deste trabalho se deposita na construção da História por meio das instituições educativas e sua memória, pois essas revelam, além de uma cultura interna própria, ações políticas que extrapolam, comumente, o espaço dos seus prédios.