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    Caracterização das práticas epistêmicas que emergem da discussão de uma questão sociocientífica em um grupo de licenciandos em química.
    (2023) Ramos, Tatiana Costa; Mendonça, Paula Cristina Cardoso; Mendonça, Paula Cristina Cardoso; Mozzer, Nilmara Braga; Lima, Guilherme da Silva; Munford, Danusa; Silva, Fernando César
    A presente pesquisa teve objetivo de caracterizar as práticas epistêmicas centrais adotadas por um grupo de licenciandos em Química durante a discussão de uma questão sociocientífica (QSC) sobre o consumo de carne de origem animal. Neste trabalho compreendemos práticas epistêmicas, segundo Kelly (2008), como as formas com que os membros de uma comunidade interagem visando propor, avaliar, comunicar e legitimar o conhecimento. As QSC são problemas socioambientais e/ou sociocientíficos controversos, que possuem relações com a Ciência e são influenciados por aspectos éticos, morais, econômicos, políticos e ambientais (Conrado e Nunes-Neto, 2018). A investigação foi motivada pela escassez de pesquisas da área de Educação em Ciências que avaliam como e porque as práticas epistêmicas são adotadas por estudantes e como elas podem auxiliar na discussão de uma QSC em sala de aula. A pesquisa foi realizada na formação inicial de professores de Química no contexto da disciplina de Metodologia do Ensino de Química em uma turma de licenciatura em Química do sétimo período do curso. A coleta de dados aconteceu durante o desenvolvimento de uma sequência didática (SD) com a abordagem pedagógica QSC, baseada em Conrado e Nunes-Neto (2018). A coleta de dados ocorreu durante doze aulas, com duração de uma hora e quarenta minutos. A pesquisa foi orientada pelos pressupostos da abordagem de pesquisa qualitativa, segundo Stake. Delimitamos nosso olhar para um grupo de licenciandos da turma. A construção dos dados foi realizada por meio de observação, registro das atividades desenvolvidas pelos licenciandos, áudio e vídeo gravação. As interações discursivas que ocorreram em sala de aula foram transcritas e realizamos a análise dos dados em duas etapas. Na primeira etapa investigamos o contexto de construção de conhecimento na sala de aula, a situação de resolução da QSC e selecionamos os episódios de ensino. Na segunda etapa buscamos compreender as práticas epistêmicas por meio da análise das interações discursivas que ocorreram entre os membros do grupo de licenciandos em cada episódio de ensino. A análise indica que os licenciandos centralizaram diferentes práticas epistêmicas durante a proposição, comunicação, avaliação e legitimação dos conhecimentos relacionados a QSC. Notamos a recorrência da prática epistêmica de argumentar por meio de conhecimentos prévios e interpretação do texto para propor conhecimentos durante a discussão da QSC. Por meio daquela prática epistêmica os licenciandos foram reconhecendo novas informações e fundamentando os posicionamentos deles sobre a QSC. Percebemos que a modificação da dinâmica social do grupo de licenciandos influenciou na adoção de práticas epistêmicas. Evidenciamos que os critérios epistêmicos assumiram papel fundamental de nortear o uso e seleção das práticas epistêmicas pelos licenciandos. Concluímos que a discussão da QSC por meio das práticas epistêmicas favoreceu a construção de conhecimentos justificados e reflexões acerca das ações dos estudantes com relação ao problema socioambiental. Consideramos que a escolha metodológica da pesquisa trouxe avanços na identificação dos atributos interacional, contextual, intertextual e consequencial das práticas epistêmicas em sala de aula.
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    Atividades de leitura orientada com crianças : a representação de conceitos e fenômenos presentes em uma obra de divulgação científica.
    (2023) Araújo, João Felipe Viana de; Lima, Guilherme da Silva; Lima, Guilherme da Silva; Almeida, Sheila Alves de; Camillo, Juliano
    Este trabalho objetiva analisar o processo de coprodução de significados a partir de atividades orientadas de leitura do livro de Divulgação Científica O tempo e o espaço de tio Albert, escrito por Russel Stannard, no processo de produção de imagens subjetivas de conceitos, práticas e histórias científicas na consciência de crianças entre 8 e dez anos de idade. Para isso, realizamos quatro atividades de leitura coletiva em uma biblioteca comunitária de um bairro de Ouro Preto-MG. As atividades propiciaram discussões e a produção de desenhos baseados em momentos da narrativa. Adicionalmente, realizamos entrevistas individuais com os participantes mais frequentes. Os registros de pesquisa foram analisados conforme os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Durante a atividade, houve o aparecimento de contradições cuja solução exigia a apropriação de novos conhecimentos por parte das crianças. Essas contradições eram suscitadas quando Conceitos Espontâneos eram mobilizados na formação de Conceitos Científicos (VIGOTSKI, 2018). Para Vigotski, o Conceito Científico é uma categoria referente à organização psíquica do conhecimento, estabelecida por meio de relações de determinação com outros conceitos. Os desenhos criados apresentaram relações com momentos chave da narrativa. As representações remetiam a trechos onde conceitos e fenômenos científicos, como a contração espacial, a propagação da luz e a dilatação temporal, eram explorados e discutidos pelos personagens. Os desenhos foram fragmentados em partes distintas que representam diferentes momentos da narrativa e formam o todo. As partes do desenho foram analisadas de acordo com as contribuições de Vigotski (2014) sobre criatividade e imaginação na infância, sendo categorizados em sua maioria como desenhos de segundo estágio. Os conteúdos presentes nos desenhos expressaram fenômenos e práticas científicas presentes na narrativa e, de certa forma, assimiladas pelos sujeitos. Porém, ao pensarmos no todo, é importante deixar claro que as crianças ainda não conseguiram estabelecer relações de codeterminação entre os conceitos, pois elas ainda não estão num estágio de desenvolvimento propício para a conscientização dos Conceitos Científicos (VIGOTSKI, 2018b). Dessa maneira, as ideias científicas estão presentes, mas não estão relacionadas entre si no todo (desenho). É muito importante frisar que esse contato com novas palavras proporcionado pela Divulgação Científica é o primeiro momento do desenvolvimento dos conceitos. No início as palavras são generalizações do tipo mais elementar e ao longo do desenvolvimento da criança, as generalizações são substituídas por outras de um tipo cada vez mais elevado, até atingir o ápice do processo na formação dos verdadeiros conceitos.
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    Perspectivas de inovação nos projetos políticos pedagógicos e currículos voltados ao ensino de Ciências nos cursos de Pedagogia : um estudo envolvendo universidades federais do estado de Minas Gerais.
    (2023) Carvalho, Renata Cristina de Souza; Franco, Marco Antônio Melo; Franco, Marco Antônio Melo; Silva, Fábio Augusto Rodrigues e; Nunes, Célia Maria Fernandes; Campani, Adriana; Silva, Fernando César
    O cenário atual é marcado por avanços no campo cientifico e tecnológico e pelas transformações expressivas da sociedade quanto à sua função, estrutura e dinâmica. Esse quadro de evoluções e transformações têm influenciado o campo educacional no âmbito do ensino superior. Sugerem mudanças nas prioridades das instituições de modo que adaptem suas estruturas acadêmica, curricular, pedagógica e metodológica para operar de forma conectada a essas demandas contemporâneas. Esse movimento nos conduziu a pensar a inovação no contexto universitário e observar o papel e a importância que os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) podem apresentar, para que inovações sejam propostas e executadas. Por isso, no presente estudo, propôs-se investigar as tentativas de inovação nos projetos políticos pedagógicos (PPP) e currículos voltados ao Ensino de Ciências nos cursos de Pedagogia, oferecidos na modalidade presencial pelas Universidades Federais do Estado de Minas Gerais. O estudo dividiu-se em duas partes. A primeira parte referiu-se ao enquadramento teórico que subsidia a investigação, contextualizando sobre: 1) aspectos que orientam a formação inicial docente ressaltando a área de ensino de Ensino de Ciências - contextualizando a temática de investigação que abrange essas duas perspectivas e procurando estabelecer relações entre seus aspectos históricos e pedagógicos, bem como as abordagens metodológicas do Ensino de Ciências que são consideradas inovadoras. 2) estudos teóricos sobre as perspectivas e concepções de Inovação – considerando os múltiplos sentidos e variações que o termo invoca e dialogando com temáticas importantes que permeiam os cenários educacionais em virtude das transformações econômicas e socioculturais que se processam com as demandas atuais. A segunda parte contemplou o estudo propriamente dito, por meio de uma abordagem qualitativa, tendo como instrumento para a coleta de dados a análise documental. As informações foram coletadas em fontes primárias, como os documentos técnicos: Projetos Políticos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia; Componentes Curriculares; Documentos de Reestruturação Curricular e Ementários. A verificação ocorreu mediante Análise de Conteúdo fundamentada por Laurence Bardin, seguindo três fases pré definidas: pré analise, exploração do material e tratamento dos dados. Nessa análise, foi possível identificar indícios de que os seis PPPs dos cursos de Pedagogia, em suas especificidades, são importantes aliados na promoção de inovações. Estes documentos apresentaram aspectos referentes às perspectivas de Inovação apontadas pelos autores que fundamentaram este estudo. Observou-se que os projetos e inovações caminham juntos quando os objetivos que os direcionam são pensados para uma proposta de formação docente humana, que se preocupa em refletir sobre os diversos saberes, valores, crenças, concepções, que emergem durante o processo formativo. A análise no que tange ao Ensino de Ciências, demostrou a importância de se ressignificar as propostas de formação para que valorizem uma relação horizontal entre os indivíduos envolvidos nos processos de ensino e aprendizagem, articulando: teoria e prática, abordagens metodológicas e tecnologias aos objetivos de aprendizagem, bem como aos diversos saberes que emergem nas instituições e nos cursos de formação docente.
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    Análise do processo de argumentação por analogia na abordagem de uma questão sociocientífica sobre a mineração.
    (2020) Damascena, Kênia Basto; Mozzer, Nilmara Braga; Mozzer, Nilmara Braga; Ibraim, Stefannie de Sá; Corrêa, Hércules Tolêdo
    Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar o processo de argumentação por analogia no contexto de um júri simulado sobre uma questão sociocientífica (QSC) relacionada ao tema mineração. Consideramos as QSC como situações ou problemas tipicamente controversos, visto que tendem a ter inúmeras soluções plausíveis e não apresentam conclusões simples. Essas possíveis soluções podem ser fundamentadas por uma variedade de aspectos emocionais, intuitivos, morais, sociais, políticos, econômicos e éticos, além dos científicos. A abordagem de QSC no ensino de Ciências pressupõe a promoção de um ambiente argumentativo, no qual essas soluções podem ser propostas e problematizadas. Em nossa pesquisa, assumimos a hipótese de que a argumentação por analogia pode favorecer a expressão e o debate de ideias e pontos de vista pelos estudantes, uma vez que possibilita estabelecimentos de relações de similaridade entre situações familiares e novas. A perspectiva de argumentação que embasa nosso trabalho centra-se nos pressupostos da nova dialética, a qual se interessa pelo estudo do uso que o argumentador faz das proposições no diálogo, a fim de alcançar um objetivo. Nessa perspectiva, o argumento é definido como uma alegação que, de acordo com as regras do diálogo racional, deve ser coerente com a conclusão do argumentador, a fim de comprová-la ou explicá-la. Esse estudo foi realizado com estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma Escola Estadual situada em Mariana, Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada por meio de registros em áudio e vídeo de todas as aulas em que a sequência didática (SD) foi desenvolvida, de anotações de campo e das respostas escritas dos estudantes nas folhas de atividade. Para a análise dos dados, selecionamos e transcrevemos episódios de ensino nos quais foram identificados momentos de criação, expressão e negociação de argumentos de analogia pelos grupos de estudantes pesquisados, em duas aulas da SD destinadas à preparação e realização de um júri simulado. Neste júri, os estudantes simularam posicionamentos contra e a favor a implementação de uma indústria mineradora em uma cidade e os argumentos foram elaborados para defender e refutar tais posicionamentos. Na análise dos processos de construção e crítica dos argumentos e contra- argumentos de analogia pelos estudantes nos valemos do esquema de Walton, do quadro de mapeamento proposto por Mozzer e Justi e da tipologia de Shelley. Nesses processos, os estudantes buscaram sustentar seus posicionamentos em comparações entre situações que representavam vantagens e riscos sociais, econômicos, ambientais e políticos decorrentes e a situação da possível implementação da indústria mineradora. Concluímos que o processo de argumentação por analogia na discussão de uma QSC forneceu oportunidades para que os estudantes desenvolvessem habilidades críticas de analisar e validar argumentos a fim de defender seu ponto de vista e de convencer seus pares. Isso se deu, principalmente, a partir dos questionamentos críticos da professora que permitiram aos estudantes avaliar as relações de similaridade e as conclusões dos argumentos com base no grau de confiabilidade das evidências que as sustentavam. Como principal implicação dessa pesquisa, consideramos relevante que as ferramentas usadas por nós para o acompanhamento e a avaliação da qualidade dos raciocínios argumentativos dos estudantes sejam investigadas em outros contextos e níveis de ensino. Apontamos também a necessidade de se investigar se e como questionamentos críticos voltados aos aspectos morais e éticos influenciariam na avaliação dos argumentos pelos estudantes.