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    O mensario do Jornal do Commercio e o seu projeto cultural e educativo.
    (2023) Machado, Raphael Ribeiro; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Jardilino, José Rubens Lima; Reis, Mateus Fávaro; Galvão, Ana Maria de Oliveira; Faria Filho, Luciano Mendes de
    Nosso objeto reside sobre a coleção de revistas de cultura intitulada Mensario do Jornal do Commercio e o seu projeto cultural e educativo, produzido sob o intuito de, como o anúncio de seu aparecimento informa em fevereiro de 1938: servir de subsídio formador para os que queriam andar ao passo da intelectualidade nacional. Investigamos, portanto, como foi produzida a coleção do Mensario do Jornal do Commercio e como sua condição de subsídio formativo da intelectualidade brasileira foi concebido? A questão central reside sobre como pessoas e grupos sociais pensam, se organizam e produzem representações sobre a cultura e a educação em um determinado tempo histórico e se utilizam da escrita para dar vazão às suas visões de mundo e com isso intervir sobre os espaços públicos. A coleção do Mensario foi publicada entre 1938 e 1946, reunida em 33 tomos e 99 volumes. Classificado pelos seus produtores de “Revista de Alta Cultura” e proposto para “servir á intelligencia e á cultura do paiz”, o Mensario foi fruto de um processo editorial e funcionou como coletânea proveniente da seleção dos artigos de colaboração publicados no Jornal do Commercio(RJ). Entendemos os impressos enquanto lugares de produção, recepção e difusão de diferentes matrizes de pensamentos sociais, culturais, econômicas e políticas; como produtos de sua época e inscritos em uma trajetória histórica de produção do objeto escrito para a comunicação no espaço público. Neles podem ser notadas maneiras de ler e escrever, projetos de sociedade, de cultura, de educação e de nação. Projetos culturais diversos e possíveis interfaces com a agenda política estatal e de grupos sociais. Atuamos sob a hipótese de que o Mensario foi fruto de uma estratégia político-cultural da empresa liderada por Elmano Cardim e se constituiu como um subsídio de estudos, por meio de suas prescrições de leitura e de escrita, a fim de participar diretamente da formação intelectual das elites em consonância com as políticas culturais e que são também educacionais no contexto de leitura e retórica discursiva de formação de uma nova nacionalidade. Portanto, o Mensario foi produzido enquanto um suporte formativo nos anos do Estado Novo. Com isso, produzimos uma imagem de sua materialidade, da sua condição de existência e da atuação educativa dentro da cultura escrita brasileira nos anos de 1930 e 1940. A tese foi dividida em três partes sobre o projeto editorial, sobre as colaborações e sobre os colaboradores e o editor e esperamos que este texto contribua para os leitores e estudiosos que pertencem aos campos da História da Educação, do Impresso e da Cultura Escrita brasileira, locais aos quais nos identificamos.