DEEDU - Departamento de Educação
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Item Juvenilização na educação de jovens e adultos de Ouro Preto/MG : trajetórias e perspectivas dos estudantes mais jovens.(2015) Ferreira, Lorene Dutra Moreira e; Coutrim, Rosa Maria da ExaltaçãoNos dias atuais percebe-se o aumento do número de matrículas de jovens brasileiros com 18 anos ou menos nos cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tal crescimento tem intrigado estudiosos, professores e gestores. Nesta investigação, pretende-se conhecer melhor quem são esses sujeitos que se inserem na EJA precocemente e apreender as sutilezas dos processos de hierarquização, segregação e reprodução de desigualdades. O trabalho se ancora, principalmente, em autores que discutem a desigualdade escolar, a estigmatização e o papel da EJA, tais como Pierre Bourdieu, Erving Goffman e Paulo Freire. A abordagem é qualitativa e o campo de estudo foi uma escola pública, única na cidade a oferecer tal modalidade de ensino em Ouro Preto/MG. Inicialmente, foi analisado o histórico escolar dos alunos com menos de 18 anos matriculados na EJA. Na segunda etapa, seis alunos foram entrevistados, bem como suas mães. Observou-se o cotidiano sociocultural dos sujeitos, assim como o seu ambiente familiar, com enfoque nas práticas educativas e nas suas expectativas. Constatou-se que vem aumentando o número de adolescentes matriculados na EJA em Ouro Preto e os motivos são diversos. Entre eles, destacamos: a legislação que fixa a idade máxima para certificação em 15 anos no Ensino Fundamental II e contribui para que os adolescentes acima dessa idade não tenham suas matrículas aceitas nesta modalidade de ensino; as trajetórias escolares marcadas por reprovações, que facilitam o encaminhamento de jovens cada vez mais jovens para a EJA e o baixo nível de escolaridade dos pais, que dificulta a implementação de práticas de escolarização permanente em seus filhos. Estes e outros fatores apontam para uma exclusão cada vez mais precoce do aluno que não se enquadra nos modelos propostos pelo Ensino Fundamental II. Ao dar voz aos jovens e às suas famílias, esta pesquisa se insere em um debate mais amplo, contribuindo para a compreensão da relação entre juventude, família e escola.