DEGEO - Departamento de Geologia

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    Caracterização de filão aurífero hospedado em itabirito : geologia, geoquímica e mineralogia da Mina Veloso, Ouro Preto, Minas Gerais.
    (2020) Pimenta, Júlia de Souza; Queiroga, Gláucia Nascimento; Cabral, Alexandre Raphael; Queiroga, Gláucia Nascimento; Rios, Francisco Javier; Fonseca, Marco Antônio
    Ouro Preto é o símbolo da corrida do ouro que começou no final do século XVII, levando ao estabelecimento da província de Minas Gerais. Uma das inúmeras minas subterrâneas de Ouro Preto é a histórica mina do Veloso, localizada no flanco sul do anticlinal de Mariana, com um filão aurífero de quartzo amplamente brechado e hospedado em itabirito. O filão brechado apresenta concentrações locais de material goethítico em trama boxwork e corta em baixo ângulo a foliação do itabirito encaixante. Minerais de sulfeto estão geralmente ausentes, mas arsenopirita e pirita podem ser observados esporadicamente em bolsões ricos em goethita. Análises quantitativas por microssonda eletrônica do material goethítico e análises químicas de rocha total mostram As entre os elementos menores. O elemento também foi encontrado como escorodita, um mineral arsenato de ferro hidratado que ocorre localmente no material goethítico. Ouro em grãos livres foi observado por microscopia de luz refletida em seção polida do material goethítico. Análises quantitativas de microssonda eletrônica mostraram que o ouro é pobre em Ag, cuja quantidade varia de e <0,03% a 11,2%. Turmalina, um mineral imperceptível à vista desarmada no depósito de Veloso, foi recuperada em concentrado de minerais pesados. O mineral ocorre principalmente como cristais euédricos independentes e, notavelmente, como inclusões em grãos de ouro, indicando uma ligação espacial, e possivelmente genética, entre turmalina e a mineralização de ouro. A turmalina é essencialmente dravita, mas alguns cristais zonados têm bordas ricas em schorlita. Medições in situ para isótopos de B produziram um espectro de valores de δ 11B entre -21 e -9 ‰. Esta faixa é semelhante à obtida na turmalina do depósito de Passagem de Mariana, o depósito aurífero melhor documentado da região. A jazida de ouro do Veloso está hospedada no Itabirito Cauê, unidade estratigráfica que é capa da jazida de Passagem de Mariana. Assim como Veloso, Passagem também se localizada no anticlinal de Mariana; ao contrário do Veloso, a turmalina é abundante em Passagem. O menor valor de δ 11B, -21 ‰, encontrado em Veloso sugere que o boro não foi exclusivamente proveniente de rochas metassedimentares clásticas circundantes, mas também de evaporito não-marinho, lixiviado por fluido que levou à formação da mineralização aurífera na borda sudeste do Quadrilátero Ferrífero durante a orogenia Brasiliana em ca. 500 Ma. Todas as linhas de evidência mineralógica indicam que o veio de Veloso originalmente tinha arsenopirita, turmalina e ouro argentífero. A brechação do filão de quartzo aurífero com turmalina–arsenopirita e a percolação de soluções aquosas de baixa temperatura levaram a: (i) oxidação da arsenopirita em goethita contendo As e, subordinadamente, escorodita; (ii) lixiviação de Ag do ouro argentífero para formar ouro essencialmente puro; (iii) ou mesmo dissolução do ouro argentífero e reprecipitação como ouro pobre em Ag.
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    Análise aeromagnetométrica e radiométrica da região de Camargos, Borda Leste do Quadrilátero Ferrífero, MG, Brasil.
    (2020) Cardoso, Luiz Henrique; Bacellar, Luis de Almeida Prado
    Este trabalho investiga os aspectos geológicos e geoeconômicos da região de Camargos, situada na borda leste do Quadrilátero Ferrífero, através de análise geofísica. Sobre a região da qual tem sido explotado minério de ouro desde o Século XVII, há poucos relatos de literatura geológica. Assim, visando contribuir ao entendimento geológico de Camargos, são apresentados o produto de processamento e a interpretação de banco de dados geofísicos aerolevantados de magnetometria e radiometria. No tocante à contextualização geológica, o embasamento que é constituído por gnaisses está exposto pelo Horst de Camargos. As serras são sustentadas pelos quartzitos do Grupo Maquiné entre os quais afloram escamas tectônicas dos xistos do Grupo Nova Lima. Sequências do Supergrupo Minas afloram na porção oeste e constituem a Homoclinal de Camargos, na qual é observada a inversão das sequências litológicas, visto a influência do domínio dos sistemas de falhas de empurrão da Água Quente e de Fundão-Cambotas. Depósitos aluvionares são observados em planície de inundação confinada. A interpretação geofísica mais importante foi a percepção de zonas de cisalhamento e atividade de hidrotermalismo, o que contribui em parte, ao entendimento das mineralizações de ouro que estão relacionadas às sequências do Supergrupo Rio das Velhas na região.