DEGEO - Departamento de Geologia
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Resultados da Pesquisa
Item Gênese e evolução mineralógica, micromorfológica e geoquímica da bauxita de Espera Feliz, MG.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Soares, Caroline Cibele Vieira; Varajão, César Augusto Chicarino; Varajão, Angélica Fortes Drummond ChicarinoEsse trabalho tem como principal objetivo o estudo da evolução macromorfológica, mineralógica, micromorfológica e geoquímica da ocorrência de bauxita próxima à cidade de Espera Feliz, no extremo sul da Serra do Caparaó. A pesquisa foi desenvolvida em uma única vertente, cuja morfologia é caracterizada por diversas cavidades decorrentes de feições de escorregamento. Após o levantamento macromorfológico de dois perfis de alteração, expostos em uma cascalheira, e de 10 perfis de sondagem a trado, em que foram definidas e amostradas as diferentes fácies de alteração, procedeu-se as análises laboratoriais. Estas incluíram análises petrológicas e micromorfológicas ao microscópio óptico; mineralógicas por difração de raios X; geoquímicas por fluorescência de raios X; morfológicas e microquímicas em microscópio eletrônico de varredura acoplado com EDS e em microssonda eletrônica. O manto de alteração se desenvolve sobre rochas charnockíticas com enclaves máficos da Suíte Caparaó. As modificações da rocha devido aos agentes do intemperismo iniciam-se com a formação de um córtex de alteração incipiente onde as soluções encontram as primeiras descontinuidades caracterizadas, principalmente, por microfissuras. O ferro, exsudado dos minerais ferromagnesianos, precipita em vazios interminerais e intraminerais. A alteração incipiente evolui para o córtex interno onde o plagioclásio, por alitização direta, se altera em gibbsita, os ferromagnesianos iniciam a formação de boxworks goethíticos com núcleos cauliníticos e o ortoclásio inicia a transformação indireta para gibbsita, formando uma fase intermediária de illita e caulinita. No córtex externo restam principalmente remanescentes de ortoclásio, envolvidos por gibbsita e goethita na forma de alteromorfos, que se reproduzido no manto de alteração formará um horizonte bauxítico isalterítico. No manto de alteração foram identificados 3 horizontes: i) horizonte argiloso caulinítico, ii) horizonte bauxítico e iii) sólum. Em um perfil, designado perfil A, o horizonte argiloso é constituído pela fácies isalterita caulinítica; o horizonte bauxítico pelas fácies bauxita isalterítica, bauxita laminar e bauxita fragmentada. O horizonte argiloso é formado devido a limitação da atuação do processo de alitização, provavelmente pela presença de um enclave máfico. O segundo perfil, designado perfil B, o horizonte argiloso é constituído por uma fácies aloterítica caulinítica e o horizonte bauxítico é formado essencialmente pelas fácies bauxita laminar desorientada e bauxita fragmentada, devido a sua mobilização e degradação. Estes horizontes, com as respectivas fácies, mostram correlação com os furos de sondagem situados na mesma vertente. A morfologia da vertente e as fácies estão diretamente relacionadas, na borda da vertente, onde não há depressões causadas por escorregamentos ocorrem as fácies sem evidências de remobilização (bauxita isalterítica e bauxita laminar). Já, a jusante das cavidades, os perfis apresentam uma fácies de argila aloterítica sobreposta por um espesso horizonte de bauxita fragmentada onde os fragmentos de diferentes fácies encontram-se em condições de instabilidade química. Regionalmente, a geomorfologia da área apresenta sucessivas corredeiras e meandros abandonados em cotas mais altas que o curso do rio atual evidenciando uma reativação tectônica, com um importante soerguimento, provavelmente no Oligoceno, seguido por um abatimento de blocos e erosão. No Mioceno, período mais estável e com clima quente e úmido, formou-se o manto de alteração bauxítico. Posteriormente, no Plioceno, período árido, ocorreu a exposição da bauxita e os escorregamentos na vertente, formando as cavidades e, consequentemente, as fácies bauxíticas remobilizadas situadas à jusante das mesmas.Item A bauxita de Barro Alto (GO) : gênese e evolução mineralógica, micromorfológica e geoquímica.(Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Oliveira, Fábio Soares de; Varajão, Angélica Fortes Drummond ChicarinoEste estudo objetivou caracterizar o depósito de bauxita da região de Barro Alto (GO) através do estudo da sua formação e evolução. Tal depósito é originado a partir da alteração de anortositos da Série Superior do Complexo Máfico-Ultramáfico Acamadado de Barro Alto (CBA), Província Tocantins. Para tal foram realizados trabalhos de campo envolvendo o reconhecimento geral da área e coleta de amostras; descrições macromorfológicas; análises mineralógicas (DRX), geoquímicas (FRX), micromorfológicas (Microscopia Óptica, MEV e MET), microquímicas (EDS e WDS) e cartográficas. Os resultados indicaram que a bauxita de Barro Alto tem sua gênese associada à bauxitização direta dos corpos anortositos através do processo de alitização. Nesse processo, formou-se uma bauxita maciça porosa, isalterítica. A continuidade da água percolando nos perfis, associada à influência da tectônica, transformaram a fácies bauxita maciça porosa em fácies de alteração diversificadas, destacando-se: I - fácies de bauxitas semi-compactas e compactas geradas pelo transporte e acumulação de soluções ricas em alumínio na forma de gibbsita neoformada preenchendo poros e/ou por colapso; II – bauxitas laminares e fragmentárias formadas pela fragmentação associada à circulação da água nas vertentes ou à vegetação na parte superior dos perfis, respectivamente; III – bauxitas de paleopedimentos, formadas pela cimentação de antigas fácies fragmentárias erodidas e depositadas e IV – fácies argilosas provenientes da degradação geoquímica da bauxita por inputs de sílica através da oscilação do lençol freático e da reciclagem de sílica pela vegetação, neoformando caulinita a partir da ressilicificação da gibbsita. A formação das argilas de degradação significou também a alteração das condições de bauxitização para argilização em algumas áreas do maciço, formando argilas isalteríticas a partir dos processos de monossialitização e bissialitização. As principais diferenças entre as argilas de degradação e as argilas isalteríticas são morfológicas. A atividade biológica também teve papel fundamental na evolução da bauxita de Barro alto, destacando-se: I – a formação de texturas sacaroidas e microagregadas e a transformação da gibbsita em boehmita, ambas causadas pela bioturbação promovida pelos térmitas; II – a evolução pedogenética de horizontes com texturas fragmentárias e a formação de feições riziformes com textura gibbsítica criptocristalina, ambas associadas a raízes de árvores. Tais resultados sustentam a evolução poligênica da bauxita de Barro Alto, permitindo o melhor conhecimento do maciço e a geração de subsídios para novas ocorrências. Embora seja reconhecida a existência de um depósito de bauxita originado de anortositos em Porto Loko, Serra Leoa, este foi o primeiro estudo sobre a gênese e evolução de lateritas aluminosas a partir de tal rocha, assumindo um caráter pioneiro que enfatiza seu interesse científico e econômico.