DEGEO - Departamento de Geologia

URI permanente desta comunidadehttp://www.hml.repositorio.ufop.br/handle/123456789/8

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 1 de 1
  • Item
    O holoceno tardio no Pantanal do Pandeiros : paleoecologia de uma área úmida em meio ao semiárido de Minas Gerais.
    (2020) Sabino, Shirley Maria Lima; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Cassino, Raquel Franco; Gomes, Makênia Oliveira Soares; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Cassino, Raquel Franco; Terra, Ingrid Horak
    A bacia do rio Pandeiros representa uma importante área de conservação da flora e fauna do bioma Cerrado na região do médio rio São Francisco, sendo o Pantanal do Pandeiros (como é conhecida a área pantanosa a jusante do rio) um local de refúgio para 70% da ictiofauna do médio São Francisco durante a piracema. Além da sua importância para a fauna aquática, a bacia do rio Pandeiros também atua como corredor ecológico entre o parque Estadual Veredas do Peruaçu e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acarí. Apesar dos diversos estudos sobre a dinâmica fitofisionômica da bacia durante o tempo presente, estudos que abordem tal dinâmica em períodos pretéritos ainda não tinham sido desenvolvidos até então. Este trabalho apresenta um registro paleoecológico de alta resolução para o Holoceno tardio (4.2000 a cal AP) no Brasil Central, a partir da análise de um testemunho sedimentar de 150 cm de profundidade, coletado em uma vereda do Pantanal do Pandeiros, o maior pântano do estado de Minas Gerais. Este pântano é um ecossistema de alta biodiversidade inserido em uma região de clima semiárido do Cerrado, uma savana neotropical, e apresenta importância fundamental para o equilíbrio ecológico e hidrológico no Brasil Central. A reconstituição paleoambiental do Pantanal do Pandeiros, foi feita com base em análises de pólen e sedimentos (Granulometria e estimação de matéria orgânica pelo processo de Perda por Queima). Os resultados demonstraram que o Holoceno tardio no Brasil Central apresentou uma tendência geral de diminuição da cobertura arbórea, onde o registro mais abundante de florestas ocorreu entre 3.600 e 3.100 anos cal AP (Antes do Presente). Quanto ao clima regional, foi possível observar que o mesmo passou por oscilações entre condições mais úmidas e mais secas que a presente, durante o Holoceno tardio, com ocorrência de um evento seco marcante por volta de 2.900 anos cal AP e condições úmidas mais significativas entre aproximadamente 4.100 e 3.100 anos cal AP, e entre 2.600 e 1.000 anos cal AP. Entretanto, as alterações ocorridas nas estruturas vegetais da bacia nem sempre foram uma resposta à variabilidade da umidade, implicando que outros fatores determinantes, como, por exemplo, o fogo e as atividades antrópicas, afetaram a cobertura arbórea das savanas do Brasil Central.