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    Ações afirmativas : a implementação de reserva de vagas no contexto da Universidade Federal de Ouro Preto.
    (2018) Ribeiro, Sílvia Nahas; Fonseca, Marcus Vinícius; Fonseca, Marcus Vinícius; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Silva, Natalino Neves da
    O presente trabalho se propôs a investigar a implementação da política de ações afirmativas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Nas reflexões realizadas, procurou-se compreender como a UFOP vem desenvolvendo sua política de ações afirmativas, bem como as discussões étnico-raciais se configuram nesse cenário. Com uma abordagem qualitativa e por meio de um estudo de caso, foi realizada uma pesquisa documental envolvendo o estudo de diferentes tipos de documentos da instituição, além da realização de entrevistas com alunos cotistas da UFOP e com o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UFOP. O arcabouço teórico deste estudo é constituído essencialmente por autores que discutem a expansão e a democratização do Ensino Superior, as Ações Afirmativas e as relações étnico-raciais, tais como Santos (2003, 2004, 2008), Munanga (1999, 2000, 2003, 2004, 2006), Gomes (2003, 2005, 2009, 2011, 2012a, 2012b), entre outros. No mapeamento documental, foram analisadas as evidências de como o processo de implementação de ações afirmativas da UFOP foi acompanhado de intensa pressão e resistência, sobretudo em relação ao recorte racial, que só foi efetivado por força de lei federal. Através da metodologia de análise de conteúdo, as entrevistas realizadas com os cotistas da UFOP permitiram discutir-se determinadas vivências, posicionamentos e inquietações da amostra. Assim, evidenciou-se que há, entre os cotistas entrevistados, diversidade no posicionamento quanto às cotas, bem como diferentes anseios e percepções frente às políticas de permanência estudantil e inserção no ambiente universitário, e constatou-se, também, a existência de dessemelhança nos desafios percebidos pelos cotistas raciais e cotistas sociais. A despeito de algumas iniciativas pontuais registradas nessa pesquisa, como o NEABI/UFOP, foi possível afirmar que as questões étnico-raciais não ocupam, de fato, espaço de discussão na instituição foco desse estudo e que essa não desenvolve plenamente uma política específica para atendimento aos ingressantes pelo recorte étnico-racial.