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    Como sabemos o que sabemos por que acreditamos nisso : análise de um modelo de ensino sobre ciência a partir de práticas científicas e epistêmicas escolares.
    (2020) Cláudio, Denise Suzane Oliveira; Mendonça, Paula Cristina Cardoso; Mendonça, Paula Cristina Cardoso; Silva, Maíra Batistoni e; Zama, Uyrá dos Santos
    Nesta pesquisa consideramos que aprender ciência significa compreender os produtos científicos, incluindo os fundamentos das alegações científicas e os processos envolvidos na produção, comunicação, avaliação e legitimação do conhecimento. Para isso a literatura da área de Educação em Ciências direciona para um ensino que promova a socialização dos estudantes em práticas análogas aquelas das comunidades científicas. Nessa perspectiva, os estudantes precisam ter um papel ativo em comunidades de prática, de modo que compreendam suas reponsabilidades como produtores de conhecimento e tenham autoridade epistêmica para tal. Indo nessa direção, o objetivo da pesquisa centrase em analisar como as práticas científicas escolares no contexto do desenvolvimento de uma sequência didática (SD) possibilitam a emergência de práticas epistêmicas escolares. A pesquisa é do tipo qualitativa e utiliza a videogravação de sala de aula e anotações de campo da pesquisadora no desenvolvimento da SD como instrumentos para construção dos dados. A SD foi aplicada em uma turma com 18 estudantes matriculados na disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino de Ciências Biológicas I da Universidade Federal de Ouro Preto. Na análise dos dados a turma foi tratada como o caso e este foi organizado em episódios A partir dos dados concluímos que (i) a esfera social, incluindo as normas sociais para produção social do conhecimento, implicam no desenvolvimento da argumentação, das práticas científicas escolares, das práticas epistêmicas escolares, e nos conhecimentos conceitual, processual e epistêmico; (ii) a perspectiva “hands-on” no contexto escolar interfere na ocorrência das práticas epistêmicas; (iii) a visão epistemológica dos estudantes influência no desenvolvimento das práticas epistêmicas; (iv) os movimentos realizados pelo professor contribuem para a ocorrência das práticas epistêmicas escolares. Como implicações para o ensino ressaltamos a utilização das práticas científicas interconectadas e com foco na avaliação do conhecimento. Como implicações para a pesquisa destacamos a necessidade de aprofundar em estudos com foco no estabelecimento das normas sociais na sala de aula, já que elas influenciaram diretamente no desenvolvimento das práticas científicas e epistêmicas escolares e na argumentação. As reflexões advindas deste trabalho evidenciaram que a distinção das práticas científicas e epistêmicas para o contexto de ensino é importante porque possibilita a compreensão de como as práticas epistêmicas surgem no ensino, considerando que para isto as práticas científicas não se limitem ao fazer prático e sejam experienciadas de forma metacognitiva e reflexiva.