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    As damas da educação : Clara Gammon e Carlota Kemper no Instituto Evangélico de Lavras.
    (2016) Arantes, Thaís Batista de Andrade; Jardilino, José Rubens Lima; Jardilino, José Rubens Lima; Lopes, Eliane Marta Teixeira; Almeida, Jane Soares de
    Ao reconstruirmos a história do Instituto Evangélico de Lavras, atualmente Instituto Gammon, e sua importante contribuição para o desenvolvimento da educação da época, buscamos compreender o processo educativo, sua história e finalidades ideológicas e sociais, entendendo a importância que a religião exerceu para a fundação e expansão de seus ideais. Nesse trabalho então, inserido na linha de pesquisa História das Instituições Escolares e/ou Educativas e Formação Docente, temos como objeto de pesquisa a participação feminina no Instituto Evangélico de Lavras por meio dos trabalhos das missionárias Carlota Kemper e Clara Gammon. No primeiro capítulo dessa dissertação tratamos sobre as raízes do pensamento protestante e as propostas educacionais que foram trazidas pela Reforma. Dessa forma, buscamos discutir os ideais de Calvino e Lutero inseridos em um contexto humanista de renovação ideológica. No segundo capítulo, tratamos brevemente sobre o histórico da Igreja Presbiteriana e sua inserção no Brasil e o histórico do Instituto Evangélico de Lavras. No terceiro capítulo, para melhor abarcarmos a atuação das missionárias e educadoras Carlota Kemper e Clara Gammon no meio religioso e educacional a qual estavam inseridas, seria indispensável compreender a visão que a Igreja tinha delas e o reflexo desta na percepção que elas tinham de si mesmas. Entender a importância que a religião representava para essas mulheres é ir além da dimensão cultural percebendo as relações de poder que são legitimadas por esse sistema desde o início da organização de seus ideais. Para tratar do nosso tema particular, faremos uma incursão na perspectiva histórica da missão da mulher na Religião, como uma introdução a essa temática. Ao perscrutarmos os documentos dessa pesquisa pudemos perceber uma constante presença feminina, não só na missão presbiteriana, mas na vida do Instituto Evangélico de Lavras. Há um reconhecimento, não só por parte da Instituição, como também da própria cidade, sobre a importância da participação feminina para o crescimento e consolidação do projeto missionário e educacional na região. Clara Gammon, assim como várias outras, acabou por ser apagada, talvez por ser parte de uma denominação que formava suas mulheres para serem trabalhadoras invisíveis de uma seara que reconheceria apenas os discípulos e não as mulheres que os acompanhavam. As missionárias, assim como discutido por Eliana Moura da Silva (2012), adentraram espaços sociais que não o delas quando se aventuraram a deixar seus lares, muitas ainda solteiras, percorrendo espaços predominantemente masculinos em uma sociedade profundamente patriarcal. Ao adotarem essas funções, mesmo que não intencionalmente, elas assumem um papel subversivo nessa sociedade que mantinha a maioria de suas mulheres em um papel muito bem demarcado e definido.