DEGEO - Departamento de Geologia

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    Geometria fractal dos veios de quartzo da serra de Ouro Preto, flanco sudeste do anticlinal de Mariana, Quadrilátero Ferrífero/MG.
    (2001) Silva, Cláudio Maurício Teixeira da; Fonseca, Marco Antônio; Costa, Adilson Rodrigues da
    São apresentados os resultados do estudo, com aplicação da Geometria Fractal, dos sistemas de veios de quartzo que ocorrem na serra de Ouro Preto, que corresponde ao flanco sudeste do Anticlinal de Mariana, Quadrilátero Ferrífero. A Geometria Fractal foi usada para caracterizar o fator de forma dos veios e sua aplicação contribuiu para o entendimento dos processos geradores dos mesmos e de sua inserção na evolução regional. Foram analisadas três seções, com 4km de extensão total, ao longo do trend da estrutura. 613 veios foram cartografados em superfície e subsuperfície (galerias subterrâneas), com medidas de espessura, largura, espaçamento e comprimento. 161 veios encontravam-se alojados em quartzito, 60 em filito e 392 em itabirito. Os valores obtidos foram lançados em gráficos loglog de regressão linear (gráficos acumulativos de número de veios versus espessura, número de veios versus comprimento e número de veios versus espaçamento), com ajuste potencial de linha (best fit), que permitiram a obtenção das dimensões fractais dos veios, por diferentes tipos de rocha encaixante. Dois sistemas de veios, sendo um mais antigo, de caráter concordante ou sub-concordante à foliação regional, e que foi gerado em evento extensional. Os veios desse sistema são cataclasados e sacaroidais, tendo sido deformados por evento contracional posterior. O outro sistema engloba veios mais novos, discordantes, e que possuem trama cristalina, tendo sido gerados na fase final de evento contracional posterior. Nesse sistema estão os veios de maiores dimensões, sendo que os mesmos cortam as camadas de quartzitos e têm maior relação axial do que aqueles que cortam as formações ferríferas e filitos. Por meio da análise fractal verifica-se que os fatores de forma indicam maiores valores das dimensões fractais dos veios em sentido leste, o que se traduz em veios com morfologia achatada ou "planar" a oeste. Para leste, esta morfologia planar da lugar a uma morfologia "nodular". Por outro lado, a análise fractal da densidade dos sistemas de veios mostra que os valores de densidade aumentam no sentido leste, para ambos os sistemas. Verifica-se, ainda, que os maiores valores de densidade estão relacionados aos sistemas de veios com maior dimensão fractal. Do ponto de vista geológico, estes dados podem indicar uma proximidade maior das fontes de fluidos junto à zona periclinal do Anticlinal de Mariana e/ou magnitudes de deformação associadas ao evento contracional crescentes em direção a leste, o que vem confirmar os dados geológicos regionais.