EM - Escola de Minas
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A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada pelo cientista Claude Henri Gorceix e inaugurada em 12 de outubro de 1876.
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Item Espécies acumuladoras de metais influenciam a composição química do solo e a composição de espécies em campos ferruginosos?(2015) Schettini, Antonella Tonidandel; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Leite, Mariangela Garcia Praça; Messias, Maria Cristina Teixeira BragaA despeito da alta demanda e urgência pela recuperação das áreas degradadas (RAD) pela mineração de ferro e bauxita em Minas Gerais e em diversas regiões no mundo, técnicas eficientes de revegetação ou restauração ambiental ainda não foram devidamente testadas e padronizadas. Na maioria das vezes, espécies vegetais exóticas e exigentes quanto ao seu manejo são empregadas, produzindo certa cobertura vegetal sobre a área degradada, mas nunca devolvendo ao sistema os serviços ecológicos pré-existentes nas áreas pristinas. Espécies nativas da área a ser revegetada e que sejam hiperacumuladoras dos metais abundantes e/ou potencialmente nocivos ao meio ambiente são consideradas a melhor opção para uso em projetos de RAD. Por outro lado, estudos recentes indicam que plantas hiperacumuladoras de determinados metais podem aumentar suas concentrações no solo a ponto de impedir o estabelecimento de espécies mais sensíveis, inviabilizando a restauração ecológica. Assim, talvez o uso de espécies acumuladoras em níveis intermediários de metais, ou de uma mistura de espécies com diferentes capacidades de acumulação e de exclusão de metais possa criar condições diferenciadas para o estabelecimento de maior número de espécies, ampliando as chances de restauração da área degradada. Entretanto, considerando-se a flora dos campos ferruginosos, a habilidade de fito-extrair ou de estabilizar metais é conhecida apenas para uma ínfima fração das espécies. Logo, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar espécies lenhosas comuns nos campos ferruginosos mineiros quanto ao potencial de fitoestabilização e fitoextração de elementos disponíveis no solo e, analisar se espécies acumuladoras de Al são capazes de modificar a concentração de metais no solo circundante a ponto de selecionar espécies recrutantes, afetando a densidade e diversidade ao redor de seus caules. As concentrações de elementos químicos em folhas e no solo ao redor de dezesseis espécies de um campo ferruginoso situado na Serra da Brígida, Ouro Preto, MG, foram determinadas. Como esperado, foram encontradas altas concentrações de Al, Fe e Mn no solo, entretanto, nenhuma das espécies foi considerada hiperacumuladora de qualquer dos metais. Com exceção das três espécies de Melastomataceae, as demais espécies caracterizam-se como exclusoras de ferro e alumínio. Quanto ao Mn, nove espécies o acumularam e sete o excluíram. Tibouchina heteromalla, Miconia corallina e Leandra australis exibiram diferentes níveis de acumulação de alumínio em suas folhas (1930, 2744 e 5694 mg.kg-1, respectivamente), mas a concentrações de Al nos solos ao redor das três espécies não diferiram significativamente. Apesar disso, maior diversidade de espécies foi encontrada ao redor de M. corallina (valor intermediário de acúmulo de Al nas folhas) seguida por L. australis e T. heteromalla (menor concentração de Al nas folhas). As duas primeiras apresentaram similaridade de espécies estabelecidas ao seu redor e diferiram de T. heteromalla. Especulou-se que a variação de outros elementos no solo (Mn e P, por exemplo), e não do Al, possam ajudar a explicar as diferenças na densidade e diversidade de espécies ocorrentes ao redor das Melastomatáceas, porém um estudo com tal foco deve ser realizado para permitir conclusões menos especulativas.Item Bioacumulação de metais pesados em plantas nativas a partir de suas disponibilidades em rochas e sedimentos : o efeito na cadeia trófica.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Corrêa, Tatiana Lopez; Ribeiro, Sérvio PontesAs altas concentrações naturais de metais pesados em um ecossistema podem oferecer efeitos nocivos à saúde humana e têm contribuído para a contaminação do meio ambiente. Por outro lado, algumas plantas foram naturalmente selecionadas para tolerância e até bioacumulação de elevadas concentrações destes metais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a possibilidade de tolerância diferencial a metais pesados em populações de Pteris vittata L. (Pteridaceae) e Byrsonima variabilis A. Juss. (Malpighiaceae) em dois locais situados na região de Ouro Preto e Mariana e de descrever as possíveis variações anatômicas em folhas de plantas sujeitas a concentrações diferentes de metais pesados, correlacionando essas variações estruturais a um maior ou menor grau de herbivoria causados por insetos. As espécies selecionadas para este trabalho ocorrem nas encostas do ribeirão do Carmo (Mariana), próximo a uma área onde existe a presença de arsênio em grande quantidade e nas cangas lateríticas, ricas em ferro, alumínio e manganês pertencente à Universidade Federal de Ouro Preto. Foram coletadas 30 amostras de folhas de P. vittata e 30 de B. variabilis, metade em cada local de estudo. Além das amostras de plantas, também foram coletadas amostras de solo sob cada planta amostrada, totalizando 60 amostras. Foram realizadas análises químicas em amostras de plantas e de solos e análises mineralógicas em oito amostras de solo representativas. Também, feitas medidas de herbivoria, arquitetura de planta, esclerofilia foliar e de anatomia foliar das espécies estudadas. As amostras de solo coletadas junto às populações de P. vittata são distintas das amostras coletadas junto às populações de B. variabilis, tanto em Mariana quanto em Ouro Preto, indicando que estas espécies ocupam micro-habitats distintos. As análises químicas mostram que a maioria dos elementos no solo se encontra em concentração adequadas para solos não contaminados como, solos para agricultura. Algumas amostras apresentaram concentrações baixas de nutrientes (Ca, Mg e outros) e outros elementos em decorrência da lixiviação e outras apresentaram concentrações altas de Fe, Cr, Ni, As, Bi, Cd, Sb, Th e V devido a fontes naturais na região de Mariana e Ouro Preto. Nas plantas, a maioria dos metais pesados foi encontrada em concentração adequada à nutrição destas, exceto o As em P. vittata e o Mn em B. variabilis, que foram encontrados em concentrações acima do limite ótimo destes descritos na literatura para plantas em geral. Além disso, as concentrações de grande parte dos metais pesados nas plantas não refletem as concentrações encontradas nos solos, evidenciando a existência de mecanismos de tolerância, relacionados eventualmente com absorção seletiva. De maneira geral, as duas espécies estudadas apresentaram índices de bioacumulação de Cu, Zn, Ba e Sr altos. Também, B. variabilis apresentou um alto índice de bioacumulação de Mn e P. vittata de As, sugerindo uma grande eficiência em absorvê-los e translocá-los às folhas em concentrações acima das encontradas nos solos. A taxa de danos causados por herbívoros em P. vittata foi muito baixo, confirmando a hipótese de menor acúmulo de insetos herbívoros ao longo do tempo evolutivo associados às plantas inferiores. Embora as duas populações de B. variabilis tenham apresentado composição química semelhante, a população de Mariana apresentou plantas mais vigorosas, evidenciadas pelas características de arquitetura de planta, folhas menos atacadas por insetos herbívoros e menos esclerófilas do que a população de Ouro Preto. As plantas com maiores concentrações de Mn e maior espessura de cutícula no limbo foliar em B. variabilis foram menos atacadas por insetos herbívoros. Considerando a hipótese de que insetos especialistas associados às plantas esclerófilas são capazes de superar as defesas mecânicas dessas plantas, apresentar uma cutícula espessa não é suficiente para barrar ou inibir a entrada desses insetos. Portanto, sugere-se a possibilidade da B. variabilis acumular manganês na cutícula foliar, tornando esta defesa mais eficiente contra a herbivoria.Item Estudo da relação entre as características abióticas e bióticas na compartimentação de comunidades ecológicas no Parque Estadual do Rio Doce/MG com base na geomorfologia e na interação inseto-planta.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2006) Soares, Janaina Pizzatti; Ribeiro, Sérvio PontesDiferentes fatores abióticos como forma de relevo, permeabilidade e granulometria do solo influenciam nas condições nutricionais das plantas e conseqüentemente na distribuição de seus insetos herbívoros. No entanto, esta relação entre aspectos geomorfológicos e seus efeitos diretos e indiretos na cadeia alimentar foram pouco explorados cientificamente. Assim, a realização deste estudo visou estudar a influência de condicionantes geológicos, em especial a geomorfologia, nas condições de habitat e nutricionais das plantas de matas tropicais e na fauna de insetos herbívoros. Esse estudo foi realizado no Parque Estadual do Rio Doce/MG onde foram selecionados seis sítios de mata que se encontrava em três diferentes situações geomorfológicas e sobre a mesma unidade geológica: 2 sítios de matas de interflúvios e encostas íngremes, instaladas sobre solos não movimentados (eluviais); 2 sítios de matas instaladas sobre rampas de colúvio, responsáveis pelo barramento das canais fluviais atualmente ocupados pelos lagos e 2 sítios de matas que crescem sobre os aluviões do paleocanal do Rio Doce. Foram realizadas medidas estruturais e coletas de insetos herbívoros em 120 árvores selecionadas aleatoriamente, e uniformemente distribuídas entre os sítios, além de ensaios de permeabilidade in situ, peneiramento de sedimento e cartografia das feições. Um total de 74 espécies de plantas distribuídas em 25 famílias foram encontradas neste estudo. Algumas famílias apresentaram relação com a geomorfologia: Fabaceae (presente em todas as feições), Flacourtiaceae (presente na feição rampa de colúvio) e Lauraceae (apenas na feição baixada). A feição geomorfológica exerceu influencia sobre a estrutura da floresta. A mata da feição baixada foi a mais alta, sendo isso reflexo das condições ambientais, como disponibilidade de nutrientes, diretamente relacionados a um maior crescimento e, também, a eventos ocorridos no passado (estas são matas mais bem preservadas em solos mais estáveis). A despeito de localização geográfica, a comunidade de plantas presente nas feições de crista foram similares, o que significa que há mais coocorrências de espécies de plantas nos habitats gerados por esta feição. Por outro lado, a comunidade de plantas da feição rampa presente no sul do Parque, apresentou a maior dissimilaridade de espécies comparativamente as demais geomorfologias e locais, inclusive a rampa do norte do Parque, o que sugere que a feição rampa influencia menos a distribuição de espécies de árvores do que as outras feições. Além de influenciar a distribuição de plantas, a geomorfologia exerceu influência, também, sobre a fauna de insetos herbívoros. A mata presente sobre a feição rampa apresentou maior média de riqueza de insetos herbívoros, reforçando a hipótese inicial de que feições geomorfológicas diferentes originaram-se de processos de gênese diferentes, produzindo solos com condições ecológicas e evolutivas variadas e, assim, podem permitir distintas composições florísticas e manutenção de uma fauna de insetos herbívoros também variadas. A própria topografia da rampa ofereceu a combinação de vários aspectos físicos, aumentando a heterogeneidade ambiental e contribuindo muito para a maior diversidade de insetos nessa feição. Entretanto, a fauna de insetos herbívoros não respondeu ao tamanho do grão e a permeabilidade, sendo importante à análise de outras variáveis físicas para se ter certeza da existência de alguma relação direta entre a fauna e as características abióticas das feições estudadas. Com relação à composição da fauna, os dados são sugestivos de que haja condições ambientais identificáveis capazes de definir a distribuição espacial de diversas espécies de insetos, influenciando na beta diversidade florestal. O presente trabalho é pioneiro ao investigar a o dossel em uma floresta e a fauna de insetos herbívoros, explicitando o efeito de feições geomorfológicas. Os resultados obtidos sugerem que a inclusão de análises geomorfológicas pode auxiliar na compreensão da complexidade de florestas, na conformação do dossel superior, na distribuição dos insetos herbívoros e na estrutura taxonômica de ambientes, até então, entendidos como altamente similares.