EM - Escola de Minas

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A Escola de Minas de Ouro Preto foi fundada pelo cientista Claude Henri Gorceix e inaugurada em 12 de outubro de 1876.

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    Análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã inferior, grupo macaúbas, ao longo do paralelo 17°30’S, região Centro-Oeste de Minas Gerais.
    (2023) Oliveira, Leon Dias; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Castro, Marco Paulo de; Martins, Maximiliano de Souza; Uhlein, Alexandre; Alkmim, Fernando Flecha de
    A bacia Macaúbas, neoproterozoica e precursora do orógeno Araçuaí–Oeste Congo, registra pelo menos três fases de rifteamento antes da instauração da margem passiva. A última fase, desenvolvida durante o período Criogeniano, é formada por uma pilha sedimentar que apresenta expressiva variação faciológica vertical e lateral no sentido do aprofundamento da bacia, em direção a leste, onde ocorrem as maiores espessuras da unidade. Dentre outras, contém camadas de diamictitos, postulados na literatura especializada como remanescentes da atividade de geleiras relacionadas às glaciações do Neoproterozóico, de abrangência global. A análise estratigráfica das formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior ao longo da região balizada pelo paralelo 17°30’S e pelos meridianos 43°30’W e 43°00’W (segmento rio Macaúbas, Planalto de Minas, Terra Branca, Caçaratiba e Turmalina) constitui o objetivo da presente dissetação, e visa contribuir para o entendimento da evolução tectôno-sedimentar deste sistema rifte. Foram realizados levantamentos estratigráficos em escala de detalhe (1:100) ao longo das unidades criogenianas presentes nestas regiões, que permitiram a identificação de seis associações de litofácies relacionadas a um ambiente marinho profundo. Variações na composição do arcabouço sedimentológico e na distribuição espacial das associações de litofácies possibilitou o reconhecimento de quatro setores, de oeste para leste: rio Macaúbas, Terra Branca, Baixadão e Turmalina, que correspondem a diferentes porções de dois grabens separados por um alto estrutural. A análise das associações de litofácies possibilitou agrupá-las em três sequências sedimentares associadas aos diferentes estágios subsequentes que refletem a evolução progressiva de falhas normais deste sistema rifte, denominadas início, clímax e término de rifte. A sequência início de rifte registra a primeira fase da sedimentação da bacia, caracterizada como produto de sucessivos pulsos de correntes de turbidez e fluxos de detritos coesivos de baixa resistência, impulsionados pela atividade tectônica inicial do processo de rifteamento. Seu registro sedimentar apresenta granulometria fina a média, em sua base, e tende a apresentar granulometria grossa e mal selecionada em seu topo. A sequência clímax de rifte sobrepõe abruptamente a sedimentação inicial e é caracterizada como produto de fluxos de detritos coesivos de resistência alta e moderada e correntes de turbidez de alta densidade, em sistema de leques subaquosos associados as escarpas de falha. Seu registro sedimentar apresenta granulometria grossa e baixo maturidade textural. Por fim, a sequência término de rifte é caracterizada como a fase final de evolução do sistema rifte e sua transição para o estágio margem passiva da bacia Macaúbas. Seu registro sedimentar foi gerada por correntes de turbidez e processos pelágicos. Assim, de forma geral, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior registram a evolução de uma bacia rifte marinha, cujo preenchimento sedimentar, foi inicialmente gerado por processos gravitacionais, correntes de turbidez e fluxos de detritos, desencadeados por atividade tectônica, que são sobrepostos por uma espessa sedimentação marinha distal. Desta forma, as formações Serra do Catuni e Chapada Acauã Inferior são interpretadas como equivalentes laterais e correspondem ao preenchimento de dois grabens, proximal e distal, respectivamente.
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    Modelagem física analógica de rifteamento oblíquo : a influência de estruturas pré-existentes na formação do pré-sal da Bacia de Santos, Brasil.
    (2021) Pereira, Carlos Eduardo Lourenço; Danderfer Filho, André; Gomes, Caroline Janette Souza; Araújo, Mário Neto Cavalcanti de; Danderfer Filho, André; Silva, Fernando Cesar Alves da; Reis, Humberto Luis Siqueira
    A evolução tectônica da margem continental do Atlântico Sul vem se tornando cada vez mais importante devido às descobertas de novos campos de petróleo. A Bacia de Santos apresenta grande destaque devido à existência de hidrocarbonetos em reservatórios carbonáticos fortemente associados a altos estruturais da fase rifte (Pré-sal). De modo geral, os estudos experimentais existentes na literatura, os quais abordam os efeitos das estruturas pré-existentes na formação do rifte, utilizam simplificações da estrutura pré-existente, considerando rifte oblíquos ou ortogonais. O objetivo desse trabalho é compreender a influência da estrutura pré-existente (charneira Cretácea), que constitui uma estrutura com direção geral NE-SW com algumas inflexões impostas por zonas de transferência, na formação e evolução da Bacia de Santos. Foram analisados a formação de altos estruturais, a segmentação do rifte e o desenvolvimento de rampas de revezamento e zonas de acomodação através do estudo de diferentes ângulos de distensão da bacia. Os modelos físicos foram realizados com areia seca e silicone, simulando crosta superior e inferior respectivamente, em um aparato de caixa de areia com dimensões internas de 37 cm x 41 cm x 07 cm (largura x comprimento x altura), acoplados a um motor elétrico. A charneira Cretácea foi simulada por duas folhas de acetato, na base da caixa de experimentos, representando quatro domínios estruturais que caracterizaram uma grande curvatura irregular. A abertura do rifte, ortogonal a oblíqua em relação à estrutura pré-existente, foi efetuada pela movimentação das duas paredes móveis frontais da caixa de experimentos. Ao todo foram realizados 3 experimentos diferentes variando a direção de distensão ( λ), simulando a abertura do continente, com a distensão total de 6 cm. Para uma melhor compreensão dos experimentos e para identificar as regiões com maiores magnitudes de deformação, foi utilizado a técnica PIV (Particle Image Velocimetry), que se baseia na correlação de imagens digitais obtidas por um conjunto de câmeras fotográficas. Os resultados dos modelos revelam que as características do rifte são influenciadas tanto pela configuração da estrutura préexistente quanto pela direção de distensão. Os modelos 1 e 2, cujos domínios estruturais formam ângulos de obliquidade com a direção de distensão menores que 90º, produziram um alto estrutural proeminente segmentando o modelo em duas sub-bacias dispostas en echelon, assim como falhas curtas a intermediárias que apresentavam mudanças de direção quando passavam de um domínio a outro, e o desenvolvimento de um grande número de rampas de revezamento e zonas de acomodação. Já o modelo 3, cujo domínios estruturais formavam ângulos de obliquidade próximo a 90º, apresentou uma estrutura mais continua, sem a presença de um alto estrutural único que segmenta-se a bacia e produziu falhas contínuas, mais longas, quase retas, com pouca presença de rampa de revezamento e nenhuma zona de acomodação. Neste modelo, foi possível observar através do PIV que as falhas revelaram a maior magnitude de deformação. Apesar dos mecanismos de deformação e a evolução dos modelos representarem uma simplificação da natureza, observou-se, que os modelos análogos desenvolvidos revelam a formação de estruturas parecidas com as da Bacia de Santos. Os modelos reproduziram um xix alto proeminente, análogo ao Alto Externo da Bacia de Santos (AEBS), assim como a segmentação entre sub-bacias. A configuração definiu uma geometria em “S” das falhas, muito similar a porção centro-norte da Bacia de Santos.
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    Comportamento estratigráfico e proveniência sedimentar do Grupo Macaúbas na terminação periclinal da Serra do Espinhaço Meridional em Minas Gerais.
    (2020) Oliveira, Rosana Gonçalves; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Martins, Maximiliano de Souza; Babinski, Marly; Lana, Cristiano de Carvalho
    O Paleocontinente São Francisco-Congo (PSFC) experimentou uma série de eventos tafrogenéticos descontínuos, amplamente registrados no interior e nas margens do Cráton São Francisco através das sequências metassedimentares e metavulcano-sedimentares do Supergrupo Espinhaço e do Grupo Macaúbas. O Grupo Macaúbas se destaca por registrar, numa espessa sequência metavulcanosedimentar, os depósitos da bacia homônima precursora do Orógeno Araçuaí. No atual estado da arte a Bacia Macaúbas contempla um rifte toniano (livre de diamictitos), um rifte criogeniano (rico em diamictitos) e uma bacia de margem passiva com geração de crosta oceânica. A região compreendida entre os segmentos meridional e setentrional da serra do Espinhaço em Minas Gerais é entendida como uma das áreas chave para o entendimento da evolução tectonosedimentar do sistema de riftes que compõem o Grupo Macaúbas no estado. Entretanto, na região de interesse deste projeto, observa se uma total ausência de levantamentos sedimentares/estratigráficos sistemáticos em comunhão com a ausência de dados geocronológicos. Neste contexto, o presente trabalho investigou a natureza e o modo de ocorrência das unidades estratigráficas tonianas e criogenianas na terminação periclinal da serra do Espinhaço Meridional, e realizou um estudo de geocronologia destas unidades. Ao longo das campanhas de campo, foram levantados 8 perfis litoestratigráficos em escala original 1:100, a partir dos quais 12 litofácies foram descritas. As litofácies da Formação Matão Duas-Barras sugerem deposição em um ambiente de fluxo de detrito. Por sua vez, as litofácies da Formação Serra do Catuní mostram uma litofácies basal de fluxo de detritos que evoluiu para sedimentação em um ambiente de retrabalhamento marinho. Estas informações associadas aos dados estruturais, como a sedimentação das fácies basais confinadas entre lineamentos morfoestruturais de direção NNE e WNW sugerem uma deposição sob regime extensional. A partir das idades U-Pb obtidas foram geradas curvas de distribuição cumulativa, que foram plotadas sobre o Diagrama de Cawood (Cawood 2012). Outro método utilizado foi o Teste K-S. Os resultados mostraram que o espectro de idades das formações Matão-Duas Barras e Serra do Catuní diferem entre si pela maior contribuição de grãos em torno de 1.0Ga na segunda unidade. Dentre as amostras analisadas da Formação Matão-Duas Barras, deste trabalho bem como da literatura, observou-se que aquelas da porção mais a norte da Serra do Espinhaço Meridional e as do Espinhaço Central possuem maior contribuição de grãos Caliminianos e menor contribuição de grãos entre 1.1- 1.3Ga, quando comparadas as amostras coletadas na porção mais ao sul do Espinhaço Meridional. Os resultados do Teste K-S mostram que nem todas as amostras da Formação Matão-Duas Barras tem um padrão de distribuição similar, o que pode ser resultado da evolução da bacia, que teria começado com sub bacias isoladas dominadas por fluxo lateral até evoluir para uma bacia com uma drenagem axial proeminente. No que diz respeito a Formação Serra do Catuní, todas as amostras testadas apresentam padrão similar de distribuição. O Diagrama de Cawood mostra que ambas as formações Matão-Duas Barras e Serra do Catuní foram depositadas em ambientes extensionais, corroborando com as interpretações acima, bem como o postulado na literatura.
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    Evolução do Grupo Macaúbas e Formação Salinas no Orógeno Araçuaí Central, MG.
    (2019) Castro, Marco Paulo de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Queiroga, Gláucia Nascimento; Uhlein, Alexandre; Fonseca, Marco Antônio; Reis, Humberto Luis Siqueira; Hartmann, Leo Afraneo
    O Cráton São Francisco, juntamente com a sua contraparte africana, o Cráton do Congo, representa uma parte interna e estável de um dos paleocontinentes envolvidos na montagem de Gondwana Ocidental, no período Neoproterozoico. O Paleocontinente São FranciscoCongo experimentou vários eventos de rifteamento desde o Estateriano (ca. 1750 Ma) até o Criogeniano (ca. 700 Ma). Registros de magmatismo anorogênico e/ou sedimentação associada a esses eventos foram encontrados no sistema orogênico Neoproterozoico AraçuaíCongo Ocidental (AWCO), localizado entre os crátons São Francisco (leste do Brasil) e Congo (África central). Após os eventos de rifteamento Paleo-Mesoproterozoicos, eventos extensionais Tonianos e Criogenianos formaram a Bacia Macaúbas, precursora do AWCO, que registra uma série de eventos de rifteamentos, iniciados no Toniano com um rifte continental (ca. 957-875 Ma), preenchido pelas formações Capelinha (redefinida e descrita detalhadamente nesta tese), Matão, Duas Barras e Rio Peixe Bravo, atribuídas ao Grupo Macaúbas inferior (ou pré-diamictitos). Com base em estudos de campo detalhados, dados litoquímicos, geocronologia U-Pb em grãos de zircão e titanita e análises isotópicas de Nd em rocha total, a Formação Capelinha foi caracterizada como uma sucessão vulcano-sedimentar, agora atribuída à base do Grupo Macaúbas e datada em 957 ± 14 Ma (cristalização magmática) e 576 ± 13 Ma (metamorfismo). Os dados geoquímicos do orto-anfibolito da unidade basal da Formação Capelinha sugerem protólito toleítico relacionado a um cenário de rifteamento continental. As rochas metassedimentares mostram um amplo espectro de idades de zircões detríticos do início do Toniano (ca. 940 Ma) com valores negativos de ƐHf. O pico mais jovem (949 ± 12 Ma) limita a idade de sedimentação no mesmo tempo do magmatismo basáltico representado pelo orto-anfibolito. A sucessão vulcano-sedimentar da Formação Capelinha se correlaciona em idade e origem com outras unidades anorogênicas encontradas em uma grande região coberta pelo AWCO e pelos cratons adjacentes. Adicionalmente, o magmatismo de Capelinha parece preceder em cerca de 20-30 Ma o pico principal (930-900 Ma) deste magmatismo anorogênico, sugerindo um sistema de riftes complexo e duradouro. Contrastando com o rifte abortado do início do Toniano, o rifte Criogeniano evoluiu para uma margem passiva (ca. 725-675 Ma) e espalhamento oceânico (ca. de 650 Ma). O rifte continental Criogeniano culminou na deposição das formações Serra do Catuni, Nova Aurora e Chapada Acauã proximal (ocidental) do Grupo Macaúbas superior (rico em diamictitos). As formações Chapada Acauã distal (descrita detalhadamente nesta tese) e Ribeirão da Folha do Grupo Macaúbas Superior, compreendem a sedimentação de margem passiva a oceânica, sendo que a Formação Ribeirão da Folha inclui rochas máficas e ultramáficas em sua sucessão. Durante o Ediacarano, o setor ensiálico da Bacia Macaúbas começou a ser invertido e a maior parte de seu segmento oceânico já havia sido consumida sob o Arco Magmático Rio Doce (630-580 Ma). O golfo Macaúbas foi então convertido na Bacia Salinas (ca. 550 Ma), preenchida pela Formação homônima. Descrições detalhadas de litofácies, juntamente com um estudo isotópico detalhado de grãos de zircão detrítico (U-P e Lu-Hf) e análises isotópicas de δ 13C e δ 18O, fornecem novas interpretações sobre as formações Chapada Acauã e Salinas. A Formação Chapada Acauã Inferior inclui associações de fácies ricas em diamictitos depositadas por fluxos de massa e correntes de turbidez em contexto glaciomarinho. A Formação Chapada Acauã Superior foi depositada em ambiente marinho distal, parcialmente sob ação de descargas de icebergs e compreende pelitos com dropstones, arenitos, e lentes de carbonato (o δ13C corrobora o sinal original da água do mar). A Formação Salinas mostra uma sucessão monótona de turbiditos. As idades U-Pb em grãos de zircão detrítico indicam que a Formação Chapada Acauã foi depositada entre o final do Toniano e o início do Criogeniano (ca. 750-667 Ma), e uma idade máxima de sedimentação para a Formação Salinas de ca. 550 Ma. Espectros de idade de grãos de zircão para a unidade inferior da Formação Chapada Acauã revelam contribuição massiva de fontes juvenis e recicladas de idade RiacianaOrosiriana (ƐHf = +14,64 a -18,53). Apesar de possuir um conjunto de dados semelhante, a unidade superior da Formação Chapada Acauã mostra picos proeminentes de idade Criogeniana (ca. 715 Ma) e Mesoproterozoicas. Em contraste, a Formação Salinas revelou picos de idade em 670-551 Ma, com valores de ƐHf entre +6,29 e -18,25, atestando uma contribuição massiva do Arco Magmático Rio Doce (630-580 Ma). Os dados apresentados nesta tese sugerem uma idade Criogeniana para a Formação Chapada Acauã, em contraste com a sedimentação orogênica da Formação Salinas, de idade Ediacarana, sugerindo uma importante mudança de proveniência sedimentar. Os dados apresentados, também fornecem novas restrições de tempo para um evento glacial severo registrado pelo Grupo Macaúbas. O intervalo de idade Criogeniana também corresponde ao evento magmático anorogênico de 720-670 Ma que inclui a Província Alcalina do Sul da Bahia, as formações Lower Diamictite e Louila, entre outras evidências encontradas no AWCO e no Cráton São Francisco-Congo. Regionalmente, a Orogênese Brasiliana imprimiu um regime metamórfico tipo Barroviano nas rochas do Grupo Macaúbas e da Formação Salinas ao longo da porção centro-norte do Orógeno Araçuaí. As granadas dessas unidades foram cristalizadas durante o estágio colisional do Orógeno Araçuaí, que formou a foliação regional em torno de 570 Ma. Os valores de PT calculados para bordas e núcleos de granadas, revelaram curvas de trajetória no sentido horário com temperaturas crescentes da zona da granada (500-570ºC) para a zona da estaurolita (520-580ºC) e pressões de 4,1-5,7 kbar (zona da granada) a 3,5-5,6 kbar (zona estaurolita). A datação Th-U-Pb de grãos de monazita por microssonda eletrônica (EMPA) revelou idades de recristalização de 520 Ma e ca. 490-480 Ma. Estas idades são interpretadas como registro de um evento generalizado de produção de fluidos, datado em ca. 520-480 Ma, que ocorreu durante a fase de colapso extensional do Orógeno Araçuaí. O objetivo principal dessa tese é fornecer novas interpretações acerca da idade, proveniência e configuração tectônica dos eventos extensionais Toniano e Criogeniano que afetaram a Bacia Macaúbas no Neoproterozoico, aqui representados pelas formações Capelinha e Chapada Acauã. Além disso, esta tese fornece novas restrições de tempo para um evento glacial registrado pelas rochas do Grupo Macaúbas, interpretações de diferentes processos de sedimentação em ambiente glaciomarinho, além de revelar proveniências sedimentares contrastantes entre as bacias Macaúbas e Salinas. Adicionalmente, as idades químicas Th-U-Pb (CHIME) obtidas em grãos de monazita em conjunto com as trajetórias P-T-t obtidas para os xistos granatíferos das formações Capelinha e Salinas, restringem ainda mais o tempo de evolução do Orógeno Araçuaí.
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    Modelagem física analógica de estruturas pós-sal relacionadas a uma inversão tectônica.
    (2019) Almeida, Gisela Miranda de Souza; Gomes, Caroline Janette Souza; Gomes, Caroline Janette Souza; Reis, Humberto Luis Siqueira; Silva, Fernando César Alves da
    A partir da década de 80, cresceram as pesquisas de modelagem física analógica de bacias sedimentares distensivas, inicialmente sem a intercalação de camadas evaporíticas. Estas, quando introduzidas nos modelos levantaram uma série de novos questionamentos sobre a deformação das bacias, uma vez que o sal constitui um material de comportamento mecânico significativamente diferente daquele de outras rochas sedimentares. Os estudos experimentais existentes na literatura posicionam a camada dúctil de silicone (análogo ao sal) dentro da unidade sin-rifte ou diretamente sobre o embasamento, relacionando a deformação da bacia ao strength do sal, e este (o strength), por sua vez, à espessura tanto da camada dúctil quanto da cobertura rúptil (pacote pós-sal) assim como à velocidade de deformação. O intuito do presente trabalho é dar uma contribuição ao tema analisando-se o comportamento de uma bacia submetida à inversão tectônica com a camada de silicone no pós-rifte. Assim, investigou-se a deformação no sin-rifte e no pós-silicone. Foram desenvolvidos 15 modelos em caixa de experimentos com dimensões internas de 35 cm x 23.4 cm x 10 cm (comprimento x largura x altura). Nestes, empregaram-se a areia de quartzo para representar as unidades rúpteis, do pré-, sin e pós-rifte da bacia, e o silicone (polydimethylsiloxane) para simular a camada de sal intercalada no pós-rifte. A primeira fase de deformação, uma distensão de 6 cm, foi a mesma para todos os modelos, enquanto, na segunda, de compressão, variaram-se a espessura do pacote pós-rifte (das camadas de silicone e do póssilicone), a magnitude e a velocidade de deformação. Um modelo apresentava somente extensão. Após a deformação, os modelos foram umidificados com água para a obtenção de perfis paralelos à direção do transporte tectônico. Os modelos revelaram que, independente da geometria da bacia, simétrica ou assimétrica, ou da presença de um descolamento basal dúctil, uma camada de silicone no pós-rifte causa um processo de deslizamento gravitacional do silicone em decorrência à ascensão da bacia invertida. Como resultado da deformação ocorreram feições de fluxo do tipo afinamento da camada de silicone, nas porções mais elevadas, e espessamento e injeção do material viscoso ao longo de falhas reversas. A análise dos fatores que influenciam o strength do sal revelou que a deformação rúptil no pós-silicone foi maior quando os parâmetros eram reduzidos, isto é, baixa espessura das camadas de silicone e pós-silicone e da velocidade de deformação. Com o aumento destes parâmetros, a transmissão dos esforços para a cobertura foi pequena, reduzindo o acoplamento entre a deformação rúptil, acima e abaixo da camada de silicone. Além disto, o aumento da espessura do pós-silicone significou o crescimento da tensão normal, o que promoveu fluxo mais intenso do material viscoso e uma deformação rúptil distante da bacia. No interior da bacia, a inversão causou reativação de falhas normais e a formação de novas falhas compressivas. Sob alta magnitude de deformação e sob condições favoráveis de espessuras e velocidade de deformação, um alto rejeito das falhas, mais comum entre as falhas compressivas, causou a sua transmissão ao pós-silicone. Feições similares foram reconhecidas na Bacia de Tucumán (Argentina).
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    Restauração estrutural da halotectônica na porção central da bacia de Santos e implicações para os sistemas petrolíferos.
    (Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Garcia, Sávio Francis de Melo; Danderfer Filho, André
    A presente pesquisa consiste em investigar um caso real a complexa interação entre deformação halotectônica e a sedimentação subsequente na parte central da margem passiva da bacia de Santos bem como avaliar seus efeitos sobre os processos de geração, migração e acumulação de petróleo. Para construir um modelo estrutural robusto e inovador foram aplicadas técnicas de restauração estrutural sob condições de contorno integradas de forma inédita: conservação material de todas as rochas incluindo a camada de sal, o controle da compensação isostática associada à um modelo regional de paleobatimetria através do tempo e calibração de resultados por análise de geohistórias de soterramento 1D durante a realização das restaurações. Os dados sísmicos e de poços disponíveis cobrem uma área onde a halocinese afeta os sistemas petrolíferos ativos. O maior depocentro da bacia está parcialmente inserido na área de investigação. Sua história de preenchimento sedimentar está associada ao desenvolvimento da falha de Cabo Frio e da lacuna de dezenas de quilômetros na ocorrência de sedimentos do Albiano. Minibacias submetidas à compressão halotectônica ocorrem em águas profundas. Neste contexto, os desafios da pesquisa é encontrar os meios para construir e restaurar o modelo estrutural. Foram interpretados quinze horizontes para construir um modelo de superfícies. Cinco seções geológicas foram restauradas e extrapoladas para análise de volumes de sal e unidades encaixantes. A restauração remove sucessivamente a camada mais superficial e descompacta as camadas remanescentes devido a carga sedimentar removida. Os procedimentos consideram também a compensação flexural de uma litosfera elástica pouco resistente. A isostasia joga um importante papel no controle tectono-sedimentar. Sua interação com a batimetria, a geometria das falhas e o modelo da superfície deposional condicionam a subsidência local e regional. Dados bioestratigráficos e sismofaciológicos calibram a paleobatimetria absolut ao longo do tempo. A restauração de seções diferencia a deformação da sequência da fase rifte de três outras depositadas acima do sal. Várias geohistórias 1D reconstruíram diferentes situações ao longo da principal direção de transporte para controlar as espessuras de restauração nas seções. As ferramentas 1D e 2D mostraram claramente a movimentação do sal para além dos limites da área e também uma forte correlação entre a dinâmica halocinética e o espaço de acomodação sedimentar disponível. A extrapolação dos resultados de restauração para o ambiente 3D permitiu melhor compartimentimentação dos hemigrabens da fase rifte, realçou o papel do alto estrutural no centro da área investigada e confirmou relações estruturais no controle da sedimentação. Dois depocentros foram amalgamados pela deposição do sal sobre um relevo herdado da acentuada subsidência tectônica da fase rifte. O preenchimento do compartimento de maior subsidência no setor oeste da área permitiu interpretações temporais na relação de estruturas de orientação NE-SW e NNW-SSE. Um procedimento na restauração de seções permitiu aferir melhor as relações batimétricas e isostáticas obtidas em uma segunda etapa da pesquisa. A premissa de conservação material da camada de sal se mostrou uma ferramenta operacional coerente com os resultados. A quantificação volumétrica da movimentação do sal mostrou boa correlação com a distensão lateral muito mais acentuada da fase de deriva continental. As implicações do cenário evolutivo da deformação para os sistemas petrolíferos foram qualitativamente interpretadas e comparadas com a abordagem de backstripping clássico. Três setores foram separamente analisados plataforma, talude e as águas profundas da elevação continental. A halotectônica relativamente precoce do setor mais proximal induziu uma geração mais rápida e curta ao passo que, para além da região do talude continental, os sistemas petrolíferos distais tiveram uma evolução mais heterogênea, com desenvolvimento mais lento, dissipado e diferenciado pelas halocinese, produzindo frentes de recargas mais longas. O impacto direto da restauração do sal sobre a avaliação da maturidade é relativamente pequeno, uma vez que 90% da deformação dúctil ocorre antes de 65 Ma e uma parte significante das rochas geradoras prossegue em geração. Por outro lado, a restauração halotectônica é fundamental considerando o impacto da deformação nas relações espaciais dos processos e elementos dos sistemas petrolíferos.