DEEDU - Departamento de Educação
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Resultados da Pesquisa
Item Professores iniciantes na educação de jovens e adultos : por que ingressam? O que os faz permanecer?(2014) Freitas, Angelita Aparecida Azevedo; Nunes, Célia Maria FernandesA inserção na carreira docente é uma fase dotada de características bem peculiares, marcada por inúmeras dificuldades mas, também por experiências significativas que permitem "descobrir" e " sobreviver" à profissão. Esta pesquisa teve como principal objetivo investigar o processo de inserção e permanência do professor iniciante na Educação de Jovens e Adultos - EJA- na Região dos Inconfidentes, Minas Gerais, Brasil. Foi direcionada pelas questões: Quais os motivos levam o professor a atuar na EJA? Diante do ingresso do professor, o que este encontra em tal modalidade educacional? Quais desafios? Quais descobertas? O que o faz permanecer? Adotou-se como fundamentação teórico-metodológica a concepção de formação de professores como um continuum, baseada em Garcia (1989, 1995, 2009), Huberman (1995) e Nóvoa (1995) e da abordagem biográfica temática proposta por Josso (2002), o que direcionou a coleta de dados através de narrativas de experiência e questionário de perfil biográfico. Os participantes da pesquisa foram cinco professores iniciantes na EJA, um de cada cidade: Mariana, Ouro Preto, Itabirito, Acaiaca e Diogo de Vasconcelos. O estudo revelou que nenhum dos participantes escolheu lecionar na EJA mas, todos encontraram nesta modalidade razões para a sua permanência. Os principais motivos da permanência se relacionam aos alunos: aproximação afetiva, diálogo, troca de experiências, vontade de aprender demonstrada pelos alunos, a satisfação profissional diante da aprendizagem e desenvolvimento destes e ainda, o reconhecimento e valorização de seu trabalho pelos discentes. Todos os professores viveram o "choque de realidade", mesmo aqueles que não eram iniciantes na profissão, mas somente na docência na EJA. Dentre os desafios encontrados pelos professores destacam-se: diversidade etária/geracional dos alunos e o processo crescente de juvenilização; diferenças das expectativas de aprendizagem pelos alunos e diferenças nos níveis de desenvolvimento intelectual destes; estigma de inferioridade percebido geralmente nos alunos de idade mais avançada; carência de materiais adequados e investimentos para esta modalidade. Os resultados apontam para a necessidade de melhor formação dos professores - inicial e continuada - que os favoreça o desenvolvimento do trabalho com as especificidades da EJA; a necessidade de criação de programas de apoio ao professor iniciante e ainda, de se endossar a luta em defesa da EJA como uma política pública de Estado.