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    Educação de jovens e adultos em Ouro Preto : o currículo nas práticas educacionais do ensino médio na EJA.
    (2015) Costa, Luís Antônio da; Araújo, Regina Magna Bonifácio de
    Os currículos praticados na EJA, segundo os aparatos legais como o Parecer CNE/CEB no.1 de 5 de julho de 2000, devem primar por práticas que priorizem as especificidades dos discentes jovens e adultos. Devem assegurar um modelo pedagógico próprio, com características voltadas à equidade e proporcionalidade, garantindo aos estudantes dessa modalidade a identificação com seus conhecimentos e valores. O presente trabalho trata do currículo e das práticas da Educação de Jovens e Adultos no Ensino Médio na cidade de Ouro Preto-MG. Tem como objetivo principal compreender, por meio das vozes dos docentes das instituições de ensino dessa cidade, como são desenvolvidos os conteúdos curriculares para a EJA no Ensino Médio. Fazem parte também da pesquisa, enquanto sujeitos, os alunos da EJA dessas escolas. Tal pesquisa, direcionada pela vontade de conhecer os currículos nas práticas educacionais dessa modalidade, tem como fundamentação teórico-metodológica a concepção de currículo de Apple (2006), Arroyo (2011, 2012) e Oliveira (2012). A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, valendo-se de questionários e entrevistas no momento de coleta de dados. Para a análise dos dados, foi empregada a técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin (2010). O estudo revelou que os professores admitem que as orientações legais estão na direção de uma proposta educacional de plenos direitos para a EJA, mas afirmam que os referenciais – como os Conteúdos Básicos Comuns – não favorecem o seu trabalho e a assimilação dos alunos desta modalidade. Os professores entrevistados afirmaram que, por não conhecerem realmente os perfis dos sujeitos da EJA, as instâncias governamentais elaboram currículos pouco adequados à realidade dos estudantes, o que provoca um distanciamento entre as determinações curriculares e as práticas realizadas em classe. Assim, os professores admitem construir seus próprios currículos e metodologias, partindo daquilo que conhecem dos seus alunos. Mesmo afirmando conhecer seus alunos e sabendo que a maioria pretende continuar seus estudos, os professores admitem não trabalhar visando essa continuidade e não os preparam, de maneira ampla, para exames e cursos Pós-Ensino Médio. De forma geral, os professores primam por um trabalho que se aproxima da realidade cotidiana dos alunos, mas admitem não prepará-los de maneira satisfatória para a continuidade acadêmica.
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    Juvenilização na educação de jovens e adultos de Ouro Preto/MG : trajetórias e perspectivas dos estudantes mais jovens.
    (2015) Ferreira, Lorene Dutra Moreira e; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação
    Nos dias atuais percebe-se o aumento do número de matrículas de jovens brasileiros com 18 anos ou menos nos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tal crescimento tem intrigado estudiosos, professores e gestores. Nesta investigação, pretende-se conhecer melhor quem são esses sujeitos que se inserem na EJA precocemente e apreender as sutilezas dos processos de hierarquização, segregação e reprodução de desigualdades. O trabalho se ancora, principalmente, em autores que discutem a desigualdade escolar, a estigmatização e o papel da EJA, tais como Pierre Bourdieu, Erving Goffman e Paulo Freire. A abordagem é qualitativa e o campo de estudo foi uma escola pública, única na cidade a oferecer tal modalidade de ensino em Ouro Preto/MG. Inicialmente, foi analisado o histórico escolar dos alunos com menos de 18 anos matriculados na EJA. Na segunda etapa, seis alunos foram entrevistados, bem como suas mães. Observou-se o cotidiano sociocultural dos sujeitos, assim como o seu ambiente familiar, com enfoque nas práticas educativas e nas suas expectativas. Constatou-se que vem aumentando o número de adolescentes matriculados na EJA em Ouro Preto e os motivos são diversos. Entre eles, destacamos: a legislação que fixa a idade máxima para certificação em 15 anos no Ensino Fundamental II e contribui para que os adolescentes acima dessa idade não tenham suas matrículas aceitas nesta modalidade de ensino; as trajetórias escolares marcadas por reprovações, que facilitam o encaminhamento de jovens cada vez mais jovens para a EJA e o baixo nível de escolaridade dos pais, que dificulta a implementação de práticas de escolarização permanente em seus filhos. Estes e outros fatores apontam para uma exclusão cada vez mais precoce do aluno que não se enquadra nos modelos propostos pelo Ensino Fundamental II. Ao dar voz aos jovens e às suas famílias, esta pesquisa se insere em um debate mais amplo, contribuindo para a compreensão da relação entre juventude, família e escola.