DEGEO - Departamento de Geologia
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Item Caracterização litoestrutural e geocronológica dos xistos verdes e metagabros do grupo macaúbas na faixa terra branca - planalto de Minas, Minas Gerais.(2016) Souza, Maria Eugênia Silva de; Martins, Maximiliano de Souza; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Danderfer Filho, AndréA bacia Macaúbas, precurssora do orógeno Araçuaí, possui um expressivo registro de magmatismos máficos sin-rifte que ocorrem no domínio externo deste sistema orogênico. Estes magmatismos afloram na forma de diques e soleiras de composição gabróica da Suíte Metaígnea Pedro Lessa, e ocorrem também na forma de xistos verdes de composição basáltica. Este magmatismo se estende numa faixa relativamente contínua ao longo do meridiano 43º30’W, desde as proximidades de São Gonçalo do Rio Preto (MG) até Terra Branca (MG). A presente dissertação apresenta uma caracterização litoestrutural e geocronológica destas rochas metamáficas nas regiões de Planalto de Minas e Terra Branca, Minas Gerais, abrangendo os domínios meridional e central/setentrional da serra do Espinhaço. A estratigrafia na região de Terra Branca é constituída (da base para o topo) pelo embasamento cristalino (Complexo Córrego do Cedro), pela Formação Resplandecente (Supergrupo Espinhaço), pela Formação Matão, pela Suíte Metaígnea Pedro Lessa e pelas formações Planalto de Minas e Chapada Acauã (Grupo Macaúbas). Na região de Planalto de Minas, a estratigrafia é composta pela Formação São João da Chapada (Supergrupo Espinhaço) e pelas formações Planalto de Minas e Chapada Acauã (Grupo Macaúbas). A Formação Planalto de Minas é uma nova unidade litoestratigráfica e geocronológica reconhecida neste trabalho para o Grupo Macaúbas na faixa Terra Branca – Planalto de Minas, e corresponde a intercalações/interestratificações entre magnetita-sericita quartzitos e corpos de xistos verdes strictu sensu. Estes corpos de xistos verdes apresentam feições ígneas preservadas, cuja interpretação faciológica permitiu identificar que os mesmos foram formados por edifícios vulcânicos subaquosos de alta produtividade (fire fountaining). Estas rochas metamáficas e os magnetita-sericita quartzitos caracterizam uma sequência metavulcano-sedimentar, cuja geocronologia pelo método U/Pb em LAICP- MS indica idade de cristalização magmática de 889±10 Ma para os xistos verdes, e uma idade máxima de sedimentação de 880±4 Ma para magnetita-sericita quartzito (encaixante). Para os metagabros da Suíte Metaígnea Pedro Lessa foi obtida a idade de cristalização magmática de 964±46 Ma, bem como foi reconhecido um corpo de xisto verde desta suíte, para o qual se obteve a idade magmática de 939±7 Ma. A assinatura isotópica para os parâmetros ƐNd e ƐHf indicaram que o magma que originou os metagabros atravessou uma crosta relativamente espessa e assimilou material durante a ascenção. A assinatura geoquímica dos metagabros e xistos verdes revelou a afinidade toleítica de ambos, bem como que estas rochas se formaram num ambiente do tipo intra-placa continental, apresentando enriquecimento em terras raras leves em relação aos pesados e anomalias levemente positivas de Eu. A ocorrência da Formação São João da Chapada na região de Planalto de Minas representa a expressão mais setentrional do rifteamento Estateriano que atingiu o paleocontinente São Francisco – Congo. A ocorrência direta da sequência metavulcano-sedimentar do Toniano (Formação Planalto de Minas) diretamente sobre esta unidade Estateriana, bem como a ausência de outras unidades mesoproterozóicas do Supergrupo Espinhaço e neoproterozóicas do Grupo Macaúbas, associados à resposta geofísica, indica que a região de Planalto de Minas permaneceu como um alto estrutural do Estateriano até o Toniano, como reflexo do complexo arranjo estrutural de rifteamentos sobrepostos e que também exerceu um importante controle na arquitetura tectono-estratigráfica da bacia Macaúbas.