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    População negra e civilização : uma análise a partir do estabelecimento da obrigatoriedade escolar em Minas Gerais (1830-1850).
    (2009) Fonseca, Marcus Vinícius
    Este artigo analisa o processo de estabelecimento da obrigatoriedade escolar como elemento de mediação entre o perfil racial da população e a ideia de civilização que orientou o processo de construção da educação em Minas Gerais. No século XIX, havia predomínio absoluto dos negros na população mineira e isso pode ser tomado como referência para que a ideia de obrigatoriedade escolar assumisse a condição de instrumento de normatização e controle de certos aspectos deste segmento populacional. Para tratar dessas questões, utilizamos como referência a documentação censitária que, nos anos de 1830, processou a contagem da população de Minas Gerais, Relatórios de Presidente de Província, memórias e relatos de viagem de indivíduos que travaram contanto com a sociedade mineira na primeira metade do século XIX.
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    O predomínio dos negros nas escolas de Minas Gerais do século XIX.
    (2009) Fonseca, Marcus Vinícius
    O período que compreende os anos de 1820 a 1850 marca o início da construção e da estruturação de uma política de instrução pública com objetivo de educar o povo da província de Minas Gerais. Este artigo procura analisar o nível de relação entre esse processo e o segmento mais expressivo dentro da estrutura demográfica de Minas Gerais, ou seja, a população negra livre. Para realizar a análise, utilizamos como referência uma documentação censitária que tentou contabilizar a população de todos os distritos mineiros e registrou as crianças que estavam nas escolas. A partir do registro censitário, construímos um perfil racial das escolas, confrontando-o com informações fornecidas por outros documentos (listas de professores, relatos de viajantes, memórias) que revelaram uma presença majoritária dos negros nas escolas de instrução elementar. A interpretação que produzimos em relação à presença dos negros nas escolas mineira indica que essa instituição era um dos elementos acionados por esse grupo com objetivo de afirmação no espaço social. Em relação a isso, destaca-se o fato de que a escolarização adquiriu significados específicos em meio à população negra, ou seja, representava a sua inserção na cultura letrada, mas também uma forma de demarcar um distanciamento do mundo da escravidão e uma demonstração de domínio dos códigos de conduta das pessoas livres.
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    Apontamentos em relação às formas de tratamento dos negros pela história da educação.
    (2009) Fonseca, Marcus Vinícius
    Este artigo tem como objetivo reunir parte da bibliografia sobre os negros na historiografia educacional tentando destacar as principais características da produção que ocorre nesta área. Confere destaque a um posicionamento que mais recentemente começa a reivindicar a constituição de uma dimensão particular da historiografia e que deveria se constituir como uma história da educação dos negros. O artigo procura demonstrar os riscos inerentes a este tipo de operação no âmbito da historiografia educacional brasileira e defende a necessidade de uma mudança de postura dos historiadores no sentido de integrar de forma plena os negros à história da educação.