DEGEO - Departamento de Geologia

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    Estratigrafia e análise de fácies da sucessão carbonática da porção nordeste da serra do Iuiú (BA).
    (2020) Conti, Anderson França; Rudnitzki, Isaac Daniel; Danderfer Filho, André; Rudnitzki, Isaac Daniel; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Amorim, Kamilla Borges
    A Serra do Iuiú, situada na região centro-sul da Bahia e adjacente à cidade homônima, na porção leste da Bacia do São Francisco, apresenta uma sucessão de pelitos e carbonatos que foi associada a diferentes formações do Grupo Bambuí, por diferentes entidades de estudo. Apesar da região estar previamente mapeada com base litoestratigráfica, esta área, bem como as unidades que a compõem, carece de estudos de análises de fácies e estratigráficos voltados à reconstrução paleoambiental. Além disso, estas unidades representam a porção superior do Grupo Bambuí e, registraram a passagem do Ediacarno-Cambriano, um importante intervalo de tempo marcado por expressivas mudanças bioevolutivas e alterações nos fatores controladores da fábrica carbonática marinha. A Serra do Iuiú, em etapa de campo, apresentou exposição de qualidade com extensão lateral e vertical expressivas, que permitiram realizar trabalhos faciológicos e estratigráficos. Dessa forma, a presente dissertação realizou estudo de fácies sedimentares, microfácies e quimioestratigrafia em seções da porção nordeste da Serra do Iuiú. Esse estudo revelou a construção do arcabouço estratigráfico, considerando a evolução paleoambiental e quimioestratigrafica, bem como discutiu sobre processos de sedimentação carbonática dominantes na transição do Ediacarano-Cambriano. Com base em quatro perfis estratigráficos, foi possível reconhecer duas unidades litoestratigráficas, na base a Formação Serra de Santa Helena, representada por pelititos, margas e nódulos carbonáticos, que passam de forma transicional para a Formação Lagoa do Jacaré, que consiste em calcário, calcários impuros e arenitos carbonáticos. O estudo de fácies sedimentar sugere que a sucessão siliciclástica-carbonática da Serra do Iuiu registra uma rampa carbonática mista, com controle de distribuição de sedimentação batimétrico. Em águas rasas, predominava sedimentação carbonática (Fm. Lagoa do Jacaré) e em águas profundas, abaixo da onda de tempestade, prevalecia sedimentação siliciclástica fina. Os dados geoquímicos de δ 13C (9.71 a 10.77‰), δ 18O (-9.51a -6.74‰) e as razões de 87Sr/86Sr (0.7069 a 0.7085) com teores de Sr entre 1072 e 1384 ppm, sugerem que esta sucessão representa o registro da transição Ediacarara-Cambriana.
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    Proveniência sedimentar da Formação Três Marias no Sinclinal de Buenópolis (MG).
    (2019) Tavares, Túlio Delôgo; Alkmim, Fernando Flecha de; Martins, Maximiliano de Souza; Reis, Humberto Luis Siqueira; Martins, Maximiliano de Souza; Alkmim, Fernando Flecha de
    O Grupo Bambuí, uma sucessão mista de rochas carbonáticas e siliciclásticas, acumulouse na bacia intracratônica do São Francisco até o final do Neoproterozóico. A bacia do São Francisco, que ocupa uma parte substancial do cráton homônimo no sudeste do Brasil, foi convertida em um grande depocentro de foreland em resposta às cargas orogênicas geradas ao longo das margens do cráton durante a aglutinação de Gondwana Ocidental no período Ediacarano. Vários estudos realizados nos últimos anos levaram a um melhor entendimento de muitos aspectos da evolução da bacia do São Francisco durante o Neoproterozóico. No entanto, a idade do Grupo Bambuí, crítica para uma melhor compreensão da história da bacia e estabelecimento de correlações regionais e globais, permanece pouco balizada e é assunto de um debate de longa data na literatura. Para contribuir com este debate, foram realizadas determinações de idade U-Pb LA-ICPMS em zircões detríticos extraídos da Formação Três Marias, a unidade mais jovem do grupo. O estudo ora apresentado foi baseado em levantamentos estratigráficos realizado em uma ocorrência singular da Formação Três Marias localizada próxima à borda leste da bacia, ou seja, em posição proximal em relação à sua fonte potencial, o orógeno Brasiliano Araçuaí. Os espectros de idade do zircão detrítico (envolvendo 432 idades concordantes) das unidades aluviais e marinhas superiores da Formação Três Marias são caracterizados por uma distribuição unimodal com cerca de 83% dos grãos datados entre 735 e 522 Ma. Estes resultados indicaram que as assembleias litoestratigráficas do orógeno Araçuaí, a saber, os granitóides de 630-580 Ma do arco magmático do Rio Doce e os granitos sin-colisionais 585-540 Ma foram as fontes mais importantes dos sedimentos de Três Marias. Além disso, os conjuntos de granito pós-colisionais mais jovens que de 530 Ma também contribuem com sedimentos para a formação. Utilizando quatro diferentes métricas, obtivemos 527 ± 4 Ma como a estimativa mais precisa e confiável para a máxima idade deposicional da Formação Três Marias, uma idade que têm grandes implicações na história do desenvolvimento da bacia do São Francisco e do orógeno Araçuaí. Estudos petrográficos realizados nos arenitos da Formação Três Marias classificaram estas rochas como arenitos arcosianos. Os arenitos mostram imaturidade mineralócia e textural. Três fases diagenéticas podem ser reconhecidas: diagênese do soterramento superficial (eodiagênese); diagenese de soterramento efetivo (mesodiagenesia) e diagênese tardia (telodiagnética) associada ao soerguimento e/ou exumação das rochas da Formação Três Marias. A evolução diagenética pode ser representada pelos seguintes eventos: infiltração mecânica de argila, cimentação por hematita, compactação mecânica, sobrecrescimento de quartzo e de feldspato, porosidade e cimentação secundárias, clorita autogênica, turmalina autigênica, além de oxidação e dissolução das fases telodiagenéticas.