EM - Escola de Minas

URI permanente desta comunidadehttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/6

Notícias

A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada pelo cientista Claude Henri Gorceix e inaugurada em 12 de outubro de 1876.

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 10 de 10
  • Item
    Análise estratigráfica e geocronológica da formação Três Marias na Serra do Gorutuba, norte de Minas Gerais : registro de superposição de bacia de antepaís na porção oriental do cráton São Francisco.
    (2019) Rossi, Ariadne Verônica Andrade; Danderfer Filho, André; Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Uhlein, Gabriel Jubé; Danderfer Filho, André
    A Formação Três Marias corresponde à unidade de topo do Grupo Bambuí, o qual recobre a porção interna do cráton São Francisco. Estudos consolidados na região cratônica ocidental apontam que esta formação é representativa de uma bacia de antepaís (foreland basin) associada à evolução da Faixa Brasília. A Formação Três Marias também registra o preenchimento de um foreland basin de idade brasiliana na porção oriental do cráton. Este trabalho apresenta os resultados de dados de campo, análise estratigráfica e análises isotópicas U-Pb e ƐHf realizados nesta unidade ao longo da serra do Gorutuba, norte de Minas Gerais. A região se encontra no leste do cráton São Francisco, próximo ao limite com a Faixa Araçuaí. Na área de estudo, a Formação Três Marias constitui depósitos de molassa, compostos essencialmente por conglomerados carbonáticos e arenitos arcoseanos que ocorrem em discordância erosiva com a Formação Serra da Saudade. Os perfis estratigráficos levantados exibem cinco associações de fácies e a sucessão sedimentar aponta que os sedimentos arenosos entraram via um sistema flúvio-deltáico a nordeste da bacia, onde foram retrabalhados em uma plataforma siliciclástica sob influência de ondas, correntes de maré e tempestade. As paleocorrentes apontam uma linha de costa NW-SE, localmente com fluxos de correntes para nordeste e noroeste. Dados geocronológicos obtidos por meio de análises U-Pb (via LA-ICPMS) em grãos de zircões detríticos indicam que a idade máxima de deposição desta unidade é de 556±5 Ma, e que a base da sequência registra a exumação de rochasfontes mais jovens que aquelas do topo. Os zircões da base possuem assinatura ƐHf negativa, assinalando uma área fonte gerada sob condições crustais, enquanto o topo apresenta maior contribuição de grãos com ƐHf positivo, refletindo a erosão e deposição de rochas com características mais mantélicas. Os resultados sugerem que a principal área fonte dos sedimentos corresponde às rochas produzidas nos estágios pré-orogênico, pré- e sin-colisionais da Faixa Araçuaí (ca. 630 – 560 Ma). Os zircões analisados na serra do Gorutuba mostram um espectro de distribuição de idades U-Pb característico de foreland basin e revelam idades mais jovens que aquelas encontrados na borda oeste da bacia. Deste modo, o foreland basin gerado em resposta ao desenvolvimento da Faixa Araçuaí seria mais jovem que aquele registrado na porção ocidental do cráton, relativo à Faixa Brasília. O preenchimento final da bacia Bambuí seria controlado, portanto, pelo desenvolvimento destes dois cinturões de dobramentos ao longo das margens do paleocontinente São Francisco durante a aglutinação de Gondwana Ocidental.
  • Item
    O grupo Itacolomi em sua área tipo : estratigrafia, estrutura e significado tectônico.
    (2018) Duque, Tiago Rocha Faria; Alkmim, Fernando Flecha de; Novo, Tiago Amâncio; Alkmim, Fernando Flecha de; Martins, Maximiliano de Souza
    O Grupo Itacolomi em sua localidade tipo, a Serra do Itacolomi entre as cidades de Ouro Preto e Mariana MG, caracteriza-se por uma sucessão de sedimentos aluviais, constituído basicamente por metaarenitos, metaconglomerados e filitos e é interpretado como uma deposição fluvial em bacias intermontanas, localmente influenciado por leques aluviais. Devido a sua posição geotectônica na calha do Sinclinal Dom Bosco, o estudo das suas características deposicionais tornam-se viáveis, bem como o tipo de deformação registradas por essas rochas, uma vez que o Grupo Itacolomi é tido como a sequência mais jovem do Quadrilátero Ferrífero com idades próximas a 2,1 Ga. Diversos autores discutem sobre a real posição das rochas onde situa-se o Pico do Itacolomi, porém sendo consenso entre todos, que a parte mais basal dos sedimentos, ou seja, a que se encontra em contato discordante com as rochas do Grupo Sabará seriam de fato as rochas do Grupo Itacolomi em sua área tipo. Dessa maneira, podendo o grupo ser separado em dois blocos: bloco autóctone, relativo as rochas da porção basal e bloco alóctone que comporia o entorno do Pico do Itacolomi. A partir de levantamentos estratigráficos distinguiu-se oito litofácies e, posteriormente, estas foram associadas em três unidades de litofácies. Desta maneira foi possível estabelecer com maior acurácia o sistema de deposição dos sedimentos, bem como inferir sobre sua proveniência. Para isso utilizou-se também de datação U-Pb em zircões detríticos através do método LA-ICP-MS de cinco amostras de diferentes fácies. As idades obtidas mostraram picos de idades principais entre 2156 e 2203 Ma. e picos subordinados em torno de 2700, 2900, 3100 e 3300 Ma. A idade máxima de sedimentação foi de 2144±15 e a idade mínima sugerida em torno de 1700 Ma. Os resultados obtidos neste trabalho fornecem um maior detalhamento para a idade de deposição, proveniência e ambiente tectônico do Grupo Itacolomi em relação as demais unidades do Quadrilátero Ferrífero.
  • Item
    Petrogênese e geocronologia de xistos pelíticos na região de Pinheiros Altos-Piranga, Quadrilátero Ferrífero, MG.
    (2019) Queiroz, Yanne da Silva; Queiroga, Gláucia Nascimento; Moraes, Renato; Queiroga, Gláucia Nascimento; Alkmim, Fernando Flecha de; Novo, Tiago Amâncio
    Nas imediações de Piranga, sudeste do Quadrilátero Ferrífero (QF), emerge uma seqüência metapelítica associada a rochas metamáficas e metaultramáficas atribuídas até então ao Supergrupo Rio das Velhas, de idade arqueana. Novos dados geoquímicos, geocronológicos e petrológicos, incluindo análise de pseudoseções, foram realizados sobre 3 amostras de mica xistos com o intuito de fornecer novos registros sobre o cenário geocronológico-estratigráfico dessa seqüência metapelítica e contribuir para a compreensão do papel da orogenia Brasiliana no cenário de evolução tectônica do Quadrilátero Ferrífero. A seqüência metapelítica é composta por rochas inequigranulares porfiroblástica, com matriz granolepidoblástica a lepidogranoblástica, formadas pela paragênese plagioclásio + quartzo + biotita + muscovita + granada + estaurolita ± Mg-clorita, típica de fácies anfibolito. Os valores de temperatura do pico metamórfico, obtidos pelo modo Average do THERMOCALC, variam de 630 a 650 °C, enquanto os valores de pressão são de aproximadamente 7 kbar. As pseudosseções mostram campos de estabilidade muito bem definidos na fácies anfibolito, sendo que o caminho do metamorfismo indica um aumento progressivo das condições de temperatura e pressão. A idade máxima de sedimentação de 1851±61 Ma, com pico unimodal em torno de 2100 Ma, aponta para uma história deposicional muito mais jovem do que aquela anteriormente atribuída a essa sequência metapelítica. Idades U-Pb em monazitas de cerca de 500 Ma indicam a ocorrência de pulsos hidrotermais mais jovens nessa região, responsáveis por recristalizar/resetar essas monazitas durante o Cambriano. Este conjunto de dados permite a redefinição estratigráfica da seqüência metapelítica estudada, agora localizada no topo da coluna estratigráfica do QF e correlacionada provavelmente ao Grupo Itacolomi. No entanto não se descarta a possibilidade dessa unidade pertencer aos Grupos Sabará ou Dom Silvério. Esta sequência foi, portanto, depositada antes da orogênese Transamazônica e metamorfizada e deformada em fácies anfibolito médio a superior provavelmente durante a orogenia Neoproterozóica Brasiliana.
  • Item
    Evolução tectono-estratigráfica da porção norte do Espinhaço Central, Norte de Minas Gerais.
    (2017) Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Danderfer Filho, André; Danderfer Filho, André
    Na faixa Araçuaí, desenvolvida na borda sudeste do cráton do São Francisco, há registros de coberturas sedimentares mais jovens do que 1.8 Ga que remontam vários episódios de embaciamento sedimentar. A partir da identificação de discordâncias e descontinuidades estratigráficas juntamente com a análise geocronológica U-Pb em zircão, foi possível caracterizar a evolução estratigráfica de um segmento localizado no extremo norte da faixa Araçuaí, no domínio fisiográfico da serra do Espinhaço Central. Os resultados obtidos indicam o registro de quatro ciclos de primeira ordem, sendo dois relacionados a episódios de magmatismo na região. O primeiro ciclo compreende uma sucessão vulcanossedimentar estateriana (Grupo Terra Vermelha) constituída por conglomerados e arenitos de natureza aluvial, associados com o preenchimento de um rifte. No topo dessa sucessão ocorrem rochas vulcânicas com idade de 1758 ± 4 Ma, interpretada como a idade do rifte Terra Vermelha. Os arenitos eólicos (Formação Pau d‘Arco) que cobrem essa unidade foram interpretados como o preenchimento relacionado a subsidência termal pós-rifte. Os zircões detríticos obtidos para essa unidade revelam uma idade máxima de sedimentação de 1675± 22 Ma. O segundo ciclo compreende outra etapa de rifteamento registrado na sucessão vulcanossedimentar calimiana do Grupo Mato Verde. Essa sucessão inclui conglomerados com arenitos intercalados e pelito subordinado depositados em ambientes de leques aluviais, fluvial e lacustre. No topo, ocorrem rochas vulcânicas e vulcanoclásticas datadas em 1524 ± 6 Ma, finalizando a evolução do rifte Mato Verde. Os depósitos de natureza eólica registrados na Formação Vereda da Cruz que cobrem essa unidade são interpretados como o estágio de subsidência termal do rifte. Os zircões detríticos obtidos para essa sucessão revelam idades máxima de sedimentação de 1616 ± 30 Ma. O terceiro ciclo inclui a sucessão siliciclástica do Grupo Sítio Novo, constituída por arenitos estratificados e conglomerados e pelitos subordinados com características que indicam deposição em ambiente costeiro a marinho raso. Os zircões detríticos para essa unidade revelam idade máxima de deposição em 1106 ± 10 Ma. As rochas máficas que cortam essa unidade mostram idade U-Pb em torno de 900 Ma, definindo a idade mínima de sedimentação para o Grupo Sítio Novo. O último ciclo registra o preenchimento de um rifte intracontinental representado pelo Grupo Santo Onofre, o qual consiste de pelitos carbonosos, arenitos e conglomerados associados com fases de sedimentação de águas profundas e rasas. Os zircões detríticos obtidos para essa unidade revelam idade máxima de deposição em torno de 865 Ma. Os resultados obtidos mostram que a sedimentação correspondente ao desenvolvimento desses quatro ciclos ocorreu durante um longo período de tempo, cobrindo uma grande área no bloco São Francisco.
  • Item
    Contribuição à estratigrafia e geocronologia U-Pb de zircões detríticos da Formação Moeda (Grupo Caraça, Supergrupo Minas) na Serra do Caraça, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.
    (2016) Nunes, Filipe Silva; Martins, Maximiliano de Souza; Lana, Cristiano de Carvalho; Alkmim, Fernando Flecha de; Babinski, Marly; Martins, Maximiliano de Souza
    O posicionamento litoestratigráfico da região denominada serra (maciço) do Caraça é um dos pontos mais controversos na literatura geológica do Quadrilátero Ferrífero. O trabalho traz à luz do conhecimento, novos dados litoestratigráficos associados a dados geocronológicos para a região. Os metassedimentos encontrados na serra, apresentam correlação lito e cronoestratigrafica com a Formação Moeda, apresentando idade deposicional máxima em 2520 ± 13 Ma, neoarqueana tardia. Foram reconhecidas três unidades (associações de fácies) na região. A unidade 1 foi interpretada como um sistema fluvial entrelaçado, a unidade 2 como um sistema fluvial entrelaçado com retrabalhamento eólico localizado, e a unidade 3 como um sistema fluvial entrelaçado com formação de linha de costa em porção restrita da bacia. Acredita-se que os sedimentos tenham se depositado em ambiente de rifte intra continental com evolução para margem passiva, representando o começo de um ciclo de Wilson na porção sul do cráton são Francisco por volta de 2,5 Ga, transcição entre o arqueano e o paleoproterozoico.
  • Item
    Estudo ecológico de Metania spinata (Porifera) na Lagoa Verde, Minas Gerais, Brasil, e análise isotópica de oxigênio em espículas, visando interpretação paleoambiental.
    (2015) Matteuzzo, Marcela Camargo; Varajão, Angélica Fortes Drummond Chicarino; Alexandre, Anne; Ribeiro, Cecília Volkmer
    Esponjas de água doce (Porifera, Demospongiae) são produtoras de estruturas de biosílica denominadas espículas, com extraordinário valor taxonômico, e que podem apresentar-se em mais de uma categoria, conforme a espécie, tendo reconhecida utilização como marcadores ambientais. As populações dessas esponjas vivem em condições ambientais específicas e mudanças nestes ambientes provocam respostas que se traduzem na produção das diferentes categorias de espículas. As espículas são depositadas e preservam-se no sedimento de ambiente límnico após a morte da esponja. Quando há grandes concentrações de espículas no sedimento, estes constituem espongilitos. Os depósitos de espongilitos no noroeste de Minas Gerais (Brasil) são extensos, ocorrendo em aproximadamente 80 lagoas circulares ou semicirculares, e ocupam uma área de cerca de 45 Km2. Os espongilitos representam recurso mineral importante na indústria cerâmica. O processo de formação dos espongilitos dessa região ocorre há pelo menos 28 mil anos, havendo ainda hoje populações de esponjas que continuamente contribuem para os depósitos de espículas. Para compreender a formação dos depósitos, é necessário estudar o ciclo de vida dos organismos que os formam. O conhecimento ecológico relacionado às esponjas, bem como a caracterização das diferentes espículas e a sua relação com o ambiente em que se formaram, trazem informações fundamentais sobre as condições paleoambientais de deposição dos sedimentos formadores de espongilitos. Tais informações podem indicar se havia disponibilidade constante de água, ou se ocorriam eventos de estiagem. Biosílicas de diatomáceas e fitólitos têm sido intensamente estudadas através de técnicas de análises de isótopos de oxigênio, que mostram uma relação termodependente com o valor de sua composição isotópica menos o valor da composição isotópica da água em que se formou. Estas técnicas permitem determinar as condições térmicas durante a formação dos depósitos no passado através das biosílicas sedimentadas. Neste sentido, testar a técnica de análise de isótopos de oxigênio em sílica biogênica de esponjas visa à sua validação como marcadora da paleotemperatura se o fracionamento isotópico em espículas ocorre em equilíbrio com a água da sua formação. A Lagoa Verde, no noroeste de Minas Gerais onde a espécie Metania spinata (Carter, 1881) ocorre atualmente em abundância, foi selecionada para este trabalho, sendo esta espécie a que mais contribuiu para a formação dos depósitos de espongilitos. Tanto os estudos ecológicos da esponja nesta região, como as técnicas de isótopos de oxigênio, tiveram por objetivo contribuir para a interpretação paleoambiental durante a formação dos espongilitos. O estudo ecológico de M. spinata, que produz quatro categorias de espículas ao longo do seu ciclo biológico (megascleras alfa e beta, microscleras e gemoscleras) determinou a época de eclosão das gêmulas, o desenvolvimento dos espécimes, a formação das gêmulas e a morte sazonal das esponjas. À partir de um dado momento do ciclo de vida, as esponjas amostradas apresentaram uma sequencia temporal de síntese de diferentes categorias de espículas, relacionadas com a precipitação de chuvas, concentração de silício, nível d’água da lagoa, temperatura d’água e balanço entre a entrada e saída de água no sistema calculada de forma indireta (precipitação – evapotranspiração). As diferentes funções de cada espícula colaboram com as paleointerpretações onde há sedimentos com diferentes composições espiculares. Os testes de análise isotópica de oxigênio nas espículas das esponjas apresentaram resultado inverso (+0,3‰/ºC) aos estabelecidos para diatomáceas e fitólitos (-0,2 a - 0,4‰/ºC). O resultado sugere um fracionamento cinético, de causa biológica. Entretanto, a relação entre a composição isotópica das espículas com a composição isotópica da água do momento da amostragem é diretamente proporcional e incita atenção (R2=0,8, p<0,01). Novos testes se fazem necessários para compreender se após a morte da esponja e consequente depósito das espículas, estas podem sofrer alterações isotópicas com o meio, ou se a assinatura isotópica das espículas é proporcionalmente fiel à composição isotópica da água enquanto houver atividade fisiológica da esponja e, portanto, dependente da ação de enzimas específicas da síntese (silicateína) e remodelamento (silicase) da biosílica.
  • Item
    Caracterização da bacia do rio Gualaxo do Norte, MG, Brasil : avaliação geoquímica ambiental e proposição de valores de background.
    (2012) Rodrigues, Aline Sueli de Lima; Nalini Júnior, Hermínio Arias
    Este trabalho objetivou realizar uma caracterização da bacia do rio Gualaxo do Norte, Leste Sudeste do Quadrilãtero Ferrífero (QF), MG, Brasil. Inicialmente foi realizada uma avaliação das condições ambientais do rio principal da bacia, por meio de um Protocolo de Avaliação Rápida de Rios (PAR), a fim de conhecer a área e demarcar os sítios amostrais, bem como possibilitar associações entre a condição física atual da bacia e possíveis níveis de contaminação por elementos químicos. Em seguida, foi realizado o levantamento estratigráfico de 16 perfis sedimentares ao longo da bacia, sendo coletadas 119 amostras de sedimentos em fácies desses perfis. Após isso, procedeu-se análises mineralógicas, granulométricas, químicas, bem como a descrição e interpretações faciológicas. Em dois dos perfis foram coletadas amostras de material carbonoso para datação via C14 e em amostras de quatro desses perfis foi realizada análise da composição geoquímica dos sedimentos via extração sequencial. Após isso, foi realizada uma avaliação do potencial risco de contaminação da área e a proposição de valores de background locais para os elementos Fe, As, Pb, Mn, Ba, Zn e Ni. Em seguida, foram coletadas 51 amostras de sedimentos ativos de drenagem nas margens do rio principal da bacia e nas margens de alguns de seus afluentes. A avaliação das condições ambientais do rio principal da bacia evidenciou a presença de muitos focos de degradação ao longo de toda sua extensão. As análises químicas realizadas nos sedimentos dos perfis levantados, em associação com as análises mineralógicas, granulométricas e das interpretações faciológicas, permitiram o agrupamento dos perfis em três conjuntos distintos interpretados como: aqueles cujas concentrações químicas são influenciadas pela mineração de ferro e garimpo de ouro; aqueles influenciados pela mineração de ferro e aqueles sem influência de atividades antropogênicas. Em relação à extração sequencial, os resultados demonstraram a presença de Ba, Mn, S e Cu associados a frações mais lábeis e a presença de As, Fe, Zn e Al associados a frações mais estáveis. Contudo, em relação ao As, a associação dos dados de estratigrafia obtidos neste estudo – os quais evidenciam concentrações anômalas de As em fácies interpretada como depósito de canal com interferência direta ou indireta de atividades como garimpo ou draga (fácies Ct) – com as observações in situ da presença de garimpo recente na região onde os perfis com as maiores concentrações de As foram levantados (especialmente em perfis do alto curso da bacia), bem como a hipótese de associação do As a frações biodisponíveis, evidenciam contribuição antropogênica do As para o ambiente superficial. Em relação à avaliação por meio do RAC, observou-se um potencial risco de contaminação, principalmente para os elementos Ba, Cu e Mn. Quanto à proposição dos valores de background, os resultados evidenciaram concentrações relativamente elevadas para os elementos As, Pb, Mn, Ba, Zn e Ni, possivelmente relacionadas com fontes geogênicas. Por outro lado, para o Fe o valor de background estabelecido é inferior às concentrações identificadas na maioria dos perfis analisados. Nesse caso, há forte evidência de enriquecimento do elemento pela mineração de ferro na cabeceira da bacia investigada. Por fim, os mapas geoquímicos da distribuição atual das concentrações dos elementos químicos reforçam alguns achados do estudo, sobretudo, aqueles que evidenciam contribuições antropogênicas no enriquecimento de metais tais como Mn, Ba e Fe; mostram que as atividades atuais de exploração aurífera na bacia, possivelmente não estejam disponibilizando concentrações elevadas de As e Pb, ambos metais altamente tóxicos, bem como revelam baixo risco de contaminação ambiental em relação aos elementos Zn e Ni, estando as poucas concentrações elevadas dos elementos, possivelmente relacionadas a anomalias geoquímicas naturais. De um modo geral, conclui-se que as atividades antropogênicas evidenciadas na bacia estudada acabam influenciando não apenas a distribuição química de elementos importantes do ponto de vista ambiental e de saúde pública, como também proporcionou, ao longo da história de exploração, um incremento considerável na concentração de alguns elementos como Ba, Fe, As e Pb.
  • Item
    Geoquímica das águas e dos sedimentos da bacia do rio Gualaxo do Norte, leste-sudeste do Quadrilátero Ferrífero (MG) : estudo de uma área afetada por atividades de extração mineral.
    (Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2001) Costa, Adivane Terezinha; Nalini Júnior, Hermínio Arias
    O presente estudo geoquímico foi conduzido no intuito de elucidar o comportamento físico-químico das águas c dos sedimentos frente às inúmeras interferências anlrópicas relacionadas aos quase trl3s séculos ele mineração na área abordada. Neste contexto, foram utilizadas diversas técnicas analíticas que, juntamente com informações geológicas e sócioeconômicas da área, permitiram a obtenção do quadro geoquímico ambiental elo local. O rio Gualaxo cio Norte, situado na região sueleste do Quadrilátero Ferrífero, recebe os efluentes das minas de ferro de Timbopeba, Capanema, Samarco e Samitri e de garimpos. Esles últimos vêm explorando ele maneria rudimentar os depósitos auríferos da região ao longo ck quase três séculos. No presente trabalho foram realizadas análises ele ;íguas e sedimentos no interior ela mina ele Timbopeba, nos efluentes elas minas de ferro supraciladas e no curso principal do rio Gualaxo do Norte, de sua cabeceira alé sua desembocadura. Esse rio percorre várias sequências geológicas associadas a ocorrências de minerais metálicos. Através da análise de parâmelros ele qualidade das águas, cátions e ânions principais em iÍguas superficiais e determinação de Fe, Mn e AI e metais traço em águas e seelimenlos de fundo procurou-se estabelecer as características geoquímicas presentes na bacia elo fiO Gualaxo elo Norte associadas direta ou indiretamente às ativielades de extração mineral. O rio Gualaxo elo Norte é constituído por águas sódicas bicarbonatadas. Os efluentes das minerações de ferro são fontes para anomalias de HC0 3 -, sol-, Na+ derivados cio processo de beneficiamento do minério de ferro. Estas substâncias são responsáveis pelos valores anômalos ela conelutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos e salinidaele observados. O decréscimo nos valores destes parftmetros e nos teores dos elementos supracitados a partir dos eflllcntes das minas para jllsante sustenta esta hipótese. As diferenças sazonais nestes valores foram observadas essencialmente para os efluentes do Complexo Timbopeba. Os valores do "backgrounel" de Fe, Mn e AI estão acima do limite estabelecido pela legislação brasileira. Elevados teores de Fe e Mn nas águas e sedimentos estudados são atribuídos às fontes litogênicas associadas às atividades garimpeiras e ao enriquecimento desses elementos no ambiente secundário (lateritas), que é também explorado pelo garimpo. Através de análises de difração de raios X, foram caracterizados minerais corno quartzo, goetita, hematita, caulinita e moscovita corno principais constituintes mineralógicos dos sedimentos. O comportamento dos elementos químicos nos diagramas químicos são o prinCIpaIS indicadores de que o garimpo de Antônio Pereira, que vem historicamente explorando encostas e leitos de rios da cabeceira do rio Gualaxo do Norte, é a principal fonte antropogênica de elementos tóxicos (As, Mn, Sb, Ba e Hg ) em sedimentos do rio Gualaxo do Norte. Estes elementos se encontram associados ao Ca e Mg e são amplamente mobilizados e liberados para o ambiente aquático através da atividade garimpeira. Os teores destes metais excederam o limite estabelecido pela legislação e o "background" local. Anomalias químicas de Cr, Ni e Mo foram caracterizadas nos sedimentos de um tributário do rio Gualaxo (rio Natividade) aparentemente associadas à composiçilO litogeoquímica. O Cr apresentou teores 149 vezes acima do limite estabelecido pela legislação. Anomalias ele Cu, Pb e Zn identificadas em Bento Rodrigues são provavelmente atribuídas aos depósitos auríferos arqueanos. Foram caracterizadas correlações positivas entre manganês e metais traço (As, Ba, Sb, Hg, Ni, Pb, Cu e Co) nos sedimentos estudados evidenciando, além da associação destes elementos devido a uma rocha fonte comum, a provável presença do fenômeno de captura ("scaveging") por óxidos de Mn. A biodisponibilidade e o potencial tóxico de metais pesados e elementos como Fe e Mn dependem de sua especiação química. Os diagramas de pH-Eh permitiram caracterizar as principais espécies químicas de Fe, Mn, As, Sb, Cd e Cr presentes em água e sedimentos do rio Gualaxo do Norte.
  • Item
    Evolução tectonossedimentar da Bacia dos Parecis – Amazônia.
    (Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Bahia, Ruy Benedito Calliari; Martins Neto, Marcelo Augusto
    Bacia dos Parecis está localizada na região centro-oeste do Brasil, na porção sudoeste do Cráton Amazônico, entre os cinturões de cisalhamento Rondônia e Guaporé, correspondendo ao Bloco Parecis de Hasuí et al.(1984). Está dividida, de oeste para leste, em três domínios tectono-sedimentares: o extremo oeste é uma depressão tectônica, a porção central é um baixo gravimétrico e o extremo leste é uma bacia interior tipo sag. Durante o Paleozóico a região Amazônica foi afetada por um evento extensional, quando foram depositados na Bacia dos Parecis, desde o Ordoviciano até o Eopermiano, as formações Cacoal, Furnas, Ponta Grossa, Pimenta Bueno e Fazenda da Casa Branca. A Formação Cacoal é composta de conglomerados, grauvacas, folhelhos e dolomitos, interpretados como depositados em leques aluviais, deltas e lagos. Os ambientes deposicionais das formações Furnas e Ponta Grossa, compostas respectivamente de arenitos com seixos e folhelhos, são interpretados como depositados em ambientes de planície de maré e marinho, respectivamente. Os conglomerados, folhelhos e arenitos da Formação Pimenta Bueno, e conglomerados, arcóseos e folhelhos da Formação Fazenda da Casa Branca são interpretados como glacial ou periglacial. Desde o Permiano ao Triássico existe uma lacuna no registro estratigráfico da Bacia dos Parecis. Durante o Mesozóico a região Amazônica foi novamente afetada por outro evento extensional, quando depressões foram preenchidas por rochas vulcânicas e sedimentares. Na Bacia dos Parecis foram depositados, no Jurássico, os arenitos eólicos da Formação Rio Ávila, cobertos pelos derrames basálticos das formações Anarí e Tapirapuã. No Cretáceo o Grupo Parecis, composto de conglomerados e arenitos, foi depositado em ambientes fluvial e eólico. Corpos kimberlíticos do Cretáceo cortam os sedimentos nas porções noroeste e sudeste da bacia. A Bacia dos Parecis está coberta discordantemente por arenitos e pelitos cenozóicos depositados em uma crosta laterítica desmantelada. Os dados gravimétricos e magnéticos da Bacia dos Parecis foram adquiridos pelo IBGE, PETROBRAS e CPRM. Os mapas gravimétricos e magnéticos da bacia, obtidos através de tratamento no software Oásis da Geosoft, mostram uma grande anomalia negativa que se destaca no interior do Cráton Amazônico, com desvio do campo regional da ordem de -40 mgal. Após os trabalhos de Teixeira (1993) e Siqueira (1989), embasados em dados geofísicos e geológicos, a bacia foi dividida, de oeste para leste, em três domínios tectono-sedimentares: o extremo oeste é uma Fossa Tectônica de Rondônia; a porção central é um baixo gravimétrico e o extremo leste é a Bacia do Alto Xingu.O trend estrutural regional de direção leste-oeste, com desvio do campo regional da ordem de -80 mgal, evidencia o prosseguimento para leste, por baixo da seqüência mesozóica, dos grabens de Pimenta Bueno e Colorado, os quais compõem a fossa Tectônica de Rondônia. A existência deste depocentro é suportada pelo método da Decovolução de Euler, a partir do software da Geosoft, o qual é um procedimento de inversão que visa obter uma estimativa da profundidade do topo do corpo geológico que gera a anomalia gravimétrica ou magnética. Desta forma, pôde-se estimar a profundidade do Embasamento Cristalino da Bacia dos Parecis.
  • Item
    Análise bioestratigráfica, paleoecológica e sedimentológica das bacias terciárias do Gandarela e Fonseca - Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais, com base nos aspectos palinológicos e sedimentares.
    (Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2001) Maizatto, José Ricardo; Gomes, Newton Souza
    A análise palinológica das rochas pertencentes às bacias de Fonseca e Gandarela revelou os seguintes aspectos: Bacia de Fonseca • Foram identificadas duas zonas palinológicas e duas unidades cronoestratigráficas: Zona Retibrevitricolpites triangulatus (Eoceno Superior) e Zona Dacrydiumites florinii (Oligoceno). • Durante o Neoeoceno vigoraram climas tropicais, e a partir do Oligoceno verificou-se uma mudança para condições climáticas subtropicais. • As variações fenotípicas apresentadas pela microalga Botryococcus braunii foram associadas às condições estressantes do ambiente. Bacia do Gandarela • De acordo com a análise do padrão de distribuição de palinomorfos, realizada no intervalo entre o Neoeoceno ao Eomioceno, foram observadas concentrações elevadas nas porções mais rasas da bacia. Os grãos de pólen de angiospermas e gimnospermas apresentaram uma distribuição mais ampla, quando comparada com a distribuição dos esporos de pteridófitas, devido a sua maior capacidade de flutuação. A análise sedimentológica revelou os seguintes aspectos: Bacia de Fonseca • Foram definidas cinco fácies sedimentares relacionadas à depósitos de canal meandrante, meandro abandonado e lagoa de cheia. Bacia do Gandarela • Foram descritas sete fácies sedimentares associadas à depósitos lacustres e de fluxos de detritos. Entre o Neoeoceno e o Eomioceno ocorreram variações na direção do aporte sedimentar, identificadas através da migração dos depocentros. Sobre o tectonismo: • A atividade tectônica nas duas bacias foi mais intensa durante o Oligoceno, sendo responsável pela geração de falhas normais sindeposicionais e altos e baixos estruturais.