EM - Escola de Minas

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A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada pelo cientista Claude Henri Gorceix e inaugurada em 12 de outubro de 1876.

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    Caracterização estrutural, mineralógica e química mineral do pegmatito Bananal : um depósito de lítio do Campo Pegmatítico de Curralinho, Salinas, MG.
    (2021) Barbosa, Carolina Cristiano; Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Gonçalves, Leonardo Eustáquio da Silva; Dias, Coralie Heinis; Nalini Júnior, Hermínio Arias
    Os pegmatitos de elementos raros abrangem uma diferenciação interna, evolução geoquímica e padrões distintos de enriquecimento de elementos voláteis e incompatíveis indicando um importante processo de desenvolvimento economicamente viável de depósitos metálicos. O Distrito Pegmatitíco de Araçuaí inserido na Província Pegmatítica Oriental Brasileira engloba um dos maiores depósitos de lítio encontrados no Brasil, sendo um deles o Pegmatito Bananal localizado a leste da cidade de Salinas (MG) que abrange os granitos da supersuíte G4 Cambrianos relaciaonados ao estágio pós colisional do Orógeno Araçuaí. Este estudo visa caracterizar as relações de emplacement do pegmatito com as rochas encaixantes, assim como identificar as estruturas externas e internas, assembleias mineralógicas, texturas e zoneamento do corpo a fim de fornecer um modelo petrológico atualizado para o Pegmatito Bananal e um suporte para interpretações genéticas e metalogenéticas relacionadas às mineralizações de lítio. Secções de perfis detalhadas, com extensão de mais de 50m do topo para a base, revelaram um corpo zonado, de contato superior com quartzo mica xisto da Formação Salinas, com uma zona de resfriamento rápido (chilled margin) seguida por uma zona de borda com minerais sacaroidais de muscovita-plagioclasio-biotita e muscovitas com crescimento ortogonal à zona de contato com a rocha encaixante; zona de parede com textura gráfica além de albita dissemninada, minerais de óxidos de Ta e espodumênio; zona intermediária enriquecida em cristais gigantes de espodumênio (até 2m de comprimento), albita, muscovita 2M1 a fluorita. A zona intermediária é marcada pelo crescimento direcional de cristais de espodumênio no sentindo da região mais interna do corpo pegmatítico, formando cortinas ortogonais ao contato com a rocha encaixante. Essa textura é chamada de textura de solidificação unidirecional, a qual é observada mundialmente em complexos intrusivos ricos em voláteis. A porção mais interna do Pegmatito Bananal contém em seu núcleo bolsões de quartzo e próximo à sua margem bolsões de muscovitas 2M1. A presença de turmalina próximo ao contato do pegmatito e quartzo mica xisto é uma evidência de um proeminente metamorfismo de contato. De forma geral, o pegmatito Bananal demonstra um processo de albitização intenso, um enriquecimento de elementos incompatíveis Li, Rb, Cs e F em direção ao núcleo nos quais tais características sugerem este ser um corpo altamento evoluído, uma vez que a presença de ixiolita e wodginita na zona intermediária podem ter proporcionado o último estágio evolutivo característico de pegmatitos LCT. Os pegmatitos de elementos raros classificados como albita-espodumênio, como o Pegmatito Bananal, representam uma importante fonte de recurso de Li e Ta portanto uma melhor compreensão da mineralogia e paragênse desses pegmatitos enriquecidos em metais raros torna-se essencial para exploração e desenvolvimento da região.
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    Geoquímica e geocronologia U/Pb em monazita dos pegmatitos no sul do Espírito Santo.
    (2018) Costa, Flávia Compassi da; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Marques, Rodson de Abreu; Romano, Antônio Wilson; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Marques, Rodson de Abreu
    A área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e Araçuaí, dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, ao sul do Espírito Santo. O objetivo principal deste trabalho é o estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução desses corpos, sua potencialidade econômica e provável gênese. Analisou-se a mineralogia dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) localizado no município de Mimoso do Sul e do pegmatito São Domingos (SD) localizado no município de Muqui. As técnicas analíticas empregadas foram microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados) e LA-SF-ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita). O pegmatito Fazenda Concórdia apresenta zonalidade irregular com base no sistema de classificação de estruturas de proposto por Cameron et al. (1949), contém feldspato potássico, quartzo, muscovita, água-marinha, topázio e turmalina, não apresentam controle estrutural. O pegmatito São Domingos possui uma zonalidade menos evidente, quando observa-se uma zonação e compara-se com o pegmatito Fazenda Concórdia, e sua mineralogia é basicamente composta por feldspato potássico, quartzo e muscovita. Com base na geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em que o pegmatito São Domingos é menos evoluído que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento do pegmatito. Com relação à datação de monazita, a idade foi de 610.0±4.2 Ma, podendo indicar que a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante que foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito seria de origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.
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    Caracterização mineralógica e tecnológica de feldspatos piroexpansíveis de pegmatitos do distrito de Conselheiro Pena, MG.
    (2015) Aarão, Guilherme Marcos; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz; Gandini, Antônio Luciano; Barreto, Sandra de Brito
    No presente trabalho, amostras de feldspatos provenientes de quatro corpos pegmatíticos do Distrito Pegmatítico de Conselheiro Pena (MG) foram submetidas a ensaios tecnológicos de calcinação, possibilitando avaliar as modificações nas propriedades físicas e químicas desses minerais, bem como a qualidade dos mesmos como matéria-prima para possível ou não aplicação na indústria cerâmica e vidreira. Cada amostra foi dividida em quatro blocos (aproximadamente 4,0 x 2,0 x 2,0 cm), cada bloco foi aquecido em diferentes temperaturas (1.100 °C, 1.150 °C, 1.200 °C e 1.250 °C) e, posteriormente, caracterizado por diversas análises. Para estas análises foi utilizada a seguinte metodologia: 1) Análises Físicas: preparação dos corpos de prova, análises mineralógicas macroscópicas pré e pós calcinação e determinação da densidade relativa; 2) Análises Microtexturais: microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV / EDS); 3) Mineralogia e Cristalografia: difratometria de raios X; 4) Análises Químicas: espectroscopia de emissão atômica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES), microssonda eletrônica (EMPA-WDS), espectroscopia no Infravermelho e espectroscopia micro-Raman. Os resultados obtidos indicaram que as amostras que apresentaram maior tendência de diminuição da densidade relativa, concomitantemente com maior perda de massa, foram as que mais expandiram após a queima e as que mais apresentaram mudanças na textura (formação de bolhas). Por meio da microscopia óptica pode-se observar que as amostras que apresentaram expansão elevada exibem grande quantidade de albita, fato comprovado pela presença de estrutura pertítica no microclina. A presença de albita também foi observada nas análises químicas por microssonda eletrônica, onde alguns pontos apresentaram elevado teor em Na2O. Nas análises por microscopia óptica foi possível realizar a caracterização mineralógica das amostras e também observar a mudança na textura das mesmas de acordo com o aumento da temperatura dos ensaios de calcinação. A partir das análises realizadas por MEV / EDS pôde-se observar que as amostras que foram calcinadas à 1.200 ºC a clivagem fica mais pronunciada, juntamente com o surgimento de novas bolhas e fraturas. Entretanto, para as amostras que foram submetidas à temperatura de 1.250 ºC, de uma maneira geral houve drásticas mudanças na textura do material, passando a apresentar uma textura esponjosa, sendo fator prejudicial para peças de cerâmica de primeira qualidade, pois, reduzem a resistência do produto provocando uma textura vesicular sem estética, com baixa qualidade e sem valor de mercado, deformando os moldes e formas, gerando prejuízos na linha de produção. A partir das análises por Difratometria de Raios X foi possível identificar as fases minerais presentes. Pôde se constatar que as modificações físicas e mineralógicas que ocorrem durante o processo de calcinação foram mais evidentes a partir dos resultados à temperatura de 1.200 ºC, pois, houve o início de formação de background nesta temperatura e, posteriormente, formação de background elevado em 1.250 ºC, indicando a presença de uma fase amorfa não quantificada, esta fase corresponde à vitrificação da albita. Xx Este aspecto de alteração da textura das amostras coincide com o estado de vitrificação total do material observado nos estudos de espectroscopia no infravermelho e Raman, uma vez que vai ocorrendo o desaparecimento progressivo dos picos principais indicando os rompimentos das ligações dos tetraedros bem como a crescente degeneração da estrutura cristalina dos minerais. Portanto, os feldspatos que apresentaram pequena piroexpansão podem ser aplicados na indústria cerâmica e vidreira, pois atendem as especificações e parâmetros para estes segmentos industriais, porém os feldspatos que apresentaram alta piroexpansão são incompatíveis para aplicação na indústria cerâmica, mentretanto por possuírem estrutura mais leve, além de poder ser aplicados na indústria vidreira podem também ser utilizados em alguns outros segmentos, tais como revestimentos, placas de isolamento térmico, agregados leves, forros de telhados, etc. Outra possível aplicação seria para blendagem com feldspatos de mais alta qualidade, podendo desta forma ser aplicados na indústria cerâmica.
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    Caracterização mineralógica e geoquímica do pegmatito da mina de Volta Grande, provincia pegmatítica de São João del Rei, Nazareno, Minas Gerais.
    (2015) Assumpção, Caymon de Siqueira; Cipriano, Ricardo Augusto Scholz
    A Mina de Volta Grande está localizada no município de Nazareno, porção sul do estado de Minas Gerais. Os pegmatitos vêm sendo explorado a mais de cem anos na região e grande parte dos direitos de exploração pertencem atualmente à AMG Mineração. A Mina de Volta Grande explora atualmente três corpos principais, Corpo A, Corpo F e Corpo C. A existência de outros corpos é conhecida e outros já encontram-se exauridos. O Corpo A é notadamente o principal e tem garantido a produtividade da Mina de Volta Grande. Os pegmatitos da Mina de Volta Grande fazem parte de uma série de ocorrências pegmatíticas na região das cidades de Nazareno, São João Del Rei, Ritápolis e Rezende Costa. Estas ocorrências foram agrupadas e surgiu a denominação de Província Pegmatítica de São João Del Rei. A província situa-se na porção meridional do Cráton São Francisco, na complexa sequencia geológica denominada Cinturão Mineiro. Os pegmatitos da Mina de Volta Grande são classificados como os do tipo albita-espodumênio da família LCT (lítio-césio-tântalo). Possuem, em geral, forma tabular com mergulhos suaves de até 27°. A rocha encaixante são anfibolitos paleoproterozóicos pertencentes ao greenstone belt Rio das Mortes. Com relação a variação textural e mineralógica, o pegmatito pode ser dividido em seis zonas principais: Zona da Parede e Zona da Borda (Biotitito) nas bordas, Zona do Espodumênio, Zona do Pegmatito Granular, Zona do Albitito e Zona do K-Feldspato do centro para a borda. Mineralogicamente possui três grupos principais de minerais: minerais de lítio, minerais de tântalo e minerais de estanho. Quimicamente o pegmatito é complexo com anomalias de tântalo, nióbio, lítio, estanho e rubídio. A relação dos pegmatitos da Mina de Volta Grande com o Granitóide Ritápolis, sendo que a idade de cristalização do granitóide é de 2.121 ±07 Ma. Análise química de grãos de minerais do grupo Coltan (columbita-tantalita) indicou, através de diagramas de fase Mn/(Mn+Fe) versus Ta/(Ta+Nb), que o pegmatito de Volta Grande apresenta um fracionamento químico significativo. O enriquecimento no conteúdo de Mn e Ta que foi evidenciado é esperado para pegmatitos bastante evoluídos.
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    Estudos mineralógicos e microtermométricos de algumas espécies mineralógicas oriundas de pegmatitos dos distritos pegmatíticos de Santa Maria de Itabira e Governador Valadares, Minas Gerais.
    (2009) Newman, Daniela Teixeira de Carvalho; Gandini, Antônio Luciano
    Dentre os bens minerais originários do estado de Minas Gerais, ressaltam-se as variedades gemológicas do berilo, as turmalinas, micas, feldspatos, topázio e fluorita. Os minerais procedentes dos pegmatitos de Minas Gerais, vêm sendo alvo de estudo por parte de diversos pesquisadores, sendo que a maior parte desses trabalhos dedicam-se à caracterização mineralógica e cristaloquímica dos mesmos, além de descrições de novas ocorrências. Geralmente essas estão associadas à pegmatitos graníticos e anatéticos, cuja mineralogia básica se assemelha à de um granito, podendo ainda serem encontrados em depósitos secundários. Esta Tese trata das características físico-químicas e do caráter genético de amostras de berilo, micas, feldspatos, turmalinas, monazitas, topázio azul e fluorita provenientes dos pegmatitos Ponte da Raiz, Fazenda Morro Escuro, Lavra da Posse, Fazenda do Salto, Córrego do Feijão, Silviano/Ivalde, Fazenda Guanhães, Lavra da Generosa, Lavra do Teotônio e Euxenita, situados no Distrito Pegmatítico de Santa Maria de Itabira e dos pegmatitos Ipê, Ferreirinha, Olho-de-Gato, Jonas Lima, Escondido, Sem Terra (Campo Pegamatítico de Marilac); Córrego da Vala Grande, Itatiaia, Fiote/Jonas, Lavra da Morganita, Lavra do Dada e Lavra do Piano (Campos Pegmatíticos de Resplendor e Galiléia-Conseheiro Pena) perntencentes ao Distrito Pegmatítico de Governador Valadares, Minas Gerais, que encontram-se encaixados nos micaxistos da Formação São Tomé, Grupo Rio Doce, em rochas do Grupo Guanhães e nos Granitos Borrachudo. A mineralogia essencial desses pegmatitos, em geral, é constituída por microclínio macropertitizado, às vezes, na variedade amazonita, quartzo (hialino, fumé, róseo e leitoso), muscovita e albita. Como minerais acessórios ocorrem biotita, berilo, granada, nióbio-tantalatos, turmalinas (exceto Distrito Pegmatítico de Santa Maria de Itabira), monazita, etc. Por meio da razão co/ao, obtidas por difração de raios X, foi possível caracterizar uma evolução politípica para os berilos que vai desde o normal (N), passando pelo de transição (NT) até o tetraédrico (T). Além de permitir caracterizar que os feldspatos correspondem a microclínio e albita e que os cristais de muscovita e biotita correspondem principalmente ao polítipo 2M1, além das associações 2M1 e 1M em amostras de muscovita e 1M e 2M1 no caso das biotitas. Os dados de Espectroscopia de Absorção no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) permitiram a caracterização dos componentes fluidos, CO2, CH4 e H2O tipos I e II. Análises Termodiferenciais e Termogravimétricas indicaram três, dois ou um intervalos distintos de perda de massa, que variaram de 0,5 a 3,0%. Os cristais de berilo, turmalina, fluorita e topázio contêm um grande número de inclusões fluídas monofásicas, bifásicas, trifásicas ou polifásicas, de origem primária, pseudo-secundária e/ou secundária, compostas basicamente por soluções aquosas e aquo-carbônicas. Os teores de CO2 presentes nessas inclusões variam de acordo com o posicionamento da amostra no corpo. Nos pegmatitos do Distrito Pegmatítico de Santa Maria de Itabira ocorrem apenas inclusões fluidas aquo-carbônicas, sendo que os valores de Te obtidos são indicativos de sistemas aquo-carbônicos contendo Na+, K+, Fe2+ e Fe3+, Ca2+, com enriquecimento posterior em Al3+, Zn+ e Li+, resultando em um fluido mais enriquecido em álcalis. Há evidências de um trend evolutivo que vai dos pegmatitos menos enriquecidos em CO2 e álcalis localizados na porção Sul (Ponte da Raiz, Fazenda Morro Escuro, Lavra da Posse, Fazenda do Salto e Córrego do Feijão) em direção aos mais enriquecidos em CO2 e álcalis localizados na porção Norte (Silviano/Ivalde, Fazenda Guanhães, Lavra da Generosa, Lavra do Teotônio e Euxenita). No caso dos pegmatitos do Distrito Pegmatítico de Governador Valadares por meio da análise dos resultados das temperaturas do eutético, pode-se verificar uma tendência evolutiva do fluido mineralizante que parte do Pegmatito Córrego da Vala Grande em direção ao Lavra do Piano (SE-NW), dos Campos Pegmatíticos de Resplendor e Galiléia-Conselheiro Pena; e do Pegmatito Ipê em direção ao Sem Terra (SW-NE) do Campo Pegmatítico de Marilac. A análise das temperaturas do eutético, das inclusões fluidas, sugere uma evolução a partir de um sistema aquoso de baixa salinidade, contendo Na+ e K+, com possíveis quantidades de Fe2+ e Fe3+, para soluções mais ricas em Ca2+ e Al3+, passando por um sistema enriquecido em Zn+, Al3+ e Li+ e culminando em um sistema aquoso, de salinidade média, rico em Li+, Zn+, K+, Na+, Ca2+, contendo quantidades subordinadas de boro e ferro. Tais dados representam uma evolução geoquímica que vai dos pegmatitos menos diferenciados em direção aos de maior grau de diferenciação, contendo maiores teores de CO2 e álcalis. Os dados microtermométricos possibilitaram ainda reconhecer fenômenos de modificações posteriores, aprisionamento de fluidos originalmente imiscíveis e flutuação de pressão.
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    Pegmatitos mineralizados em água-marinha e topázio do ponto do Marambaia, Minas Gerais : tipologia e relações com o granito Caladão.
    (2005) Ferreira, Marcelo dos Santos Fernandes; Fonseca, Marco Antônio; Pires, Fernando Roberto Mendes
    Depósitos de água-marinha do Ponto do Marambaia, parte da Província Pegmatítica Oriental de Minas Gerais, estão inseridos no Campo Pegmatítico de Padre Paraíso-Catugi, Distrito Pegmatítico de Padre Paraíso. Os pegmatitos contêm água-marinha (azul e verde), berilo comum e goshenita, topázio azul, cristais decimétricos a métricos de quartzo hialino e murion e são hospedados no granito Caladão. A água marinha apresenta importância econômica no cenário mundial gemológico, no que diz respeito à produção histórica e potencialidade, ao volume e à qualidade das gemas produzidas. Registros de achados famosos de cristais de águas-marinhas, dentre as quais, “Papamel” e “Marta Rocha”, com 74 kg e 33,9 kg, respectivamente são reconhecidos internacionalmente. Os pegmatitos apresentam zonalidade irregular, contém K feldspato, quartzo, biotita, água-marinha e topázio, não apresentam controle estrutural e seus contatos com o granito variam de brusco a gradacional. Possuem posição espacial variável entre vertical a horizontal, espessuras decimétricas a métricas, extensões decamétricas, formatos irregulares amebóides e relativa diferenciação. Os pegmatitos evoluíram a partir da fração gráfica com K feldspato-quartzo, seguido da formação de mega-cristais de K feldspato e quartzo leitoso intersticial e maciço, biotita e as gemas, topázio e água-marinha, sob condições rúpteis. O íntimo relacionamento da água-marinha com mega-cristais de K feldspato sugere processo metassomático com a ação de fluído aquoso rico com Be residual, resultando na formação de água-marinha, muscovita e quartzo, de acordo com a seguinte reação: 5KAlSi3O8 + 2H2O + 3 Be2+ = Be3Al2Si6O18 + KAl3Si3O10(OH)2 + 6SiO2 + 5 K+ + 2H+ Finalizando o processo, líquidos residuais silicosos deram a origem a cristais de quartzo hialino e murion piramidados, após o fraturamento ter cessado. Os pegmatitos do Ponto do Marambaia podem ser enquadrados na classe de pegmatitos de elementos raros do Tipo Berilo, sem Ta e Nb. O Granito Caladão é porfirítico, não apresenta deformação dúctil, não contém granada, exibe nítido fluxo magmático e inclusões ocasionais de Charnockito Padre Paraíso, com quem apresenta contatos gradacionais. Foi derivado de refusões parciais crustais a partir de granitóides que o circundam, designados por Itaipé, Caraí, Faísca e Wolf com contatos intergradacionais entre si e com o Granito Caladão. Integra a Suíte Intrusiva Aimorés, pós-colisional da Faixa Araçuaí, e é datado entre 520-490 Ma.