DEGEO - Departamento de Geologia

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    As raízes granulíticas do cinturão Salvador-Esplanada-Boquim, Cráton do São Francisco, Bahia-Sergipe, Brasil.
    (2018) Barbosa, Johildo Salomão Figueirêdo; Marinho, Moacyr Moura; Leal, Angela Beatriz de Menezes; Oliveira, Ernande Melo de; Oliveira, Jailma Santos de Souza; Argollo, Roberto Max de; Lana, Cristiano de Carvalho; Barbosa, Rafael Gordilho; Santos, Leila Tatiane Lopes
    O Cinturão Salvador-Esplanada-Boquim (CSEB) é provavelmente um ramo nordeste do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Neste trabalho, inédito para a região, é apresentada a caracterização petrográfica, petroquímica e geocronológica preliminar das rochas granulíticas da porção central-norte desse cinturão, onde foram separadas quatro unidades granulíticas ácidas e intermediárias, além de bandas de granulitos máficos, granulitos aluminosos e quartzitos. As quatro unidades ácidas e intermediárias são ortogranulitos foliados onde os granulitos máficos encontram-se encaixados sob a forma de lentes. Essas rochas foram atravessadas por diques orosirianos, dacíticos-riolíticos (Diques de Arauá). O estudo litogeoquímico dos granulitos ácidos e intermediários revelou quatro séries cálcio-alcalinas de baixo a alto K, assim denominadas: enderbítica (Ed1), enderbítica (Ed2); charnockítica de composição monzogranítica (MCh) e charnoenderbítica (Ch-Ed). Diagramas multielementares indicam que as quatro unidades possuem anomalias negativas de Nb, Ti e P e baixos teores de high field strenght elements (HFSE), sugerindo haver associação genética ligada a zonas de subducção e arcos vulcânicos. Os granulitos máficos, por sua vez, apontam para uma filiação toleítica com características tipo island-arc tholeiite (IAT). Os dados geocronológicos indicam idades que sugerem a presença de eventos tectônicos ocorridos na área, a saber: formação do protólito do granulito (Ed2) em 2,90 Ga (idade-modelo TDM-Nd); cristalização do granulito (Ed2) em 2582 ± 11 Ma e do MCh em 2473 ± 13 Ma; metamorfismo regional com idades entre 2087 e 2073 Ma; e preenchimento de falhas em forma de diques em torno de 2015 ± 12 Ma. Os dados obtidos, sobretudo aqueles da litogeoquímica, estão permitindo interpretar que essas rochas metamórficas de alto grau se adequam àquelas do tipo arco vulcânico. Essas, ao colidirem no Paleoproterozoico com o Bloco Serrinha, situado a oeste da área estudada, formaram uma cadeia de montanhas, a qual, ao ser erodida, expôs suas raízes granulíticas.
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    Evolução petrogenética de terrenos granulíticos nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
    (2016) Medeiros Júnior, Edgar Batista de; Evangelista, Hanna Jordt; Moraes, Renato de
    No presente trabalho são apresentados os resultados de investigação mineralógica, geoquímica e geocronológica de rochas metamórficas de fácies granulito expostas nas porções sudeste de Minas Gerais e centro-sul do Espírito Santo. Quando se analisa a geologia dessa região ao longo de uma seção transversal W-E de 410 km entre os paralelos 20ºS e 21ºS, das proximidades da cidade de Acaiaca até a costa observa-se aumento no volume e diminuição na idade das rochas metamórficas. O objetivo deste estudo foi comparar os diferentes terrenos de fácies granulito situados no domínio externo e interno do Orógeno Araçuaí, de idade Neoproterozóica. Os dois domínios são separados pela Zona de cisalhamento de Abre Campo. Os granulitos situados na porção mais a oeste são pertecentes ao Complexo Acaiaca e são ladeados por rochas de fácies anfibolito do Complexo Mantiqueira, de idade Paleoproterozóica, que representa o embasamento oriental do Quadrilátero Ferrífero. O Complexo Acaiaca é composto por granulitos félsicos, máficos, aluminosos e olivina-piroxênio granofels (composição ultramáfica) gerados em temperaturas entre 710 and 800ºC and pressões entre 5 e 9,9 kbar. Estudo geocronológico em zircão bem como em monazita resultam em idades entre 2037- 2056 Ma, que são semelhantes as idades encontradas para o Complexo Mantiqueira. Isso sugere uma evolução tectono-metamórfica similar para essas unidades: os granulitos ortoderivados do Complexo Acaiaca são geneticamente relacionados ao Arco magmático Mantiqueira e os granulitos paraderivados tiveram seus protólitos depositados em uma bacia de back-arc. A trajetória retrometamórfica é caracterizada por um resfriamento isobárico seguido por uma exumação ao longo de zonas de cisalhamento de possível idade Neoproterozóica. Mais a leste, os terrenos granulíticos formados por granulitos ortoderivados do Complexo Juiz de Fora e paraderivados do Grupo Andrelândia são encontrados na região de Abre Campo e Manhuaçu. O Complexo Juiz de Fora é caracterizado por granulitos maficos e félsicos derivados de protólitos Paleoproterozóicos que são tectonicamente intercalados com os jovens granulitos aluminosos do Grupo Andrelândia. Os dados termobarométricos da recristalização metamórfica Neoproterozóica do Complexo Juiz de Fora e Grupo Andrelândia resultou em 750-870ºC e 6-8 kbar. Uma trajetória retrometamórfica caracterizada pela descompressão indica exumação ao longo de zonas de cisalhamento relacionadas ao colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí. Um pouco mais a leste são encontrados os granulitos da Serra do Caparaó. A Suite Caparaó é composta por granulitos máficos e enderbitos que são geocronologicamente correlacionados ao Complexo Juiz de Fora. Então essas duas unidades possuem uma história metamórfica semelhante. Os dados termométricos indicam condições metamórficas entre 800-850ºC. Na porção mais oriental tem-se o Complexo Paraíba do Sul, inserido no estado do Espírito Santo. É composto essencialmente por granulitos aluminosos e, na região sul do estado, também possui mármores, os quais sugerem o desenvolvimento de uma plataforma carbonática na região. A geocronologia U-Pb em zircão forneceu uma idade máxima de 619 Ma para a sedimentação do protólito dos granulitos aluminosos em uma bacia de back-arc. A evolução tectono-metamórfica do Complexo Paraíba do Sul está relacionada ao desenvolvimento do Arco magmático Rio Doce, responsável pela formação de diversas gerações de granitos. O processo metamórfico Neoproterozóico que gerou granulitos e mármores é caracterizado pro temperaturas de 750 a 800ºC e pressões entre 5 e 8 kbar. As estruturas migmatíticas associadas aos granulitos aluminosos indicam que ocorreu anatexia durante o metamorfismo. Os contatos difusos entre os granulitos aluminosos e pelo menos uma geração de granitos são evidências de uma relação genética entre eles: os granulitos aluminosos são as fontes da fusão que gerou os granitoides diatexíticos. As texturas diagnósticas de descompressão devido ao colapso do Orógeno Araçuaí foram geradas durante a exumação dos granulitos do Complexo Paraíba do Sul ao longo de zonas de cisalhamento. As condições de P e T calculadas para retrometamorfismo são de 650ºC e de 3 - 4 kbar. É possível concluir que as principais diferenças na evolução metamórfica dos granulitos encontrados nos domínios externo e interno do Orógeno Araçuaí não são somente as idades do metamorfismo, mas também as diferentes trajetórias retrometamórficas, que são indicadas pela história de exumação. O terrenos granulíticos encontrados no domínio externo foram metamorfizados no Paleoproterozóico, com retrometamorfismo caracterizado por um resfriamento isobárico e uma posterior exumação ao longo de zonas de cisalhamento de possível idade Neoproterozóica. Em contrapartida, os granulitos pertencentes ao domínio interno foram metamorfizados no Neoproterozóico, com retrometamorfismo caracterizado por descompressão, relacionada a denudação tectônica ocorrida durante o colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí.
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    Petrogênese do Granulito Pedra Dourada, MG.
    (2015) Marinho, Kassia de Souza Medeiros; Evangelista, Hanna Jordt
    O Granulito Pedra Dourada (GPD) consiste de uma associação de rochas metamórficas de fácies granulito que ocorre ao norte da cidade de Ponte Nova, região sudeste de Minas Gerais. Tal unidade aflora em corpos com área de até 45 km2, encaixados entre os ortognaisses do Complexo Mantiqueira e a sequência metavulcanossedimentar do Grupo Dom Silvério, ambos de fácies anfibolito. As três unidades estão inseridas na Faixa Araçuaí, que corresponde ao domínio externo do Orógeno Araçuaí. Motivado pela discrepância de grau metamórfico com os terrenos adjacentes, o presente trabalho teve como objetivos fundamentais compreender a gênese do GPD e elucidar o seu significado geotectônico no contexto do Orógeno Araçuaí. O GPD compreende rochas orto e paraderivadas. Os ortogranulitos são predominantes e incluem litotipos félsicos (biotita granulito e ortopiroxênio granulito) e subordinadamente granulitos máficos. Os paragranulitos são aluminosos e se caracterizam pela presença de minerais ricos em Al (granada, sillimanita, espinélio). O biotita granulito félsico é composto por feldspato potássico + plagioclásio + quartzo + biotita ± granada. O ortopiroxênio granulito félsico é constituído de plagioclásio + feldspato potássico + quartzo + ortopiroxênio + biotita ± clinopiroxênio ± granada ± hornblenda. Os granulitos máficos são formados por plagioclásio + ortopiroxênio + clinopiroxênio + biotita ± hornblenda ± quartzo ± granada. Os granulitos aluminosos são compostos de granada + plagioclásio + quartzo + biotita ± feldspato potássico ± ortopiroxênio, além de sillimanita e hercinita, que só ocorrem inclusos em granada poiquiloblástica. As estimativas P-T do metamorfismo granulítico obtidas no THERMOCALC com o método Average PT variam entre 797 – 725 °C e 7,1 - 6,5 kbar para o granulito félsico; 740 – 730 °C e 9,5 – 9,0 kbar para o granulito máfico; 846 – 759 °C e 7,6 - 6,4 kbar para o granulito aluminoso. Dados geoquímicos mostram que os protólitos félsicos são granitos, dioritos e granodioritos, predominantemente peraluminosos e com assinaturas cálcio-alcalinas. São quimicamente semelhantes a granitóides de margem convergente. Os protólitos máficos são gabros e dioritos metaluminosos de caráter tholeiítico, composicionalmente correlacionáveis a basaltos de margem de placa. Os protólitos aluminosos são pelitos e grauvacas peraluminosos, análogos a sedimentos de margem convergente. Análises geocronológicas U-Pb via LA-ICP-MS revelaram que os granulitos félsicos apresentam pelo menos dois protólitos distintos. O mais antigo representa o registro de um evento magmático neoarqueano (ca. 2,7 Ga), enquanto o mais recente corresponde a um magmatismo juvenil com idade paleoproterozóica (ca. 2,1 Ga). O estudo de proveniência sedimentar do granulito aluminoso indicou a contribuição de diversas áreas-fonte, com picos de frequência entre o Paleoarqueano (ca. 3350 Ma) e o Riaciano (ca. 2268 Ma). A idade máxima de sedimentação foi interpretada em ca. 2,2 Ga, associada a bacias intra-arco riacianas. O metamorfismo de fácies granulito ocorreu em ca. 2,07 - 2,04 Ga e afetou as rochas juvenis, as bacias riacianas e as porções do embasamento arqueano. Esse evento tectono-termal é relacionado ao período colisional da Orogenia Transamazônica. A ocorrência de granada coronítica em todos os litotipos sugere uma trajetória de resfriamento aproximadamente isobárico (IBC-path) após o pico metamórfico. Sendo assim, os terrenos granulíticos requereram uma segunda orogenia que permitisse a sua exumação. No contexto geológico do GPD, esse evento pode ser atribuído à Orogenia Brasiliana.
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    Petrogênese do complexo Acaiaca - MG.
    (Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Medeiros Júnior, Edgar Batista de; Evangelista, Hanna Jordt
    O Complexo Acaiaca (CA) é constituído predominantemente por rochas de fácies granulito que se distribuem por parte do município de Acaiaca e de municípios vizinhos, a leste do Quadrilátero Ferrífero. O presente trabalho teve como objetivo investigar a diversidade litológica do CA em toda a sua faixa de ocorrência, enfatizando a caracterização microestrutural, mineralógica, geoquímica e petrogenética. O reconhecimento litoestrutural mostrou que a unidade se distribui ao longo de uma estreita faixa de até 6 km de largura e que se estende por cerca de 36 km na direção NS, encaixada em terreno de gnaisses de fácies anfibolito. Os granulitos comumente possuem uma foliação milonítica subverticalizada e paralela ao bandamento mineralógico de direção NNESSW. Granulitos ortoderivados félsicos, máficos e ultramáficos e granulitos paraderivados são litotipos encontrados neste Complexo. Outros tipos de rocha na área do CA são gnaisses de fácies anfibolito, meta–gabros, anfibolitos, meta–diabásios, quartzitos, meta–granitos e pegmatitos. Os granulitos félsicos são derivados de granitóides peraluminosos que apresentam afinidade orogênica a pós-orogênica. São constituídos por biotita + granada + plagioclásio + quartzo ± feldspato potássico ± ortopiroxênio. Resultados do geotermômetro granada–biotita indicam temperaturas entre 622 e 700 ºC que, no entanto, são relativamente baixas devido a parcial reequilíbrio composicional retrometamórfico dos minerais. Os granulitos máficos têm afinidade geoquímica com basaltos de arco de ilhas. São constituídos pela paragênese ortopiroxênio + clinopiroxênio + plagioclásio ± hornblenda, típica de fácies granulito de baixa pressão. Resultados geotermobarométricos indicam que as condições mais prováveis para a sua formação estão entre 720 e 820 ºC e 6,5 e 7 kbar. Granulitos derivados de rochas pelíticas são compostos por duas associações minerais distintas: granada + biotita + sillimanita + plagioclásio + quartzo ± feldspato potássico ± cordierita e biotita + cianita + plagioclásio + quartzo + cordierita ± granada ± estaurolita. A primeira constitui uma paragênese de fácies granulito típica de pressão intermediária. A segunda apresenta fases minerais em desequilíbrio textural, que podem ser agrupadas em duas paragêneses: estaurolita + plagioclásio + cianita + biotita + quartzo, típica de fácies anfibolito de média a alta pressão, e cordierita + granada + sillimanita + plagioclásio + biotita + quartzo, típica de fácies granulito de baixa a média pressão. A geotermobarometria indicou que as condições mais prováveis para a geração dos granulitos de protólito pelítico estão entre 662 e 732 °C e em torno de 6,5 kbar. Os resultados deste estudo permitem concluir que o principal evento metamórfico que afetou as rochas do CA foi de fácies granulito com pressão intermediária de 6,5 kbar e pico metamórfico em torno de 800 ºC e, seguido de uma trajetória retrometamórfica provavelmente relacionada a uma descompressão quase isotérmica.